Um livro sobre magia, um mundo fantástico extremamente bem
construído, um herói verossímil são algumas das características principais do
livro e graças a elas a nossa jornada em Terramar é um intenso e delicioso
mergulho no desconhecido.
Em primeiro lugar, preciso assumir que livros de fantasia
não estão entre os meus favoritos, geralmente desisto de lê-los pela escrita
ser muito densa, com enormes descrições, fiquei um pouco receosa sobre ler ou
não Ursula, por causa disso, mas decidi arriscar já que ouvi muita coisa boa
sobre ele. E logo no início percebi que não poderia ter feito uma escolha
melhor e já nas primeiras páginas estava rendida a história. Todo o livro tem
um ritmo incrível, não tem as minhas temidas grandes descrições, tem uma ou
outra passagem falando do futuro, mas no todo a história é linear e muito
fluída, sempre tem alguma coisa acontecendo, o que não deixa a gente perder o
fôlego da história. O único porém é o tamanho dos capítulos, é um livro de 169
páginas com 10 capítulos, então eles são grandinhos, mas nada absurdo.
Nas primeiras páginas somos apresentados ao pequeno Duny,
que vive na ilha de Gont, no norte de TerraMar, com seu pai um rabugento
forjador de bronze e seus seis irmãos e já no início sabemos que o futuro de
Duny o reserva: a conquista e
desenvolvimento de um grande poder mágico. Ainda na infância ele sempre gostou
de enfrentar o desconhecido e ao escutar sua tia, uma feiticeira pronunciar
algumas palavras e controlar animais, ele no hesitou em fazer o mesmo e nesse
momento ele descobre que possui poder e descobre também uma consequência ruim
de seu uso desregulado.
No início de sua adolescência, Duny até então acolhido pela
tia que o ensinara alguns feitiços, teve sua primeira grande prova: a Ilha da
Gont estava na linha de ataque dos Kargs, guerreiros de um império poderoso e
conquistador, que deixava um rastro de ruínas e destruição por onde passava,
Duny utiliza seus poderes e cria uma grande parede de névoa que faz com que o
exército Karg não consiga adentrar a Ilha, mas Duny acaba pagando um alto
preço.
E quem irá o ajudar é o mago Ogion, que ouvira falar sobre
um menino que controlou a névoa e decidiu o convidar para ser seu aprendiz.
Duny aceita e passa por um ritual para conhecer o seu verdadeiro nome, se torna
então Ged. E Gavião para o restante do mundo, já que quem conhece o verdadeiro
nome de uma coisa o controla, então o uso do nome verdadeiro deve ser apenas
com quem se tem extrema confiança.
“– Quando vai começar meu aprendizado, senhor?
- Já começou – respondeu Ogion.
Fez-se silêncio, como se Ged estivesse hesitando em dizer
algo.
- Mas ainda não aprendi nada!
- Porque você não descobriu o que eu estou ensinando.”
Depois de uma temporada com Ogion, Ged vai para a Escola de
Magos de Rocke, uma antiga e famosa escola que forma os melhores magos de
Terramar, e é lá que ele irá aprender mais e adquirir maior poder, mas em sua
ânsia de provar que é capaz, e pelo prazer de adentrar o desconhecido, Ged
acaba liberando uma sombra do mundo das trevas, sombra que deseja apenas uma
coisa: sugar sua energia vital.
A jornada de Ged se torna então mais complexa: será que ele
conseguirá se tornar um mago de Rocke? E combater a sombra? Para se tornar o mago que ele almeja Ged
deverá abandonar a arrogância e perceber que a humildade e o autoconhecimento é
o maior poder que ele pode adquirir.
Com o aprofundamento da leitura vamos conhecendo
melhor a Terramar e se perguntando o que faria se estivesse na posição de Ged. No
final do livro tem uma nota da autora e isso só fez com que eu gostasse ainda
mais, para a época em que ela escreveu uma história com o foco no público
adolescente, ela colocar personagens negros como heróis foi um grande feito, e
além disso escreveu já em 1968 sobre magos, magias e uma escola de magia,
coloca o livro como um clássico para quem gosta de Harry Potter os das jornadas
da Terra Média, e como uma ótima aventura pra quem quer sair um pouco do
romance/policial.
“Somente no silêncio a palavra, somente nas trevas a luz,
somente na morte a vida: o voo do falcão brilha no céu vazio”
Foto com o mapa, porque pela primeira vez eu o utilizei na leitura, tem um em versão menor nas primeiras páginas. |
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