sexta-feira, 5 de maio de 2017

Resenha da Semana: O som do amor / Jojo Moyes

Jojo nos presenteia mais uma vez com uma história sobre amor, obsessão, música e como todos esses elementos podem se misturar para criar um romance extremamente verossímil.

Você tem sua vida toda organizada, faz o que ama e tem uma família que a adora, até que em um piscar de olhos tudo vira de cabeça para baixo, foi isso que aconteceu com Isabel Delancey. Ela era uma musicista de sucesso tinha uma carreira bem-sucedida como primeiro violino na Orquestra Sinfônica Municipal de Londres, tocar violino era a sua paixão. Ela tinha uma linda família, amava seu marido, que entendia a necessidade dela se dedicar bastante à música e tinha dois filhos, Kitty e Thierry, uma ótima babá que cuidava dos dois desde bem pequenos, já que ela não tinha tempo para cuidar deles, mas os amava muito.

A vida dela muda quando seu marido morre em um acidente (não é spolier, porque toda a história se desenvolve a partir desse acontecimento) e ela precisa readaptar seu modo de vida. Aos poucos ela vai descobrindo que seu amado marido gastou mais do que tinha em suas contas com coisas que ela não fazia ideia, já que nunca precisou se preocupar com finanças, e rapidamente ela se vê sem dinheiro necessário para manter a casa e a vida que eles levavam em Londres.

Ela decide contra a vontade dos filhos se mudar para o interior, para uma casa que ela herdou, fazia vários anos que não visitava a casa, em suas lembranças de infância era uma mansão, com jardim e até mesmo um lago, ela pensou que seria a alternativa perfeita para resolver seus problemas financeiros.

Mas assim que eles chegam ao lugar, a casa, nomeada Casa Espanhola estava caindo aos pedaços, tinha infiltrações, ratos, não tinha aquecedor nem geladeira. Kitty a filha adolescente ficou revoltava, Thierry, o mais novo, ficou um pouco animado e um pouco receoso enquanto Isabel tentou se mostrar o mais otimista possível, já que era só reformar, não é mesmo? #sqn

O que eles não sabiam, era que a casa tinha história, o antigo dono, parente distante de Isabel, tinha feito uma espécie de acordo não escrito com os vizinhos de que a casa seria deles, assim que ele morresse, então os vizinhos já tinham vários planos e plantas para a sua nova mansão, você pode imaginar o ódio que eles sentiram ao ver Isabel se apossar daquilo que seria deles por ‘direito’, depois de anos cuidando de um velho rabugento.

E para piorar, o vizinho Matt McCarthy era também um famoso pedreiro da região, que logo ofereceu seus serviços para Isabel, que sem saber de nada, agradeceu pela ajuda. Assim começa uma reforma, que tem como um único objetivo piorar alguns ambientes necessários, reformar ambientes que não precisam de reforma imediata e gastar todas as economias de Isabel.

Com o passar do tempo, Kitty e Thiery vão se acostumando com suas novas rotinas, ela faz novos amigos e ele descobre que ama explorar a região ao entorno da casa. Enquanto Isabel percebe que pode sim tomar conta de tudo sozinha. Mas quando as finanças apertam, Isabel se vê em uma posição de ter que abrir mão de seu bem mais precioso, que faz com que a vida dela tenha sentido: o seu violino caríssimo. Ela tem que escolher entre a música e os seus filhos.

A cada novo capítulo, vamos descobrindo que o falecido marido perfeito de Isabel, tinha seus segredos que podem mudar a forma pela qual ela e seus filhos pensam nele e na sua vida ‘perfeita’ de antes. Vamos também, descobrindo sobre os habitantes da cidadezinha, o casal da mercearia, a esposa de Matt McCarthy, Laura que fazia de tudo para manter seu status e o faz-tudo que esconde o seu passado Byron, contratado por Matt e que acaba se afeiçoando por Thierry e por Isabel, todas as narrativas vão se misturando até o clímax final em que tudo desmorona.


Dentre todos os livros da Jojo Moyes, esse foi o mais verossímil, mostra como nossa vida é efêmera, tudo pode mudar rapidamente como não podemos controlar o que está ao nosso redor, mas também em como a gente pode se tornar melhor depois de um acontecimento traumático, e deixar a vida perfeita do jeito que a gente deseja de fato e não perfeita do jeito que os outros acham.



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