Sparks tem o dom de escrever
romances que nos envolvem até a última página, ‘No seu olhar’ não é diferente,
mas com uma grande pitada de suspense, ele nos presenteia com uma história cheia de reviravoltas.
Nicholas Sparks é conhecido pelos
seus romances melosos, quem nunca leu um livro dele, ou viu um filme baseado em
um de seus romances, em que tem um casal apaixonado e um deles tem uma doença
ou sofre um acidente? A certeza quando a gente pega um livro dele é: ‘vou
chorar lendo’ ou ‘algum personagem querido vai morrer’. Apesar de saber disso
tudo, a gente continua lendo ele, mas ‘No seu olhar’ é totalmente diferente.
Logo no prólogo descobrimos que
alguém está espionando uma família, com más intenções e com um objetivo de
vingança, e ficamos nos perguntando quem será essa pessoa, quem é essa família
e o principal, o porquê da necessidade de vingança.
Nos capítulos iniciais somos
apresentados ao Colin Hancock, e ficamos, no primeiro momento, suspeitando dele,
porque ele é um daqueles bad-boys na aparência. Durante toda a sua vida ele
sofreu por não se encaixar nos padrões de sua família, por isso, foi excluído,
identificado com uma daquelas doenças relacionadas a hiperatividade e raiva,
ele passou por diversos colégios, nunca tendo amigos de verdade e o principal:
nunca sendo amado.
Após uma luta, Colin lutava como
amador uma vez ou outra, com o rosto todo inchado somado a uma aparência de dar
medo a primeira vista, ele para numa estrada durante uma noite chuvosa, para
ajudar uma mulher que ficou atolada com o pneu furado do carro. Essa mulher ficou morrendo de medo dele, não sabia muito como agir, ele apenas a ajudou e
foi embora e ela nem ao menos disse obrigado.
Essa mulher era ninguém menos que
Maria Sanchez, uma advogada certinha, muito bonita e filha de imigrantes, que
voltou para sua cidade natal após um trauma no seu antigo trabalho. Ela
trabalhava agora em um escritório de respeito, mas sempre ficava além de sua carga
horária e nunca era muito bem reconhecida. Além do fato de ser assediada por um
de seus chefes, resolução: a vida dela não estava nem um pouco como ela havia
planejado. Seu único hobbie era passear de stand-up paddle.
Colin e Maria voltam a se encontrar
devido a algumas coincidências e ao poucos eles vão identificando um no outro
coisas que os atraem e começam um relacionamento que em um primeiro momento era
improvável. Mas será que eles vão conseguir esquecer o passado para construírem
um futuro juntos, ou melhor, será que terão coragem de compartilhar os seus
passados, para que de uma vez por todas deixem essas questões para traz?
Quando o passado de Maria a suga
para uma emaranhado de questões obscuras, envolvendo pessoas psicóticas, que
não aceitaram uma decisão do tribunal que Maria participou, ela vê a sua vida e
a de seus familiares em risco, e a única pessoa com a qual ela pode contar é o Colin.
Esse foi o livro com personagens
mais verossímeis do Sparks, gente que erra igual a gente, que sofre para
conquistar alguma coisa e que se pergunta a todo momento se o que está fazendo
é o que realmente quer. Colin e Maria tão diferentes, ele uma criança-problema,
ela uma criança-prodígio, ambos chegam a fase adulta com perspectivas
totalmente diferentes, mas acabam encontrando um no outro um porto seguro.
E por fim, preciso dizer que esse
livro me surpreendeu muito, tem um ritmo muito rápido, fui lendo com uma
necessidade absurda de saber o que vai acontecer no próximo capítulo. É uma
história de amor, mas envolvida em um trilher de tirar o fôlego, já que durante
todo o livro nos perguntamos quem era a tal pessoa espionando a família da
Maria lá no prólogo, e sim, Sparks sabe fazer reviravoltas, já que apenas na
última página a gente pode descansar e saber o final feliz. (porque tem final
feliz sim!)
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