Harlan Coben, nosso mestre das
noites em claro, além de ter o dom de nos fazer ficar acordados até terminar de
ler um de seus livros, também nos faz refletir, em “Até o fim” a pergunta que
fica é: será que realmente conhecemos as pessoas que estão ao nosso redor?
O prólogo do livro já nos deixa
intrigado, um bar, uma jovem sensual, um homem de meia idade desiludido,
bebendo para afogar as mágoas, ambos vão embora juntos, são parados por uma
blitz e pá, um policial é assassinado a sangue frio, só conseguimos pensar o
quê que tá acontecendo?
A vida de Nap Dumas estava toda
organizada, tinha o melhor irmão do mundo, um futuro promissor pela frente, a
namorada dos sonhos, e tudo vai por água abaixo, quando numa fatídica noite,
ele recebe a notícia que seu irmão gêmeo e a namorada dele haviam sido atropelados,
encontrados mortos nos trilhos do trem, tudo indicando que ambos haviam se
suicidado e para somar a lista da tragédia, a namorada de Nap, some
misteriosamente. Ele sempre achou que era o melhor amigo do seu irmão gêmeo,
achava que conhecia tudo sobre ele, que entres eles não havia segredos,
confiava no irmão e lhe contava tudo sobre sua vida, o que ele não poderia
imaginar era que seu amado irmão escondia grande parte de sua vida.
“Todo mundo tem seus sonhos e esperanças”
Anos se passam e Nap se torna um
detetive, nunca deixou de pensar no irmão, em como a morte dele tinha fios
soltos, o laudo pericial indicou que ambos estavam com drogas e álcool no
organismo, mas Nap nunca comprou a história de morte acidental, e claro, nunca
esqueceu Maura, a sua namorada da adolescência, única mulher que amou durante
toda a vida, o que será que aconteceu com ela? A intuição de Nap diz que o
desaparecimento de Maura e a morte de seu irmão estão conectados de alguma
forma.
“Onde estaria a verdade dos meus sentimentos? E que diferença isso pode
fazer?”
No meio das investigações algo
chama a atenção do Nap, lá atrás na época da escola, seu irmão tinha com alguns
amigos, um grupo que ia atrás dos mistérios, o Clube da Conspiração, Nap não
participava, nunca se interessou pelo grupo e estava muito ocupado participando
de competições esportivas, o clube tinha uma antiga base militar da cidade como
um de seus focos, a base era envolta de mistérios, no meio da cidade durante a
guerra fria, uma base secreta que todo mundo sabia da existência, mas o que
faziam ali, nunca foi divulgado, será que certo grupo de adolescentes descobriu
algo que não poderiam? Seu irmão e a namorada, morreram em um suicídio,
que Nap nunca aceitou, Maura estava sumida, Rex assassinado a sangue frio, Hank
com um distúrbio mental, para Nap a verdade por trás de tudo tinha que ter uma
relação com o tal clube.
Nap se envolve na investigação do
policial assassinado, e ao começar a puxar os fios soltos percebe que esse não
seria um caso simples e quando ele reconhece o caminhar de uma mulher ao
observar imagens de uma câmera de segurança, percebe que enfim poderá ter
respostas para perguntas que guarda durante 15 anos.
Harlan mais uma vez nos envolve em
uma teia de acontecimentos, fazendo com que a gente crie uma série de
teorias, para que no final fiquemos pensativos e enganados, porque apesar de
todas as pistas estarem na nossa frente, somos surpreendidos. Em "Até o
fim", Harlan nos faz um alerta: Será que realmente conhecemos todas as
pessoas que estão ao nosso redor? Será que vale a pena saber todos os segredos
de todo mundo? Bem, junto com Nap, vamos até o fim de uma jornada em busca de
colocar todos os pontos finais, mesmo que alguns deles possam destroçar o
coração.
Duas últimas coisas para destacar:
a narrativa do livro, é em primeira pessoa e como se Nap estivesse conversando
com irmão em alguns momentos e tem uma participação muito especial para os amantes
da Série Myron Bolitar.
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