quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Resenha: O Crepúsculo e a Aurora / Ken Follett

Ken Follett é mestre em criar tramas envolventes, cada livro dele é um verdadeiro mergulho na História e a partir do momento em que somos sugados pela correnteza das páginas é impossível parar de ler, até terminar. Em ‘O Crepúsculo e a Aurora’, mergulhamos na Idade da Trevas, aquele tempo em que haviam diversos perigos, desde ataques de Vikings a doenças sem cura, mas Follett mostra que na busca por poder e dinheiro, os homens podem se tornar as criaturas mais perversas.

Edgar é um jovem construtor de barcos, ele sonha em viver uma vida tranquila ao lado de sua amada, mas justamente no dia que ele decide fugir com ela, a sua cidade, Combe, sofre um ataque Viking. E não resta outra opção a ele e sua família a não ser se mudar para um vilarejo chamado Travessia de Dreng. O lugar não era nada receptivo, a fazenda que eles haviam conseguido não parecia ter um solo produtivo e o pior, Edgar não sonhava em viver sendo um fazendeiro.

Aldred é um monge que segue os preceitos religiosos corretamente, ele também é um intelectual e sonha em construir uma biblioteca e uma escola. Ele também não aceita injustiça e fará de tudo para que aqueles que utilizam a fé cristã em benefício próprio arquem com as consequências. Em uma de suas viagens, em busca de livros e troca de conhecimento, ele conhece a Ragna.

Ragna é uma espécie de princesa, apenas porque o sei pai é um poderoso conde de Cherbourg, na Normandia, mas ela não tem nada de frágil, ela preside audiências com o povo e é conhecida como ser uma juíza justa. O que a incomodava era a necessidade de um casamento arranjado que sua família lhe impunha. Ela queria casar por amor, quando um visitante inglês chega ela sente uma faísca.

Wilwuff, Wysntan e Wigelm são ingleses poderosos e irmãos por parte de pai. Wilwuff, o primeiro filho, logo o herdeiro, é o senhor de Shiring, governava uma parte do oeste da Inglaterra, onde sua autoridade era menor apenas que a do Rei; Wigelm é o terceiro filho, senhor de algumas terras concedidas pelo irmão mais velho e finalmente Wystan é o bispo de Shiring, extremamente manipular e poderoso, usando sua posição religiosa com uma espécie de escudo. Suas vidas começam a ficar ameaçadas quando uma de suas cidades é atacada por Vikings.

A vida de todos esses personagens irá se entrelaçar de formas que a princípio, no início da leitura, não poderíamos imaginar. E o cenário de fundo é o lugar que irá se tornar Kingsbridge, já conhecido por uma famosa trilogia do Follett, não é necessário ler a trilogia antes, eu não li, mas já irei ler agora, porque fiquei muito curiosa com o que irá acontecer naquele lugar nos próximos anos.

A todo momento me questionei sobre as crueldades que existiam durante a Idade das Trevas, havia o Rei, e os senhores, mas as suas autoridades eram constantemente questionadas e burladas ou pior, alguns senhores decidiam sempre em prol de si mesmos, os camponeses não tinham escolha, tinham em suas vidas diversos riscos, seja de a qualquer momento o senhor decidir retirar sua terra, decidir estuprar sua filha ou mesmo lhe executar por alguma razão que você não entenderia, ou mesmo sem razão alguma, qual é a diferença entre os tão superiores ingleses e aqueles a quem eles chamam de bárbaros? A Inglaterra sem grandes defesas sobre diversos golpes dos Vikings e dos galeses, ao mesmo tempo em que não protege a própria população da própria tirania.

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