domingo, 13 de setembro de 2020

Resenha: Uma fortuna perigosa / Ken Follett

Pegar qualquer livro do Follett é ter a certeza que irá mergulhar na História. Em ‘Uma Fortuna Perigosa’, ele nos leva para uma viagem através do início do mundo bancário junto com a família Pilaster, vamos acompanhamos intrigas, manipulações, assassinatos e luxuria tendo como plano de fundo a volatilidade do dinheiro.

O livro é dividido em três partes. Como o Follett gosta de fazer, vemos o crescimento dos personagens desde sua infância até a fase adulta e como o mundo bancário os afeta de diversas maneiras.

Nossa história se inicia com os meninos Hugh Pilaster, Edward Pilaster, Micky Miranda, Tonio Silva, Solly Greenbourne e Peter Middleton. Hugh, Peter e Tonio estavam se divertindo no lago, quando chegam os valentões mais velhos Edward e Micky, após algumas brincadeiras maldosas. Edward Pilaster não retorna vivo para a escola e ninguém nunca soube a real causa de sua morte. Hugh é chamado na coordenação e recebe a fatídica notícia de que seu pai havia tirado a própria vida, como consequência de uma crise bancária. A partir desse momento a vida desses meninos nunca mais seria a mesma.

Conhecemos mais personagens que já muito jovens viram o efeito de uma crise financeira na própria pele, Maisie e seu irmão Dan quando descobrem que seu pai havia perdido o emprego e não teria dinheiro nem para alimentar a família, resolvem fugir de casa.

E finalmente preciso apresentar a personagem Augusta Pilaster, ou melhor, a vilã da história, vibes madrasta da Cinderela, após o incidente no lago, ela faria qualquer coisa para que Edward, seu filho, não sofresse consequências, e assim ela começa uma ardilosa aliança com Micky Miranda.

Os anos se passam. Hugh se torna um empregado do banco da família, com a morte do pai ele não tinha herança, tinha que trabalhar para ter dinheiro e vivia de favor na casa dos tios. Edward se tornou um jovem adulto preguiçoso, ele era o herdeiro do banco, não precisava trabalhar, o que ele mais gostava era farrear com seu melhor e único amigo Micky.

Logo percebemos que Augusta manipula toda a família e chantageia ou ameaça qualquer um que ficar em seu caminho. Ela é frustrada devido a acontecimentos em seu passado, o que ela quer é poder e status na sociedade londrina, além de garantir o futuro de seu filho. E para isso, ela destrói por diversas vezes a vida de Hugh.

Micky está pressionado. Seu pai, o líder de uma facção de Córdoba, precisa de dinheiro para colocar seus planos de tomar o poder do país a força e para isso precisa da ajuda do filho. Micky então utiliza sua amizade e aliança com Augusta para fazer com que o Banco Pilaster financie pela primeira vez a facção Miranda e claro que não seria a última.

O panorama é: a família Pilaster é muito rica, mas é totalmente manipulada pela ardilosa Augusta, que coloca todos constantemente contra Hugh, ele que apesar de muito jovem tem ideias inovadoras, que se fossem implementadas, ajudariam muito o banco, enquanto Edward é um preguiçoso. A família não acredita que investimentos como o dos Miranda poderiam colocar tudo a perder. Eles não poderiam estar mais errados.

Deixo um destaque para a personagem que citei no início, Maisie, ela é uma mulher incrível que não deixa as intempéries da vida joga-la no chão. É a melhor personagem feminina do livro, em sua vida há a pobreza extrema na infância, passando pela riqueza por se casar com um banqueiro rico, com uma curva no caminho com um coração partido e finalizando lutando para a construção de um hospital para mulheres.

Achei muito interessante a construção do livro. O Follett mostra o impacto de crises financeiras, e como muitas vezes decisões tomadas por puro interesse individual ou ego podem levar pessoas inocentes a miséria. É muito legal observar que há personagens muito íntegros que seguem seus princípios e não desviam mesmo pressionados, enquanto há aqueles que são a escória. Assumo que fiquei com muita raiva em alguns momentos, ‘que personagens horríveis, como são capazes?’, a verdade é que na vida real ainda pode ser muito pior, mas a vontade de descobrir tudo me fez ler o livro muito rápido, quando a gente se apega aos personagens é impossível não querer saber tudo o que vai acontecer com eles.

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