segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Resenha: Meus dias com você / Clare Swatman


Um livro sobre escolhas, amor, redenção e destino o que vale mais: abrir mão do seu sonho individual ou construir um novo sonho junto com a pessoa que você ama? Clare Swatman através de uma história comovente faz com que a gente questione nossas próprias vidas.

Zoe e Ed são um casal em crise, logo no início do livro percebemos que as coisas não vão muito bem para eles, uma simples sujeira no chão é motivo de briga, que faz com que Ed saia de casa para trabalhar sem se despedir e horas depois Zoe descubra que ele havia sofrido um acidente e estava morto.

“ – Mas eu estava muito zangada com ele. E ele não tinha feito nada errado. Eu nem me despedi, e agora ele morreu e nunca mais vou poder dizer a ele quanto o amo. É tarde demais. O que vou fazer agora?”

Ele havia saído para sempre de sua vida e a última coisa que falou com ele foi sobre uma besteira, Zoe se sente muito mal e entra em uma depressão, até que um dia ela decide ir arrumar o jardim no meio de uma chuva, quando escorrega e bate a cabeça.

Junto com Zoe acordamos no passado e começamos a descobrir o motivo do livro ter o título ‘Meus dias com você’, vamos revivendo junto com a Zoe todos os momentos, ou os principais momentos dela e do Ed, desde o dia em que se conheceram até o fatídico dia da morte e a pergunta que fica durante todo o momento, será que a Zoe irá conseguir mudar alguma coisa para que esse final seja diferente? Se a vida lhe deu essa oportunidade, ela não pode deixar de utilizar ou ao menos tentar.

Ao longo dos capítulos, Zoe começa a perceber que fez muitas escolhas erradas durante a vida, vou dar dois exemplos: o sonho dela era se casar, enquanto o Ed tinha repulsa da instituição casamento, mas sonhava com ter filhos, Ed prepara uma viagem para Paris e ela não consegue aproveitar nenhum segundo, pois em todo momento fica na expectativa de que ele vai pedi-la em casamento, como resultado eles têm um fiasco ao invés de uma viagem romântica, bem, tempos depois, Ed cede e eles se casam, por outro lado, Zoe não quer ceder, ela não quer ter filhos de maneira alguma, e o pior no futuro as coisas vão ficar complicadas e Zoe vai afastar todos, inclusive o Ed, devido a necessidade de engravidar, de volta ao passado ela tenta mudar, faz com que tenham, por exemplo, uma viagem incrível em Paris, mas será que está mudando o suficiente?

A primeira pergunta que eu fiz a mim mesma quando terminei a leitura foi: será que eu estou sendo muito egoísta na minha vida? Será que estou cega em meus desejos individuais e não enxergo que preciso compartilhar mais, ceder mais para que aqueles que eu amo possam também atingir seus objetivos? Claro que nem sempre a gente controla tudo, e nós não temos a oportunidade de voltar no tempo para consertar erros depois de ver que eles eram erros, mas a leitura do livro e as atitudes da Zoe fizeram com que eu repensasse as minhas, às vezes estamos tão dentro de nossos universos particulares que acabamos afastando aquelas pessoas que mais querem o nosso bem, será que não podemos alcançar um equilíbrio entre todos os desejos? É aquela velha máxima: o que é melhor, ser feliz ou ter razão? Zoe só percebeu que ser feliz era o que mais importava quando perdeu o homem da sua vida, bem, é melhor não fazer igual a ela, né?

Equilíbrio é o que sempre devemos buscar em nossas vidas, o amor é mais do que se jogar num abismo desconhecido, ele deve ser cultivado, podado e regado para crescer corretamente e se alguém esquecer de regar ou de podar, de dizer que ama, de ceder ou simplesmente compartilhar o que está sentindo, pode assim como uma planta, morrer.



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