sábado, 9 de abril de 2016

Resenha da semana / Nove regras a ignorar antes de se apaixonar – Sarah MacLean

Romântico, engraçado e deliciosamente sexy. O primeiro livro da trilogia “Números do Amor” mostra que Sarah MacLean sabe direitinho como nos deixar apaixonada.

Imagine que você está no século XIX e que fosse a sua primeira temporada londrina, e a sua primeira noite de baile estava sendo uma das piores de sua vida e quando você resolve se esconder no jardim, encontra com um dos maiores (e mais maravilhoso) libertino da cidade e você inocente e romântica incurável acaba se apaixonando pelo tal.

Isso foi o que aconteceu com a protagonista, Calpúrnia Hartwell, que como se não bastasse um nome um tanto quanto exótico ela não se encaixada nos padrões estipulados pela alta sociedade: ela era gorda de mais, baixa de mais, com cabelo e olhos castanhos de mais, logo para todos ela era simples de mais. E depois de 10 anos do tal arrebatamento pelo libertino, Calpúrnia se tornou uma solteirona, aquela que tinha uma reputação impecável, mas que não era o bastante para que alguém se apaixonasse por ela.

Sua vida começa a mudar quando sem querer, ela escuta a conversa de sua irmã mais jovem, com o noivo, eles falavam dela com se ela fosse um peso e altamente passiva, sem vontade própria, sendo assim o casal apaixonado poderia decidir seu destino: uma ótima tia. Calpúrnia começa a se questionar quando foi que se tornou essa pessoa sobre a qual sua irmã falava, esse nunca havia sido seu projeto de vida e ela decide então que precisar mudar, precisa se aventurar mais, ser a Callie ao invés da Lady Calpúrnia.

Ela faz uma lista de nove coisas que gostaria de fazer que estragariam a sua reputação, mas que seriam as mais incríveis aventuras. E o primeiro item ( e só esse que vou falar para não dar spolier ) é “Beijar alguém... apaixonadamente”. Alguns drinques depois de fazer a lista renovam a coragem de Callie e ela resolve iniciar sua aventuras, e vai atrás de um tal libertino para poder riscar o primeiro item da lista.

Gabriel St. John, o marquês de Raston, ele era um dos melhores partidos de Londres por ser um marquês e ter muitas posses, mas a sua fama de devasso fazia com que as mães casamenteiras buscassem outras opções para suas filhas. Ele se encontrava dentro de um grande problema acabara de descobrir pelo seu irmão gêmeo que eles tinham uma irmã bastarda, que fora entregue na sua porta e o pior estava na idade de ser apresentada à sociedade. 

E depois de um mal entendido que faz com que Callie acabe no quarto de Gabriel com um pedido inusitado, surge uma parceria entre um libertino e uma solteira. Ela iria ajudar com a irmã bastarda e ele em troca a daria dois favores, sendo o primeiro deles o primeiro da lista.

Ao longo das páginas eles vão se conhecendo cada vez mais profundamente, as aventuras de Callie vão ficando mais e mais ousadas, que chegamos a nos perguntar quem é realmente o libertino da história. As cenas quentes são muito bem construídas e a história de um amor improvável se faz presente. Prepare-se para se identificar com uma solteirona, que nunca se sentiu que não se encaixa em certa posição que a colocaram? E para se apaixonar por um libertino.

O que mais gostei no livro foram as críticas implícitas: Por que a mulher tem que ser submissa? Fazer o que os homens querem, em detrimento de sua vontade própria? Callie com sua lista quebra todos os paradigmas da sociedade vigente e me fez pensar nos ganhos que nós mulheres do século XXI conquistamos. Outro ponto interessante do livro são os personagens secundários, os irmãos de Callie e Gabriel são muito divertidos e já nos dão uma amostra do que veremos nos próximos livros da série, que serão narrados pelos irmãos de Gabriel.

E por fim, o questionamento para com a aparência, padrões sociais e vontades próprias. Com a Callie podemos perceber que apenas impondo o terceiro ponto é que podemos conquistar a felicidade pela qual almejamos, no caso dela um amor verdadeiro.



Algumas quotes da Callie:

“ – Acho que as pessoas veem o que esperam ver, milorde, e não o que está diante delas”

“ – Não se passa a vida nos cantos dos salões sem aprender exatamente o que é preciso para ser a bela do baile, milorde”

“ – Linda. Sofisticada. Experiente. Não sou nenhuma dessa coisas. Sou o oposto do senhor e das mulheres de quem cercou. Prefiro muito mais ler um livro do que ir a bailes, desprezo a sociedade e tenho tão pouca experiência no departamento do romance que tive que ir à sua casa no meio da noite para conseguir meu primeiro beijo. A última coisa que quero é um casamento com alguém que vai se arrepender do arranjo assim que fizermos nossos votos.”

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