Resenha - O Medo Mais Profundo / Harlan Coben

O que você faria se o seu medo mais profundo se tornasse real? Myron mais uma vez tem que enfrentar tudo e todos para desvendar a única verdade que poderá salvar a vida de seu filho. 

“O medo mais profundo” é o livro sete da Série Myron Bolitar, o único que nunca foi publicado no Brasil (tirando o “Home” livro 11 que acabou de ser lançado lá fora). Nele finalmente os #HarlanLovers podem descobrir um Myron-pai. Antes de tudo, para os iniciantes, os livros da série podem ser lidos independentemente, todos têm início/fim, mas eu oriento a leitura na ordem para que se entenda os acontecimentos e as ações dos personagens de uma forma melhor. 

O início do livro já começa com o baque, Myron Bolitar tem um filho, cujo ele não sabia da existência e o pior de tudo, o menino Jeremy tem uma doença terminal e foi fruto da relação do Myron com sua primeira namorada Emily, ela acabou se casando com seu arqui-rival dos tempos das quadras, Greg Downing. Se coloque então na posição do Bolitar, você descobre que tem um filho de 13 anos e que ele foi criado pelo seu maior inimigo e não é só isso. 

Claro que não poderia ser tão simples, né? Para salvar a vida do Jeremy é necessário um transplante de medula, e apesar de um doador compatível ter sido identificado no sistema, o tal possível doador sumiu sem deixar rastros, Myron acredita que será muito simples resolver toda essa questão, mas ele não poderia estar mais errado. 

Tudo começa a se complicar quando Myron, com a ajuda de Esperanza e Win, começa a investigar a fundo o tal do possível doador e se vê dentro de uma confusão de informações desencontradas envolvendo uma família rica super-poderosa de Nova York, um jornalista que foi acusado de plágio e o FBI. 

A cada novo passo que Myron dá na tentativa de descobrir quem é e onde está o doador, ele coloca a sua própria vida em risco, mas quando o Myron ativa o modo herói, não há ninguém que o segure. O certo e o errado ficam difusos e uma pergunta paira no ar: será que ele arriscaria tanto se não soubesse que o menino é seu filho? 

Lendo Harlan você tem que ter uma coisa em mente: Não confie em ninguém, mas mesmo assim, com toda a atenção do mundo nos detalhes do livro, ele consegue nos surpreender e emocionar. A família está em questão neste sétimo livro, ao mesmo tempo em que o Myron descobre que é pai, ele vê que os seus pais estão envelhecendo e que sua posição quanto a eles está mudando. Sabe aquele ditado popular que diz mais ou menos que é pai quem cria, essa questão também é levantada no livro. O que você faria se descobrisse que seu pai, não é seu pai de verdade? E até onde você iria para salvar seu pai ou seu filho? 

Quanto a vida amorosa do nosso herói, Terese está presente não muito intensamente, mas com uma participação relevante. Já por outro lado tem Big Cindy, que não sabe se continua na MB Representações ou se volta pra certa liga de lutadoras, Zorra também faz uma aparição. E a MB dá sinais de retorno a tempos áureos de contratações, depois de perder muito prestígio. E sim, tem bastante Win, implicando com o Myron e o salvando das piores ciladas. 

“Algo estranho se irradiou por Myron, seu sistema nervoso derretendo-se e em frenesi ao mesmo tempo. O diafragma se contraiu e os pulmões pararam de funcionar – da mesma forma que o coração, tinha certeza. A boca se abriu e se fechou debilmente, como a de um peixe que está morrendo no convés de um barco. Lágrimas tentavam brotar.”

“Ser herói nem sempre é uma boa ideia”