Romances de época são feitos para
fazer com que a gente se apaixone por personagens fictícios, que a gente torce
pela mocinha a frente de seu tempo e quando se trata de Lisa Kleypas tudo isso
envolvido em muitas cenas calientes.
Quem tem o hábito de ler romances
de época acaba percebendo o diferencial da escrita de cada escritora, enquanto
algumas têm uma pegada de mais cômica, outras vão fundo no quesito emoção e
quando se trata da Lisa uma certeza você pode ter de antemão: cenas calientes estarão presentes,
esse foi meu terceiro livro dela e foi o que teve mais cenas assim, não chega a
estragar o livro, mas assumo que me irritou em alguns momentos, acho que a dose
de cenas assim em romances de época deve ser sutil, já que não é um livro hot,
o que esperamos de livros de romances de época, é o romance propriamente dito,
já que os clássicos não tem nem mesmo um beijinho e mesmo assim suspiramos a
cada novo capítulo, de novo, a quantidade dessas cenas não chega a estragar o livro, mas deixo esse aviso porque
um leitor desavisado pode se sentir incomodado nos primeiros capítulos.
Nesse segundo livro dos Ravenels
(resenha livro um aqui), voltamos a encontrar personagens já apresentados no
primeiro livro e com as consequências de fatos do final do mesmo. Depois de um
beijo roubado e o fim do noivado entre Hellen e Winterborne, nenhum dos dois
fica satisfeito com isso, mas é a Hellen quem toma a iniciativa de ir atrás
dele.
Rhys Winterborne é conhecido pela
sua loja, que hoje chamaríamos de loja de departamentos, ele vende de tudo e é
muito bem sucedido e reconhecido, conquistou tudo com seu próprio suor, mesmo não
tendo uma origem nobre e sem heranças ou títulos, tem uma riqueza de dar inveja
até aos nobres, sendo galês sempre sofreu preconceito para adentrar as camadas
mais altas da sociedade, ele acredita que casando com uma mulher que venha das
classes mais altas seu status irá melhorar.
Helen Ravenel é uma aristocrata,
acostumada as regras de decoro, durante toda a sua vida tentou ser invisível,
não fazer nada de errado, já que nunca foi amada de verdade pelos seus pais,
seu passado guarda um segredo que poderá mudar o seu futuro. Deixando toda a
sua timidez de lado, Helen procura Rhys e propõe reviver o noivado, ela deseja
se casar com ele, mesmo sem uma origem nobre, ele é um homem pelo qual Helen
sempre sonhou, que lhe dará tanto abrigo, quanto aventuras, viver ao lado dele
nunca terá monotonia, mas Rhys não acredita que ela seria capaz de realmente
ama-lo.
Eis que sabendo que a família
Ravenel não permitiria o noivado, eles fazem um acordo: Rhys tiraria a
castidade de Helen e dessa forma não havia como a família negar o casório, já
que ela ficaria manchada, o fato é que depois desse acordo pecaminoso e de se
entregarem um ao outro, eles percebem que não poderão mais viver distantes e
que o era uma simples atração inicial é na verdade algo muito mais profundo:
amor verdadeiro.
Os dois não poderiam ser mais
diferentes, mas quando estão juntos se completam e todo o resto não tem mais
importância, o que destaco do livro é o ambiente da Revolução Industrial, assim
como no primeiro, a aristocracia está decadente, cada vez mais os burgueses conquistam
espaços em detrimento de uma classe trabalhadora cada vez mais explorada, duas
passagens do livro que me marcaram foram: o governo que prefere um orfanato
cheio, para utilizar crianças como mão de obra em fábricas e o papel da mulher,
temos uma personagem médica, que não é bem recebida em todos os lugares, mas
que é tanto ou mais competente que qualquer médico homem, ela ainda bane certa
peça do vestuário que de fato não servia para nada, apenas para atrasar a vida.
Por fim uma quote para todo mundo
querer ser a Sra. Winterborne:
“Eu lamento cada minuto que você
está fora do alcance dos meus olhos. Lamento cada passo que dou e não me leva
mais perto de você. Meu último pensamento a cada noite é que você deveria estar
em meus braços. Não há paz nem prazer em minha cama vazia, onde durmo com você
só em sonhos e acordo amaldiçoando a aurora. Se eu tivesse esse direito, eu a
proibiria de ir a qualquer lugar sem mim. Não por egoísmo, mas porque estar
longe de você é como tentar viver sem respirar. Pense nisso. Você roubou o ar
que eu respiro. E agora estou fadado a contar os dias até poder pegá-lo de
volta com você, um pouco a cada beijo.”
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