segunda-feira, 16 de julho de 2018

Resenha: Mas tem que ser mesmo para sempre? / Sophie Kinsella


Sophie Kinsella é a rainha das comédias românticas é uma delícia sorrir com cada loucura de suas personagens e pensar algumas vezes: ‘eu faria o mesmo’ e outras ‘sua louca, não faz isso, vai dar treta!’. Em ‘Mas tem que ser mesmo para sempre’, temos uma heroína diferente, ela já conquistou seu ‘final feliz’: marido perfeito, emprego dos sonhos, duas filhas lindas, mas será que é tudo assim tão perfeito e feliz que ela poderia viver assim pelo resto de sua vida?

A primeira coisa que eu preciso dizer é, por que um título tão grande Record? O livro em inglês é ‘Surprise Me’, algo como Me surpreenda, tudo bem que essa tradução literal faria com que as pessoas pudessem pensar que fosse um livro com uma pegada mais caliente, mas o título escolhido ficou enorme, até pra indicar é ruim e não condiz muito com a história também, na minha opinião erraram nessa escolha.

O pontapé inicial da história ocorre quando o casal perfeito Sylvie e Dan decidem fazer uma consulta médica de rotina, digo casal perfeito porque eles dividem tudo, são super intuitivos, chegando ao nível de não precisar nem finalizar uma frase porque o outro já entendeu e já a completou, ele formam uma dupla imbatível, bem era isso que Sylvie pensava.

Na consulta eles descobrem que estão muito bem de saúde, que viverão até ou mais que 100 anos, esta fala do médico os deixa atônitos, começam a fazer contas e a pensar que terão mais de 60 anos de casados, e que a rotina deles não era assim tão perfeita, como viveriam aquela mesma rotina pelos próximos 60 anos de suas vidas?

Sylvie tem então a brilhante ideia de ambos surpreenderem um ao outro, fazerem coisas inusitadas para que saiam da rotina e todos esses anos não sejam um fardo. Bem, só que isso não dá muito certo, por exemplo, Dan tem a ideia de criar uma cobra de estimação, Sylvie compra o café da manhã especial de um hotel com pratos de diferentes países, resultado: ninguém consegue comer nada daquela refeição caríssima e isso é apenas o começo.

Além disso, as coisas no trabalho de Sylvie estão indo de mal a pior, ela trabalha em uma instituição de caridade, a Willoughby House, mantida pela família Kendrick, eles tem uma grande coleção de objetos de valores inestimáveis e sobrevivem com doações, o que Sylvie não poderia imaginar é que as contas da instituição não fecham já faz um tempo e o casarão antigo e bem localizado poderá ir a baixo para a construção de um condomínio.

A cada nova surpresa do projeto de Sylvie, ela vai percebendo que não conhece de verdade o seu marido, ele esconde segredos e quando uma antiga namorada dele revive das cinzas, ela vê todo o seu mundo perfeito desmoronar, mas o que ela não sabia era que estourar essa bolha da perfeição irá mudar sua vida para sempre e fazer com que cem anos sejam até pouco tempo para se viver.

Tem uma frase no livro ‘Vincit qui se vincit’ (Vence quem se vence) e acho que todo mundo deveria adotar esse lema em suas próprias vidas, nós podemos ser nossos próprios pesadelos ou sonhos, se a gente se vence todo dia, nem que seja em coisas bem pequenas a vida faz mais sentido, nada melhor do que vencer a si mesmo e se surpreender com o que você é capaz de fazer.


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