segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Resenha da Semana: Magia do Sangue/ Nora Roberts

Um ótimo final para uma trilogia sobre bruxas, feitiços, magia, mas, sobretudo sobre amor e amizade, onde o amor sobre fala mais alto e se torna a chave de tudo. 

Quem lê Nora Roberts, pode ter uma certeza: irá mergulhar numa deliciosa história de amor. A trilogia dos Primos O’Dwyer é um pouco fora da zona de conforto da Nora, por ter a fantasia como um dos seus principais eixos. “Magia do Sangue” é o último livro da trilogia, para quem não teve nenhum contato com os livros anteriores ou ainda não terminou de ler, aconselho parar de ler a resenha se não gostar de spoliers, porque inevitavelmente tenho que falar dos acontecimentos anteriores. Mas você pode ler as resenhas dos livros anteriores: 
Livro 1: Bruxa da Noite 

A história dos Primos O’Dwyer, sendo eles Iona, Branna e Connor é situada na Irlanda, eles juntos carregam um fardo/maldição/dom de possuir o poder da Bruxa da Noite de Mayo e ter o bruxo maligo, Cabhan, os seguindo por diversas gerações. No primeiro livro centrado na Iona entramos no universo mágico e conhecemos o seu interesse amoroso e futuro noivo, Boyle. No segundo livro é a vez de Connor e Meara se encontrarem no amor e em ambos os livros as tentativas de destruir Cabhan não foram bem sucedidas. 

E finalmente no terceiro e último livro que é centrado na história de amor de Branna e Finbar Burke. Os dois foram os que mais sofreram devido a maldição, eles eram apaixonados um pelo outro praticamente durante toda a vida e foi na primeira noite de amor dos dois que uma marca surgiu em Fin, a marca de Cabhan, o sangue do bruxo maligno corria nas veias de Fin e isso impossibilitava que ele e Branna ficassem juntos. 

Após essa descoberta os dois seguiram suas vidas, Branna com sua loja de produtos artesanais e Fin se tornando um empresário de sucesso, mas o que eles sentiam um pelo outro continuou vivo em seus corações e a única forma pela qual eles poderiam ter uma chance de viver esse amor era destruindo Cabhan. 

Ao mesmo tempo em que se sentem atraídos, Branna e Fin precisam trabalhar juntos e unir suas forças para descobrir um meio de liquidar de uma vez por todas o bruxo maligno. E quando eles percebem que não podem mais negar o que sentem e precisam viver intensamente o hoje, Cabhan também usa todas as suas forças em prol de os seduzir para a escuridão. Para conseguirem ter um amanhã juntos eles irão usar de todas as ferramentas possíveis, já que eles arriscariam tudo para ter uma chance de viver o amor que sentem um pelo outro. 

No lado da magia, esse livro esta repleto das viagens durante o sonho que também estiveram presentes nos livros anteriores, mas agora têm um papel fundamental para o desencadeamento da história e os três primeiros bruxos da noite, Brannaugh, Eamon e Teagan também estão presentes e até mesmo Sorcha faz uma aparição fundamental. Mas um detalhe importante é que os capítulos são mais centrados no século XXI, diferentemente dos outros livros que iam ao século XIII e voltavam, dessa vez os personagens dos séculos interagem, mas dentro do enredo do século XXI e dos O’Dwyer. 

Comparado aos dois primeiros livros, esse é o que tem mais romance, a história de Fin e Branna e ardente ao mesmo tempo em que toca lá no fundo do coração. E o amor que eles compartilham é a melhor ferramenta contra toda a destruição e escuridão produzida por Cabhan. 

No final dessa trilogia, pensando para além da magia e fantasia, às vezes o Cabhan, algo que nos puxa na direção errada, pode ser qualquer coisa de um relacionamento ruim a um desconhecido, Nora nessa trilogia nos mostra que devemos acreditar no amor, na amizade e em nós mesmos para que alcancemos nossos objetivos que embora não tão audaciosos quanto a destruição de um bruxo maligno podem ser apenas viver intensamente mais um dia, sem que pensamentos ruins nos puxem para baixo. 

Ps: Senti falta de uma festa de casamento, depois de ler o quarteto das noivas e ver como a Nora escreve bem sobre cerimônias e festas, achei ela poderia ter nos presenteado com um epílogo festivo. 




Com vocês um pouco da tensão amorosa presente no livro... 

“ – Você é minha e eu sou seu. Aceitarei tudo o que você é lhe darei tudo o que sou. Ficarei com você Brannaugh, a Bruxa da Noite de Mayo, no fogo e no dilúvio, na alegria e na tristeza, na guerra e na paz. Olhe dentro do meu coração, porque você tem esse poder. Olhe dentro de mim e conheça o amor.” 

Diálogo entre Branna e Fin: 

“ – Você acha que eu não lamento o que poderia ter sido?- A dor irradiava dela para as palavras – Que não quero isso? 

- Eu pensei isso. Sobrevivi pensando isso. 

- Então você estava errado e pode ser que eu também esteja cansada demais para fingir. Se dependesse apenas do meu coração, ele seria seu. [...] Ele não pode ser de mais ninguém. Já está perdido.”

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