segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Resenha: Contagem Regressiva / Ken Follett


Os livros do Ken Follett sempre têm uma pegada histórica, ler qualquer um deles é mergulhar em acontecimentos que fizeram com que o mundo sacudisse, obviamente são livros de ficção, mas a inspiração histórica é evidente e o tempo todo nós ficamos nos perguntando, o que de fato aconteceu e se os fatos se aproximam com a ficção criada por Follett.

Em Contagem Regressiva, mergulhamos no ambiente de Guerra Fria e corrida espacial, EUA e URSS disputam quem irá conquistar o espaço primeiro, a URSS sai na frente com o famoso Sputnik, enquanto os EUA apostam todas as suas fichas no lançamento de seu primeiro foguete.

Eis, que no dia do lançamento, um homem, Luke acorda no banheiro de uma estação de trem, vestido com farrapos e sem lembrar quem era. Ele não sabia o próprio nome, não sabia o que havia feito no dia anterior, não se lembrava de nada: que tipo de sujeito era, o que ele fazia para viver, se de fato era um mendigo ou um alcoólatra, mas ele decide que irá descobrir quem é.

Enquanto isso nós vamos conhecendo outros personagens, Anthony Carroll que é um dos chefes do Escritório de Serviços Estratégicos da CIA, aka espionagem extra-oficial, e acredita que Luke tem envolvimento com os russos e faz de tudo para que ele não descubra quem realmente era; a Dra. Billie Josephson, uma médica psiquiátrica que estuda a memória e Elspeth que é a esposa do Luke e trabalha como secretária na estação espacial dos EUA.

Os capítulos do livro são divididos entre os anos 1940 e 1958, no passado descobrimos  os fatos que fizeram com que os personagens chegassem às posições nas quais estão em 58. A Segunda Guerra Mundial teve grande importância na mudança de suas vidas. E vamos descobrindo que Anthony, Luke, Billie e Elspeth eram amigos de faculdade e em todo momento nos perguntamos o que aconteceu com essa amizade que parecia tão sólida.

O passado e o presente vão se misturando enquanto Luke vai tentando descobrir que tipo de homem ele era e a cada nova constatação ele percebe que não quer ser mais o homem que era, será que ele era realmente um espião? Ele sente que não ama de verdade sua esposa, sente que fez todas as escolhas erradas possíveis, será que com essa perda da memória, ele irá conseguir enxergar quem realmente ele deve manter em sua vida?

Se eu tivesse que definir esse livro em uma palavra seria aflição, tem realmente uma contagem regressiva acontecendo, e é impossível não se envolver na busca do Luke para entender o motivo de sua memória ter sido apagada, o que ele poderia saber? A certeza que ele tem é que o que ele descobriu tem haver com o lançamento do foguete, então ele precisa correr contra o tempo e refazer seus passos para tentar encaixar o quebra cabeças de sua memória e entender o por que a perdeu.

Além de tudo isso, nesse livro, Follett também mostrou a importância de ter por perto quem lhe realmente quer bem, será que conhecemos de verdade todas as pessoas que nos rodeiam? Será que elas poderiam nos trair? Vale tudo no amor e na guerra? E para ganhar a corrida espacial? Sabemos através da História quem venceu, mas a leitura desse livro irá fazer com que você faça vários questionamentos sobre quem de fato venceu.



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