segunda-feira, 26 de julho de 2021

Resenha: Confie em mim / Harlan Coben

O título do livro já nos dá uma ideia do principal objeto da trama: a confiança. Você confia nos seus filhos? Confia no seu marido ou na sua esposa? Confia nos seus pais? Em Confie em mim, Harlan Coben nos mostra que uma vez quebrada, a confiança nunca pode ser restaurada e confie em mim, vale a pena ler esse livro.

Alguém perdeu o amor da sua vida para o câncer, alguém perdeu o próprio filho, que se suicidou, alguém vive o dilema trabalho x família, alguém está sofrendo com o estresse do trabalho, alguém precisa de doação de um órgão para viver, alguém esconde segredos trágicos do seu passado que virão à tona, alguém recebe ameaças online por uma pessoa anônima, estes são apenas alguns dos fios narrativos dessa história, que irão se entrelaçar e sofrer várias reviravoltas. E que por mais que estejam dentro de uma narrativa ficcional, podemos sempre fazer comparativos com a vida real.

“Tudo era tão frágil, esse era o problema. Nenhuma novidade, claro, mas de modo geral o que fazemos é bloquear a verdade: Nos recusamos a admitir que nossas vidas podem ser destruídas tão facilmente, de outro modo, entraríamos em parafuso.”

O livro começa em um bar, onde Marianne sofre uma emboscada, por um homem que logo depois vamos descobrir se chamar Nash, ele está em busca de uma fita e não irá poupar esforços para obtê-la. A primeira pergunta que fica, o que tem nessa fita?

Tia e Mike instalam um programa espião no computador do filho Adam. Eles não sabem mais o que fazer, já que o melhor amigo do Adam, o Spencer, se suicidou. Eles acham que o filho não é mais o mesmo depois disso, e acreditam estarem protegendo o filho ao espionar suas mensagens, será?

Betsy perde o chão quando seu filho Spencer é encontrado morto, até que ela descobre uma foto que a faz repensar se de fato o filho se matou ou foi assassinado, o que será que realmente aconteceu?

Guy se sente mal por algo que aconteceu com sua filha na escola, ele não sabe o que fazer para que as coisas melhorem para ela, mas ele é o pai dela, deve fazer algo, certo?

“Alguém está sempre numa situação mais difícil que a nossa, mas isso raramente serve de consolo”

Todas as histórias irão se entrelaçando aos poucos, e por mais que você crie teorias, é difícil descobrir o final, muito surpreendente. São diversos personagens apresentados no início, mas que rapidamente conseguimos distingui-los pelas características únicas.

E sabe quem aparece por aqui? A querida advogada Hester Crimstein.

Esse livro nos traz diversos dilemas: até onde vai o limite da proteção dos pais com os seus filhos? Será que vale qualquer coisa para protege-los, é possível criar crianças e adolescentes dentro de uma redoma de vidro? Isso vai fazer bem a eles? Mas se algo ruim acontecer, você irá se culpar por não ter feito mais? Não tem uma resposta certa ou pronta, cada situação é única. O Harlan tensiona todos os limites, para nos fazer viver situações muito complicadas através de diversos personagens. E sim, nos deixar sem chão depois das reviravoltas eletrizantes.


“A tristeza das canções é um sofrimento seguro. Controlado. Quase uma diversão. Quando ouvimos uma música triste, ficamos imaginando que a dor real seja como aquela. Mas não é. Não é possível se preparar para a dor real. Simplesmente nos deixamos dilacerar por ela.”

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