A palavra que define esse livro é suspiros. Um bom romance deve nos fazer suspirar, sentir nossos corações apertados e sorrir a cada acerto ou mal entendido. Loretta Chase faz com que nos apaixonemos por um lindo Belzebu.
Romances de época estão fazendo sucesso atualmente, e o que grande maioria deles tem? Mulheres a frente de seu tempo, nem um pouco frágeis e homens belíssimos, másculos, pelos quais amamos nos apaixonar a cada página. Bem, “O príncipe dos canalhas” tem uma perspectiva um tanto quanto diferente, não temos o herói-galã, pelo qual todas as mulheres suspiram, temos um anti-herói, um Belzebu, um homem que dá medo em todos que estão a sua volta, que todos acreditam que tem poderes sobrenaturais e ninguém ousa o contradizer, bem exceto uma certa mulher que está a frente de seu tempo.
No início do livro somos apresentados ao pequeno Sebastian que foi excluído por seu pai e abandonado pela mãe. O pai tinha horror em olhar para seu único filho, que tinha feições fora do comum, um grande nariz e um corpo muito grande para sua idade, assim como pelo pai, Sebastian também fora maltratado na escola, até descobrir que poderia usar a repulsa das pessoas em seu favor. Ele se torna com a morte de seu pai, o marquês de Dain, nosso Belzebu.
Jessica Trent e seu irmão Bertie ficaram órfãos muito jovens e acabaram sendo criados pela sua avó, Genevive, que tinha uma fama um tanto quanto peculiar. Jessica sempre sentiu que tinha uma obrigação de cuidar de seu desmiolado irmão. Quando ela descobre que seu irmão está se tornando amigo íntimo de um dos maiores cafajestes de Paris, ninguém menos que o marquês de Dain, Jessica resolve que deveria ser ela a dar um jeito nessa situação preocupante. Ela tinha um status de solteirona para a sociedade, havia recebido muitos pedidos de casamento, mas não aceitara nenhum, seu sonho era abrir sua própria galeria para vender antiguidades restauradas, as quais ela tinha um dom para encontrar e conseguir os melhores preços.
Dain, ao descobrir que a irmã de Bertie, um homem que era grudento e ficava atrás dele, está vindo a Paris para tirar Bertie de sua companhia, fica feliz por saber que irá se livrar finalmente desse encosto e fica também curioso em saber como seria esta irmã, que era considerada uma femme fatale. O primeiro encontro de um Belzebu com uma femme fatale, acontece numa loja de antiguidades, onde Jessica está em busca de um presente para sua avó, no primeiro olhar que Dain e Jessica trocam, eles se apaixonam, mas nenhum dos dois se rende ao amor a primeira vista. O amor não está nos planos deles, eles têm personalidades fortes e apenas depois de tiros, trovões e discussões que os dois irão aceitar os próprios sentimentos.
Preciso dizer que as descrições das cenas de amor são de tirar o fôlego! É muito divertido também, saber o que cada um dos personagens pensa e está sentido, sem que eles compartilhem seus sentimentos com os outros, algumas vezes dá vontade de gritar: “Não faz isso!", ou “Fala logo o que você sente, pelo amor de Deus!”.
Loretta faz uma releitura do clichê “o amor é cego” e da história da Bela e a Fera, em um romance de época, de uma forma que eu não poderia esperar. O livro faz com que pensemos sobre o amor, que antes de buscarmos amar o outro precisamos nos entender com nossos próprios corações. Além de levantar questões muito atuais, do bullying e dos padrões de beleza estipulados pela sociedade, Loretta nos faz refletir de uma forma leve e divertida.
Assumo que criei muitas expectativas sobre esse livro e não me decepcionei, o marquês de Dain, entrou para minha lista de melhores amores platônicos dos romances. Gostaria de vê-los tentar parar de ler esse livro.
Campanha: #QueroUmBelzebuPraMim <3 |
Um pouco de Jessica e Dain, pra vocês...
“Jessica achava que compreendia o desejo: uma atração, uma corrente magnética que unia homem e mulher. Achava que sabia o que era luxúria: uma fome intensa, um anseio forte. Passara noites febris sonhando que ele e dias inquietos pensando nele. Chamara isso de atração animal, primitiva, louca. E descobriu que não entendia nada.”
“Jessica só precisava sorrir para ele, e aquela necessidade monstruosa e brutal crescia dentro de Dain, estrangulado o intelecto e demolindo a fachada frágil do homem civilizado.”
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