domingo, 10 de abril de 2022

Resenha: The Match / Harlan Coben

    O menino do bosque está de volta, em ‘The Match’ descobrimos o passado do Wilde e o motivo pelo qual ele foi parar na floresta, sem que ninguém nunca o procurasse, sem lembranças e nenhuma pista sobre o que pode ter acontecido para que ele fosse parar lá.  E tudo começa com um match em um site de DNA. O Harlan trás problemáticas muito atuais como, por exemplo, o cancelamento virtual e o amor e ódio envolvendo celebridades de realities shows. Se prepare para esse final, é de tirar o fôlego!

    Acho que todo mundo que já leu ‘O menino do bosque’ ficou com muitas perguntas ao final do livro e por isso, ‘The Match’ funciona também como um prequel, pode ser lido antes de ‘o menino do bosque’ sem problemas. E além disso, ele também tem conexão com ‘Não fale com estranhos’, então a dica é quando sair a data de lançamento no Brasil, leia/releia tanto 'Não fale com estranhos' quanto 'O menino do bosque' para ficar com as histórias fresquinhas na cabeça e ter uma experiência completa na leitura do ‘The Match’ (ainda sem título e data de lançamento aqui). Mas isso não é obrigatório, o livro funciona como individual sem problemas. 

“Não seja tão rápido em acreditar no que você ouve, porque as mentiras se espalham mais rápido que a verdade”

    Wilde está de volta aos EUA, depois de uma temporada na Costa Rica, ele percebeu que sua escolha no final do ‘O menino do bosque’ não foi a melhor e agora ele vai ter que lidar com as consequências de ter ido embora sem falar com ninguém. Ele havia colocado seu DNA em um desses sites de buscas de parentes, um match já era conhecido, mas agora o site o avisa que outro parente foi localizado, mas rapidamente a conta é excluída, no mínimo esquisito né?

    E logo na primeira página já temos Wilde encontrando com o seu pai, Daniel Carter, e as coisas não saem muito bem como ele imaginava, seu pai nem sabia de sua existência e nem sabe quem é sua mãe, na verdade Wilde nem sabia o que esperar desse encontro e a princípio, ele pensa que é melhor deixar tudo para trás mesmo, mas a partir do momento em que ele fez esse contato com o passado, não vai ter como tudo ficar enterrado. 

    E novamente voltamos ao site de DNA, o outro match que o material genético de Wilde fez, uma conexão foi com o usuário ‘PB’, e até aí tudo bem, Wilde nem queria saber mais de nada, só que quando ele vai dar uma espiada no site, havia mensagens do PB e não eram mensagens simples, eram praticamente um pedido de socorro. E claro que Wilde com o seu espírito de herói não vai conseguir deixar isso pra lá, né? 

    Ele vai contar com a ajuda da Hester Crimstein, de sua irmã-adotiva Rola (que tem uma agência de investigação particular, a CRAW) e também do seu afilhado Matthew para conseguir desvendar quem é o tal ‘PB’. É a partir desse ponto que mergulhamos no mundo dos Realities Shows, já que PB é ninguém menos que uma celebridade de um desses programas chamado ‘Love is a Battlefield’ e o pior, está desaparecido. 

“A fama muda a todos. Eu sei que isso soa como um clichê, mas ninguém sai ileso. Quando essa fama atinge você, é quente e calmante e a droga mais viciante do mundo.”

    Como se não bastasse tudo isso, temos um grupo de justiceiros denominado ‘The Boomerangs’, liderado pelo Chris Taylor (de ‘Não fale com estranhos), que promovem justiça onde a lei não chega. Eles possuem seus próprios meios e escolhem quem deve ser punido ou não. 

    E quando um policial aposentado é encontrado morto e pistas apontam para o Wilde como autor do crime as coisas ficam ainda mais complicadas... E será que o tal Daniel Carter é realmente o pai do Wilde? E sua mãe? E o tal PB? A conexão é pelo lado materno ou paterno? Peguem papel e caneta pra construir essa árvore genealógica! Do nada, o FBI entra na jogada e a gente fica se perguntando o que de fato está acontecendo e o que aconteceu no passado (e nesse momento é impossível largar o livro até entender tudo e sim, no final tudo é revelado dessa vez).

    É muito legal ver a evolução do Wilde, se comparado com o personagem que conhecemos no ‘O menino do bosque’, ele percebe que quem ele é depende mais de suas próprias ações do que de suas raízes e que é importante viver no presente e honrar aqueles que estão ao nosso redor.  Temos muito da Hester e do relacionamento dela com o Oren, além de outro personagem secundário do Harlanverse voltando de uma forma interessante, um harlanverse estendido eu diria. 

    Família do Wilde, sites de DNA, Reality Show, justiceiros virtuais, tudo isso vai se conectar daquela forma que só o Harlan é capaz de fazer. E quando a gente acha que tudo já foi desvendado, ele vai e nos engana novamente (e novamente). O final é ao mesmo tempo chocante e emocionante. 

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