Sophie Kinsella é a rainha das
comédias românticas é uma delícia sorrir com cada loucura de suas personagens e
pensar algumas vezes: ‘eu faria o mesmo’ e outras ‘sua louca, não faz isso, vai
dar treta!’. Em ‘Mas tem que ser mesmo para sempre’, temos uma heroína
diferente, ela já conquistou seu ‘final feliz’: marido perfeito, emprego dos
sonhos, duas filhas lindas, mas será que é tudo assim tão perfeito e feliz que
ela poderia viver assim pelo resto de sua vida?
A primeira coisa que eu preciso
dizer é, por que um título tão grande Record? O livro em inglês é ‘Surprise
Me’, algo como Me surpreenda, tudo bem que essa tradução literal faria com que
as pessoas pudessem pensar que fosse um livro com uma pegada mais caliente, mas
o título escolhido ficou enorme, até pra indicar é ruim e não condiz muito com
a história também, na minha opinião erraram nessa escolha.
O pontapé inicial da história
ocorre quando o casal perfeito Sylvie e Dan decidem fazer uma consulta médica
de rotina, digo casal perfeito porque eles dividem tudo, são super intuitivos,
chegando ao nível de não precisar nem finalizar uma frase porque o outro já
entendeu e já a completou, ele formam uma dupla imbatível, bem era isso que
Sylvie pensava.
Na consulta eles descobrem que
estão muito bem de saúde, que viverão até ou mais que 100 anos, esta fala do
médico os deixa atônitos, começam a fazer contas e a pensar que terão mais de
60 anos de casados, e que a rotina deles não era assim tão perfeita, como viveriam
aquela mesma rotina pelos próximos 60 anos de suas vidas?
Sylvie tem então a brilhante ideia
de ambos surpreenderem um ao outro, fazerem coisas inusitadas para que saiam da
rotina e todos esses anos não sejam um fardo. Bem, só que isso não dá muito
certo, por exemplo, Dan tem a ideia de criar uma cobra de estimação, Sylvie
compra o café da manhã especial de um hotel com pratos de diferentes países,
resultado: ninguém consegue comer nada daquela refeição caríssima e isso é apenas o começo.
Além disso, as coisas no trabalho
de Sylvie estão indo de mal a pior, ela trabalha em uma instituição de
caridade, a Willoughby House, mantida pela família Kendrick, eles tem uma grande
coleção de objetos de valores inestimáveis e sobrevivem com doações, o que
Sylvie não poderia imaginar é que as contas da instituição não fecham já faz um
tempo e o casarão antigo e bem localizado poderá ir a baixo para a construção
de um condomínio.
A cada nova surpresa do projeto de
Sylvie, ela vai percebendo que não conhece de verdade o seu marido, ele esconde
segredos e quando uma antiga namorada dele revive das cinzas, ela vê todo o seu
mundo perfeito desmoronar, mas o que ela não sabia era que estourar essa bolha
da perfeição irá mudar sua vida para sempre e fazer com que cem anos sejam até
pouco tempo para se viver.
Tem uma frase no livro ‘Vincit qui se vincit’ (Vence quem se
vence) e acho que todo mundo deveria adotar esse lema em suas próprias vidas,
nós podemos ser nossos próprios pesadelos ou sonhos, se a gente se vence todo
dia, nem que seja em coisas bem pequenas a vida faz mais sentido, nada melhor
do que vencer a si mesmo e se surpreender com o que você é capaz de fazer.
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