terça-feira, 13 de setembro de 2022

Resenha: Nós somos inevitáveis / Gayle Forman

 Um livro sem contraindicações, sabe aquele livro que pode ser lido por todo mundo, independente se é uma pessoa que curte mais suspenses ou romances, ‘Nós somos inevitáveis’ é sobre recomeços, aceitação, empatia e do jeitinho Gayle de ser, tem também uma grande lição envolvendo vícios.  

É sem contraindicações e altamente indicado para todos os leitores do mundo, é um livro no qual outros livros estão presentes, os personagens são leitores, então por diversos momentos a gente se identifica com eles.

“Vinte e seis letras e alguns sinais de pontuação, e temos palavras infinitas em mundos infinitos. Como isso não é um milagre?”

Aaron Stein estava empacado e vivendo numa maré de pessimismo. Ele sempre foi um leitor ávido, mas fatos que aconteceram em sua vida nos últimos tempos fizeram com que ele tivesse um bloqueio e só conseguisse ler um livro sobre a extinção dos dinossauros.

Ele administra um sebo ao lado de seu pai, o Ira, e por lá as coisas não vão nada bem, seu pai é um sonhador que minimiza todos os problemas: estantes caindo, livros pelo chão, infiltrações e o pior deles: zero clientes, eles estavam praticamente falidos. 

Ira é um personagem muito interessante, é fanático por livros e acredita veementemente que eles são um milagre, resgata livros e é aquela pessoa que sabe qual o livro certo para indicar para todo mundo. Ele, agora um senhor, tem fé de que as coisas irão melhorar, ele não se vê longe dos livros. 

“Ira tinha descoberto o milagre das 26 letras tão precocemente que, no sexto ano, na hora em que todos os alunos tinham que se levantar e contar o que queriam ser quando crescessem, ele anunciou que queria ser leitor.”

Aaron não via outro caminho a não ser a extinção, eles eram, segundo ele, dinossauros em um mundo tecnológico, quem frequenta sebos hoje em dia? Só resta esperar pelo fim, ele pensava.

E o meteoro na vida dele tem nome e sobrenome, Chad Santos, mas diferentemente do caso dos dinossauros o meteoro aqui vai ser a salvação que Aaron nem sabia que precisava.

Chad é um velho conhecido de Aaron, eles nunca foram amigos, Aaron tinha um ranço dele, mas suas vidas vão se esbarrar e pode-se dizer que Chad é o inverso de Aaron, já que é muito otimista e empolgado com a vida. Ele sofreu um acidente que fez com que ele perdesse os movimentos da cintura para baixo e agora precisa de uma cadeira de rodas, mas isso não o limita de forma alguma, o que é muito inspirador, além dele ser um personagem muito divertido.

Tudo começa com um encontro inusitado, onde Aaron estava tentando conseguir uma grana em uma casa de shows e esbarra com o Chad, que achou que Aaron estava ali o show da banda Beethoven’s Anvil, assim como ele.

E a partir desse encontro, as coisas começam a escalar e Aaron perde o controle que achava que tinha da sua vida. Primeiro Chad aparece no sebo e o convida para um show da Beethoven’s Anvil, depois ele tem ideia de colocar uma rampa de acesso ao sebo e daí alguns lenhadores desempregados aparecem no sebo para ajudar com as estantes e que tudo acaba virando uma espécie de reforma.

Aaron entra em desespero. Como irá pagar esse pessoal? As pessoas não fazem nada de graça, né? Ira está super empolgado com a reforma, mas o pior é que Aaron tem um segredo que pode ser o verdadeiro meteoro na vida de todo mundo e ele não consegue uma oportunidade para contar ao pai.

Além de tudo isso, Aaron se apaixona pela vocalista da tal banda, mas o que ele, em um primeiro momento acredita ser amor a primeira vista e até mesmo um sinal do inevitável destino vai ir por água abaixo quando o passado dela for revelado, será que esse amor é inevitável mesmo? E diferente do Aaron, ela ama a música e vai tentar fazer com que ele descubra que músicas podem ser milagres assim como os livros. 

“Não tem como essa garota ser meu inevitável. Não importa o que está lendo. E, de qualquer forma, mesmo se fosse, eu não quero que seja. Aprendi que o inevitável sempre nos ferra.”

O vício em drogas é uma grande questão no livro, que eu omiti na resenha para não ser um spoiler, pois achei bem legal ir descobrindo durante a leitura quais personagens irão passar por essa jornada. Gayle nos dá uma lição muito grande sobre tentativa e falha quando se trata de um vício e de como é difícil tanto para a pessoa que é viciada quanto para todos aqueles que estão ao seu redor de entender e ajudar. 

Família, amizade, vícios, resiliência, vida é sobre isso que se trata esse livro. Entre altos e baixos acompanhamos o Aaron em sua jornada para entender que por mais no fundo do poço que a gente possa estar, querendo só que um meteoro chegue e acabe com tudo, as vezes o que a gente precisa é só de uma mudança de perspectiva para entender que o inevitável pode salvar nossas vidas. 

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