quinta-feira, 26 de julho de 2018

Resenha: Uma noiva para Winterborne / Lisa Kleypas


Romances de época são feitos para fazer com que a gente se apaixone por personagens fictícios, que a gente torce pela mocinha a frente de seu tempo e quando se trata de Lisa Kleypas tudo isso envolvido em muitas cenas calientes.

Quem tem o hábito de ler romances de época acaba percebendo o diferencial da escrita de cada escritora, enquanto algumas têm uma pegada de mais cômica, outras vão fundo no quesito emoção e quando se trata da Lisa uma certeza você pode ter de antemão: cenas calientes estarão presentes, esse foi meu terceiro livro dela e foi o que teve mais cenas assim, não chega a estragar o livro, mas assumo que me irritou em alguns momentos, acho que a dose de cenas assim em romances de época deve ser sutil, já que não é um livro hot, o que esperamos de livros de romances de época, é o romance propriamente dito, já que os clássicos não tem nem mesmo um beijinho e mesmo assim suspiramos a cada novo capítulo, de novo, a quantidade dessas cenas não chega a estragar o livro, mas deixo esse aviso porque um leitor desavisado pode se sentir incomodado nos primeiros capítulos.

Nesse segundo livro dos Ravenels (resenha livro um aqui), voltamos a encontrar personagens já apresentados no primeiro livro e com as consequências de fatos do final do mesmo. Depois de um beijo roubado e o fim do noivado entre Hellen e Winterborne, nenhum dos dois fica satisfeito com isso, mas é a Hellen quem toma a iniciativa de ir atrás dele.

Rhys Winterborne é conhecido pela sua loja, que hoje chamaríamos de loja de departamentos, ele vende de tudo e é muito bem sucedido e reconhecido, conquistou tudo com seu próprio suor, mesmo não tendo uma origem nobre e sem heranças ou títulos, tem uma riqueza de dar inveja até aos nobres, sendo galês sempre sofreu preconceito para adentrar as camadas mais altas da sociedade, ele acredita que casando com uma mulher que venha das classes mais altas seu status irá melhorar.

Helen Ravenel é uma aristocrata, acostumada as regras de decoro, durante toda a sua vida tentou ser invisível, não fazer nada de errado, já que nunca foi amada de verdade pelos seus pais, seu passado guarda um segredo que poderá mudar o seu futuro. Deixando toda a sua timidez de lado, Helen procura Rhys e propõe reviver o noivado, ela deseja se casar com ele, mesmo sem uma origem nobre, ele é um homem pelo qual Helen sempre sonhou, que lhe dará tanto abrigo, quanto aventuras, viver ao lado dele nunca terá monotonia, mas Rhys não acredita que ela seria capaz de realmente ama-lo.

Eis que sabendo que a família Ravenel não permitiria o noivado, eles fazem um acordo: Rhys tiraria a castidade de Helen e dessa forma não havia como a família negar o casório, já que ela ficaria manchada, o fato é que depois desse acordo pecaminoso e de se entregarem um ao outro, eles percebem que não poderão mais viver distantes e que o era uma simples atração inicial é na verdade algo muito mais profundo: amor verdadeiro.

Os dois não poderiam ser mais diferentes, mas quando estão juntos se completam e todo o resto não tem mais importância, o que destaco do livro é o ambiente da Revolução Industrial, assim como no primeiro, a aristocracia está decadente, cada vez mais os burgueses conquistam espaços em detrimento de uma classe trabalhadora cada vez mais explorada, duas passagens do livro que me marcaram foram: o governo que prefere um orfanato cheio, para utilizar crianças como mão de obra em fábricas e o papel da mulher, temos uma personagem médica, que não é bem recebida em todos os lugares, mas que é tanto ou mais competente que qualquer médico homem, ela ainda bane certa peça do vestuário que de fato não servia para nada, apenas para atrasar a vida.

Por fim uma quote para todo mundo querer ser a Sra. Winterborne:

“Eu lamento cada minuto que você está fora do alcance dos meus olhos. Lamento cada passo que dou e não me leva mais perto de você. Meu último pensamento a cada noite é que você deveria estar em meus braços. Não há paz nem prazer em minha cama vazia, onde durmo com você só em sonhos e acordo amaldiçoando a aurora. Se eu tivesse esse direito, eu a proibiria de ir a qualquer lugar sem mim. Não por egoísmo, mas porque estar longe de você é como tentar viver sem respirar. Pense nisso. Você roubou o ar que eu respiro. E agora estou fadado a contar os dias até poder pegá-lo de volta com você, um pouco a cada beijo.”


Nenhum comentário:

Postar um comentário