domingo, 27 de abril de 2025

Resenha: A filha grega / Soraya Lane

 Os livros dessa série são tão sensíveis, é impossível não se emocionar com as reviravoltas, que são ao mesmo tempo trágicas e lindas. O que é mais legal é o fato de os personagens serem tão reais, tendo a principal característica humana: errar. Os erros que a princípio poderiam ser fatais, acabam construindo novos começos.

Logo no início, conhecemos um casal, Alex e Bernard, e um elemento que estará presente o livro inteiro: a música. Ele está apoiando a Alex, sabemos apenas que ela irá fazer uma apresentação muito importante, e que definitivamente os dois se amam.

"Na Grécia, tudo era diferente. O sol em seus ombros, a maneira como o ar preenchia seus pulmões, as cores, tudo. Era uma explosão de sensações da qual não sabia que estava precisando."

Assim como os dois outros livros da série, acompanhamos duas protagonistas, duas histórias que só durante a leitura que iremos descobrir como estão conectadas, dessa vez: estamos no tempo presente e nos anos 1970. E a protagonista do presente irá receber uma caixinha com pistas sobre o seu passado. Ao todo são sete caixinhas, estamos na terceira. No passado havia um lugar para acolher jovens grávidas desamparadas, ou jovens de famílias abastadas que uma gravidez não seria aceita, o lugar ‘Hope’s House’, administrado pela Hope era um refúgio para as jovens, a Hope, se assim fosse o caso, também organizava adoções. Com a sua morte, sua neta descobriu sete caixinhas e resolveu contatar os nomes às quais estavam endereçadas, para devolvê-las, e com isso abriu uma verdadeira caixa de pandora na vida, de até o momento 3 mulheres.

"- Certa vez, alguém me perguntou que conselho eu daria a uma versão mais jovem de mim mesma. Uma pergunta inocente na época, é claro. Mas eu lhe diria com todo o meu coração que não deixasse ninguém atrapalhar o que ela queria fazer e que não temesse a reação de quem ela amava."

No passado conhecemos a Alexandra, uma menina grega, muito amada por sua mãe, vive uma vida feliz, mesmo que o pai seja distante, sério e não lhe dê nenhuma atenção. Ela ama viver na Grécia e vive uma vida de privilégios, com conexões com a família real do país. Tudo muda quando após um acidente e uma crise política, a Alexandra precisa ir morar em Londres com os tios e primos. Ela demora muito até se sentir em casa por lá, e o que a ajuda é a música.

Nos dias atuais, temos a Ella, que vive uma vida segura. Administra uma galeria de arte de sucesso, tem seu próprio apartamento e se sente grata por tudo que já conquistou, mesmo não se sentido completa. Seu sonho não era administrar uma galeria, mas sim ser uma artista, mas devido um acontecimento trágico ela acabou deixando a arte de lado, ela não poderia se arriscar, ela pensava e era também orientada pela família a ser assim, sua mãe não gostava de correr riscos.

Ella recebeu uma caixinha que mudaria os rumos da sua vida, com uma foto e uma partitura. Ela não sabe qual é a conexão entre a foto, que tem uma mulher e uma menina e a partitura. Acredita que a relação seja com sua já falecida avó, será que sua avó foi adotada? E consegue perceber que a foto foi tirada numa famosa ilha grega.

Com ajuda de uma cliente, ela se reconecta com Gabriel, um músico, ex-crush da adolescência, por acaso do destino, os caminhos dos dois se cruzam e ambos percebem que o que sentiam um pelo outro não ficou no passado. Ele ajuda com informações sobre a partitura.

Enquanto isso, Alexandra vê sua vida virar novamente quando se apaixona, o que ela não poderia imaginar é que o passado voltaria com toda a força e ela terá que fazer escolhas muito difíceis.

Como saber se um amor é aquele 'amor pra vida toda'? Será que é possível confiar que as pessoas que amamos irão entender os nossos maiores segredos? Será que sempre devemos seguir nosso coração?  Essas e outras perguntas, somadas ao "e se" constroem a leitura, aquilo do ‘e se eu tivesse feito’, ‘e se eu tivesse falado’... A verdade é que não controlamos o futuro e não há como saber quais serão as consequências dos nossos atos, para o bem ou mal, depois que agimos é fácil julgar que foi certo ou errado, mas na hora da decisão, como saber?

" - Bem, tudo o que posso dizer é que, se ele fizer seus olhos brilharem e seu coração bater mais forte, se fizer você se sentir em casa, então não o deixe ir embora. Acredite em uma senhora idosa que cometeu muitos erros no amor."

Ella e Alexandra nos levam a refletir muito e nos impulsionam a seguir nosso coração em busca daquilo que nos preencha, não apenas aquilo que irá agradar os outros ou apenas a escolha segura, ah, e também fazem com que a gente fique morrendo de vontade de viajar para Grécia.


Confira as resenhas dos livros anteriores da série: 

1- A filha italiana 

2- A filha cubana

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