Qual é o seu sonho secreto?
Você vive no automático ou em busca de realizar seus sonhos? Você sabe de fato qual é mesmo o seu sonho?
A
biblioteca dos sonhos secretos tem cinco histórias independentes que nos
inspiram a buscar nossos sonhos. É através de livros que os personagens irão
entender qual caminho devem seguir, mas a resposta já estava com eles, eles só
precisavam enxergar.
Livros
têm esse poder de nos ajudar a sermos pessoas melhores, e melhores pra nós
mesmos até, porque muitas vezes nós somos a própria pedra no nosso caminho. E,
por exemplo, já pensamos, que algo vai dar errado antes mesmo de tentar e qual
o problema se der errado, né? O pior é nem tentar.
Michiko
Aoyama nos mostra nessas histórias que livros podem ser mágicos.
Apesar de serem histórias independentes, elas vão se esbarrando aqui e ali, seja pela biblioteca e bibliotecária sempre presente ou por citações de personagens que já conhecemos antes, eles estão todos vivendo perto e as suas vidas as vezes têm pontos de conexão, mesmo que estejam vivendo os momentos mais diversos da vida.
O que todos esses personagem têm em comum é a pergunta: o que você procura? O que faz refletir sobre suas vidas e vai ser através dos mais diferentes livros que eles irão encontrar respostas. Pensei em citar quais os livros que cada personagem lê, mas achei melhor deixar essa surpresa para a leitura, é legal descobrir o livro bem aleatório que faz o personagem ter um estalo.
Tomoka:
A vendedora e o pão de ló
Uma
jovem que acabou de ser formar na faculdade e está trabalhando numa loja de
roupas. Ela está desesperançosa, se acha inútil e acha que o trabalho dela não
é nada válido. Vai ser uma ida a biblioteca e o livro infantil Guri e Gura que
irá mudar sua vida. E a inspirar a olhar tudo por outros pontos de vistas e ser
menos crítica a si mesma.
Muito
interessante e impossível não se identificar com ela.
“Digitei ‘tudo’ e a primeira opção do preenchimento automático foi ‘bem’. Acabei enviando desse jeito. Na realidade eu pretendia responder ‘tudo um saco.’”
Ryo:
O contador e o antiquário
Ele
trabalha no automático e com sonho de ter seu próprio negócio. Um antiquário.
Ele pensa que nunca vai ter tempo, muito menos dinheiro pra realizar esse
sonho.
Sobre
confiança e acreditar em si mesmo e nos outros também. Um sonho quando compartilhado
pode ser ainda mais realizador. Além do ‘idade não é documento’.
Ele
vai sofrer até perceber que a vida tem pontos de vista diferentes.
“Já do ponto de vista das plantas, a parte de cima e a de baixo são igualmente importantes e estão em equilíbrio. Os seres humanos só enxergam o que lhes convêm e acham que isso é tudo. Já as plantas... os dois lados são importantes.”
Natsumi:
A ex-editora
Ela
sonhava em ter um filho, mas quando sua pequena filha chegou, a sua vida virou
de cabeça para baixo. Perdeu o cargo de prestígio com o qual tanto sonhou e
lutou para conseguir e ficou se sentindo perdida em todos os aspectos da vida,
tudo parecia fora do lugar. Ao mesmo tempo que ele amava a filha, ela sente que
‘perdeu’ sua vida.
Muitos
dilemas sobre a maternidade, o dia a dia nada fácil. Como diferenciar a identidade
profissional x identidade 'mãe'. Papel da mãe, quem busca na escola é sempre a
mãe. O pai continua seguindo a carreira, isso não é justo.
Importância
da mudança de perspectiva. Se os fatores são diferentes, como você pode ficar
esperando o resultado anterior? Isso só gera frustração.
“–
Fico feliz por ter servido de ponte não apenas para você ler o livro, mas para
querer ter um exemplar dele com você.
-
Sim, graças a ele senti vontade de me transformar.
Ela
sorriu.
- Acontece com todos os livros. Mais valioso do que o poder que existe neles, é o jeito como você os lê.”
Hiroya:
O desempregado
Você
terminou os estudos e agora o certo é ir trabalhar, mas e se não conseguir se
encaixar em nenhum trabalho? Ou pior, se nenhum empregador te escolher?
Ele
tem uma paixão, mas não conseguia enxergar que o que ele amava também poderia
ser sua fonte de renda, ou pelo menos uma fonte de vida. Depois de passar muito
tempo ocioso em casa e sem ter nenhuma vontade de sair, ele visita a biblioteca
comunitária. E essa visita muda a sua vida.
“A estabilidade absoluta não existe em nenhum emprego. Todo mundo apenas tenta dar o seu melhor para seguir em frente [...]. Não há certeza de nada na vida. Maas o lado bom disso é que, se não há segurança de que as coisas vão dar certo, também não há garantias de que vão dar errado.”
Masao:
O aposentado
O
que você faz quando não precisa mais fazer nada? A vida toda você trabalhou na
mesma empresa e agora a recompensa chegou: sua aposentadoria. E finalmente você
poderá viver, mas o que é viver? Como faz pra viver e a única vida que você já
conheceu envolvia o trabalho?
A
importância de olhar para os lados, ao invés de olhar só para a frente, e de valorizar
todas as experiências.
“ –
Um trabalhador como eu se sente excluído da sociedade ao se aposentar. Quando
trabalhava, eu ansiava por mais tempo para mim, mas na realidade, agora que
tenho esse tempo, não sei o que fazer com ele. Não vejo sentido no resto da
minha vida.
- O
que é esse ‘resto’? – indagou ela, sem mover as sobrancelhas um milímetro
sequer.
Eu
me pergunto o mesmo.
- O
excesso, talvez. O que sobre? – respondei num tom autodepreciativo, e Komachi
inclinou a cabeça para o lado oposto com outro estalido.
-
Por exemplo, digamos que eu comi dez cookies de uma caixa contendo doze – disse
ela.
-
Como?
-
Nesse caso, os dois que estão na caixa são ‘o excesso’? São ‘o resto’?”
Todos
esses personagens me fizeram refletir bastante, esse é um daqueles livros que
as vezes a gente precisa reler para se inspirar novamente. O mais interessante
é pensar que seja aqui no Brasil ao lá do outro lado do mundo, pessoas passam
pelos mesmos dilemas ao longo da vida.
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