sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Resenha Os Quatro Ventos - Kristin Hannah


Texas, 1921. Passada a Grande Guerra, uma nova era de abundância parece surgir no horizonte. Mas, para Elsa, considerada velha demais para se casar numa época em que o matrimônio é a única opção das mulheres, o futuro parece sombrio. 

Até a noite em que conhece Rafe Martinelli e decide mudar o rumo de sua vida. Com sua reputação em ruínas, grávida ela acaba tendo que se unir a um homem que mal conhece.

1934. Elsa Martinelli finalmente encontrou a vida pela qual ansiava. Uma família, uma casa e um sustento em uma fazenda nas Grandes Planícies. Mas quando a seca ameaça tudo o que ela e sua comunidade amam, o mundo de Elsa é destruído pelos ventos.

Ela descobrirá o melhor de si mesma nos piores momentos. . .

O crescimento de Elsa através deste livro é incrível, de uma vida privilegiada e sem amor da família, que dizia que ela já era velha e feia, para se casar e frágil demais para ter uma vida plena. 
Porém ao fazer parte da família Martinelli, ter o amor e apoio dos sogros e ser mãe. Transformar Elsa em uma mulher forte e persistente. 


Vivemos uma vida relativamente mimada hoje em comparação com os desafios quase bíblicos enfrentados por Elsa e seus filhos quase um século atrás. Primeiro, eles lutam para sobreviver em uma fazenda atingida pela seca nas Grandes Planícies da América na década de 1930 amaldiçoada pela depressão. Então, abandonados pelo irresponsável marido de Elsa, eles embarcam em uma jornada épica para o oeste da Califórnia.
Elsa mostrou tanta força e resiliência, ajudando os outros enquanto também lutava, e tentando proteger seus filhos, garantindo que eles recebessem  o mínino de educação e o básico da alimentação. 
Não surpreendentemente, sua filha adolescente Loreda é rebelde, odeia a vida que estão vivendo e quer mudar o mundo, sua determinação é admirável ao mesmo tempo que ficamos com raiva pela forma que ela trata a mãe em algumas partes.  A relação entre Elsa e Loreda, é cheia de conflito, culpa, discussões e tensão, mas no fundo há o amor que sustenta tudo isso.

Se há uma citação neste livro que resume Elsa e seu amor por sua família, é esta - 

“O amor é o que resta quando 
todo o resto se foi. ”


Kristin Hannah tece toda essa história com perfeita facilidade. Ela se concentra em uma família de agricultores e praticamente os coloca na jornada que tantos americanos fizeram naquela época. É repleto de perigos e desastres, mas eu achei a maneira dela lidar com isso muito fundamentada. Ela não cede ao melodrama ou a desvios de enredo bizarros. Um estudo social e político desse período na América, usando duas personagens femininas de uma família como dispositivo para comunicar eventos reais. 

A história ainda explora, a pressão pela sindicalização dos trabalhadores da colheita que estavam sendo abusados ​​​​por grandes agricultores. Pessoas, que estavam em situações tão desesperadoras e terríveis, sendo forçados a trabalhar por uma quantia que estava muito abaixo do custo até mesmo do padrão de vida mais básico e sendo cobrados pelas ferramentas para fazê-lo. Hannah conta uma história social e política e este livro certamente se aprofundou com maestria no assunto, sem ser maçante. Livro incrível. 

Livro ⭐⭐⭐⭐⭐

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