segunda-feira, 27 de abril de 2020

Resenha: O primeiro imortal / Rodrigo N. Alvarez


E se a gente se tornasse imortal? E se a morte não fosse o nosso ultimo suspiro e sim apenas uma nova página? Em o ‘Primeiro Imortal’ descobrimos quais seriam as consequências de viver para sempre numa jornada por diversos lugares e milhares de anos.

Primeiro livro de ficção do brasileiro Rodrigo N. Alvarez que nos faz questionar a nossa própria existência através de uma aventura mesclando o passado e presente, envolvendo história, arte, paleontologia e antropologia.

Tudo começa com Yuri e seu primo, na Rússia eles buscam alimentos e esbarram com uma descoberta da paleontologia que mudam a vida deles para sempre.

Após um acidente, ambos encontram corpos no permaforst, uma camada densa de gelo que consegue preservar corpos intactos por milhares de anos. Acontece que enquanto Yuri queria ligar para os estudiosos pesquisadores, seu primo queria arrecadar uma boa quantia de grana com aquela descoberta.

E o grupo que tinha muito dinheiro e interesse em corpos congelados era os imortalistas. Eles são uma espécie de grupo religioso ou até mesmo uma de seita, que acredita que a morte não deve ser definitiva. Eles têm um livro guia com instruções para seguir, que envolve o congelamento instantâneo assim que o coração der a última batida, mas nunca haviam encontrado um corpo perfeito para implementar tudo o que estava orientado no guia, e muitos do próprio grupo não acreditavam de fato da possibilidade de ressuscitar uma pessoa.

O corpo encontrado no permafrost é resgatado e anos depois quando ninguém mais imaginava ser possível, ele acorda consciente. E os imortalistas finalmente conseguem ressuscitar um homem das cavernas.

As consequências disso foram enormes, já que é claro que toda a operação de resgate do corpo foi ilegal e a própria prática de ressuscitar alguém também é ilegal.

As questões éticas são muito tangentes nesse livro, ressuscitamos um cara do passado, a quem ele pertence? E ué, ele virou uma coisa? Não tem mais direito e escolhas? Afinal ele nem escolheu voltar a viver... É impossível não se afeiçoar ao improvável imortal que acorda num mundo diferente do qual viveu, mas que tem mais ética do que homens do tempo presente.

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