sábado, 31 de outubro de 2020

Resenha: Custe o que custar / Harlan Coben

O lançamento inédito do Harlan Coben no Brasil tem tudo aquilo que buscamos num ótimo thriller: pessoas desaparecidas, mortes inexplicáveis e fios soltos que só se complementam nas últimas páginas. Durante essa leitura uma coisa é certa: chega um momento que é impossível largar o livro. Além disso, a história está recheada de referências para os #harlanlovers, um verdadeiro presente aos fãs que o acompanham por tantos livros.

A verdade é que por mais profundo que estejam enterrados, os segredos sempre podem voltar para aterrorizar o presente. Simon Greene e sua família viviam a vida dos sonhos, tudo estava perfeito. A família perfeita. Ele e sua esposa, Ingrid, tinham bons empregos e podiam oferecer o que há de melhor aos seus três filhos. Moravam em umas das partes nobres de Nova York, em Upper East Side. Estava tudo bem, até que não estava mais.

“Esse é o problema, meu amigo. Depois que uma mentira entra na sala, mesmo com o melhor dos motivos, uma penca delas vem junto. Depois essas mentiras formam um bando e massacram a verdade”

Tudo começa a sair dos trilhos, quando Paige, sua filha mais velha vai para a faculdade e depois de poucos meses se envolve com drogas e com pessoas barra-pesada. Simon não entendia onde tinha errado, por que Paige escolheu esse caminho? Após algumas tentativas frustradas de reabilitação, Paige desaparece, mas Simon não ia deixar a filha por conta própria. Ele então realiza buscas e a descobre tocando violão no Central Park, mas ao tentar uma reconciliação, tudo sai dos eixos e Simon acaba se envolvendo numa briga com o namorado, aka aquele quem levou Paige para o vício, Aaron Corval. E sem spoilers, mas a briga viraliza na internet. O que faz com que ninguém menos que Hester Crimstein precise salvar a pele do Simon.

“Não existem muitas chances de ser herói na vida real. A gente tem que aproveitar quando a oportunidade aparece”

As coisas se enrolam ainda mais quando após um assassinato, surgem indícios de que Simon seja o autor.  Mas a pergunta que não quer calar é: Cadê a Paige? Simon vai fazer o que for preciso para salvar sua filha.

Elena Ramirez é uma famosa e experiente detetive particular, ex-agente do FBI, foi contratada por Sebastian Thorpe II para encontrar o seu filho Henry Thorpe que está desaparecido. Apesar de estarem em Chicago, as pistas levam Elena à uma cena de crime em Nova York.

Ash Ash e Dee Dee se preparam para cometer mais um crime, ele é um assassino profissional, não faz perguntas, apenas faz o serviço, enquanto Dee Dee estava envolvida com uma seita, ou com o que ela chama de ‘Verdade’, ela fará qualquer coisa para cumprir o que lhe foi designado.

Esses três fios aparentemente soltos, são muito bem construídos pelo Harlan, até que a gente percebe as conexões e que todos estão juntos de um emaranhado de segredos, crimes e desentendimentos.

“Porém não havia mais tempo para desacelerar, havia? A verdade, de uma forma ou de outra, andava rápido em sua direção como um trem de carga. Ele ainda não conseguia entende-la de fato.”

Mais uma vez o Harlan nos presenteia com um thriller de tirar o fôlego, uma dica: não se apegue aos personagens. Com temas muito atuais, como Fake News, avanço da tecnologia, redes sociais, abusos, ele nos mostra os perigos aos quais diariamente estamos expostos, além de nos alertar para o quão frágil pode ser a felicidade. Há felicidade plena com um segredo sentado junto à mesa? Mesmo se a verdade for uma granada que irá destroçar todos ao redor? Você contaria? Para descobrir o que o Simon fez é preciso ler até a última página. 

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