Em 'Operação Red Sparrow' nós
mergulhamos em um ambiente de espionagem extrema. Rússia contra Estados Unidos,
relembrando a época da Guerra Fria e mostrando que uma guerra pode ser travada
muito distante de um front.
Nathaniel Nash, Nate para os íntimos, é um jovem agente da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos)
que tem como principal missão operar o informante mais valioso dos EUA, com o
codinome ‘Marble’, o informante realizava encontros clandestinos com seus
operadores para repassar aos americanos os últimos avanços da Rússia.
Dominika Egorova foi uma criança
prodígio e tinha um grande amor, criado através de doutrinação escolar, pela sua pátria Rússia, ainda que seus pais fossem contra o governo, ela
seguia firme apoiando o mesmo. Dominika tem um dom, ela consegue atribuir cores
aos sons, dessa forma é muito difícil mentir para ela e esconder sentimentos,
ela consegue praticamente ‘ler’ a mente daqueles com os quais ela conversa ou
apenas observa. Foi esse dom que fez com que desde jovem ela conseguisse
atingir os maiores níveis de aprovação no balé, pois na dança ela seguia as cores
conforme a música mandava. Tudo vai por água abaixo quando após sofrer um
acidente, Dominika fica impossibilitada de continuar na elite do balé e com a
morte de seu pai, o único caminho que lhe restou foi ajudar o seu tio Vanya, um
espião russo, em uma missão.
Dominika vai se envolvendo cada vez
mais nas operações russas, e acaba se tornando guardiã de segredos que fariam a
imagem de seu tio e da própria Rússia ir ao fundo do poço caso fossem divulgados.
Dessa forma, Vanya coloca Dominika em uma espécie de Academia de Espionagem na
qual ela se forma com mérito e posteriormente na escola de Pardais, local em
que mulheres e homens russos aprendem todas as formas de seduzir homens e mulheres e
retirar segredos dos mesmos. Até que uma importante missão é concedida a
Dominika: seduzir o espião americano Nathaniel Nash e descobrir quem é o
informante do mesmo.
Enquanto isso, Nate depois de uma
operação mal sucedida é colocado na geladeira em Helsinque fazendo trabalhos
burocráticos e tentando conseguir novos informantes. E é nesta mesma capital finlandesa
que os caminhos de Nate e Dominika se cruzam, ele tentando fazer dela uma
informante e ela tentando extrair segredos dele.
Aos poucos vamos descobrindo que os
métodos russos não são nem um pouco amigáveis e após o desaparecimento da
melhor amiga de Dominika, ela decide virar o jogo e se juntar aos americanos,
se tornando uma agente dupla. E quando o fluxo de informações começa a chegar
nos Estados Unidos fica claro que há alguém em terras americanas enviando
informações aos russos. Na Rússia se tem o questionamento: ‘Quem é o espião
russo que trabalha para os EUA?’ E na América: ‘Quem é o civil que vaza
informações confidenciais para a Rússia?’
O leitor sabe de todas as respostas
e ficamos a cada novo capítulo quase experts em espionagem e contraespionagem,
você sabia que toda boa espionagem tem a sua própria contraespionagem? Que
funciona da seguinte forma: agentes do seu mesmo time fazem aquilo que seria feito
pelo time adversário e consequentemente acabam descobrindo se há espionagem de
fato do adversário, cabe a um espião realmente bom escapar de todas essas
pessoas para assim ficar ‘no escuro’ e poder captar as informações dos informantes em segurança.
Assumo que me interessei pela
leitura deste livro após ver o trailer do filme, descobri só depois que o mesmo
já havia sido publicado pela Editora Arqueiro com o título ‘Roleta Russa’ e
preciso dizer que o título anterior fazia mais sentido. Tanto a capa nova do
livro, quanto a própria divulgação do filme nos leva a crer que esta é uma
história de uma espiã russa e não é bem assim, apesar de termos a Dominika ela
não é o padrão de espiã russa que conhecemos de filmes e livros anteriores, ela fora
praticamente jogada nessa posição. O livro é muito mais sobre espionagem e
contraespionagem do que apenas sobre uma espiã.
Não há apenas uma operação, são
tantas ao longo do livro que até perdi a conta e não há nenhuma operação
chamada ‘Red Sparrow’ (Pardal Vermelho), são exatamente 423 páginas muito densas, tem termos
técnicos, muitos personagens e algumas palavras em russo. Por fim, o livro foi
escrito por um ex-agente da CIA, devido a isso achei um pouco tendencioso, como
se os EUA fossem os salvadores. Dominika, por exemplo, só sente conforto nas
palavras ditas pelos americanos, enquanto a grande maioria dos russos é caracterizada
como rude e cruel outro fato interessante é que apenas o Putin de figura da vida
real é citado, nenhuma personalidade americana verídica é citada. Por ser um
livro de ficção, acho que o escritor não deveria ter citado personalidades
reais de ambos os lados.
É um livro bem interessante para se
visualizar como se realizam as operações de espionagem, pelo fato do escritor
se um ex-agente, ficamos sempre nos perguntando o quê de todas essas páginas
pode ter de fato acontecido, em tempos que um ex-espião russo foi morto em solo
inglês com um veneno escondido em um presente que deram a filha do mesmo após
uma viagem a Rússia, não é difícil pensar que ainda há muita espionagem acontecendo
constantemente o no mundo real.
Olá :D
ResponderExcluirFiquei bem curiosa para ler esse livro quando descobri que era ele quem tinha dado origem ao filme ^^' Bem, a história parece ser interessante apesar dos pesares. E realmente, ainda tem espionagem acontecendo mundo afora (a gente que não tem muito conhecimento ainda), então esse livro tem tudo a ver com o cenário atual.
Beijinhos e parabéns pela resenha
Isabelle - Attraverso le Pagine
Obrigada Isabelle! Pois é, o livro não poderia ser mais atual!
ResponderExcluirAdorei ver a Jennifer Lawrence entregar mais uma excelente performance, esbanjando magnetismo seu sotaque russo, no entanto, se alterna entre bastante carregado e praticamente inexistente. Quando leio que um filme será baseado em fatos reais, automaticamente chama a minha atenção, eu amo os filmes baseados em livros, adoro ver como os adaptam para a tela grande. Particularmente It - A Coisa, esse filme foi uma surpresa pra mim, já que apesar dos seus dilemas é uma historia de horror que segue a nova escola, utilizando elementos clássicos. Com protagonistas sólidos e um roteiro diferente.
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