domingo, 26 de março de 2017

Resenha da Semana: Nada mais a perder / Jojo Moyes

Uma história inspiradora sobre o amor e realizações de sonhos, Jojo Moyes sabe muito bem como criar histórias que nos fazem mergulhar em uma nova realidade, em ‘Nada mais a perder’ adentramos o mundo da equitação.

Jojo Moyes é uma daquelas escritoras que pretendo ler tudo que ela escrever, já li grande parte de seus romances, já publicados no Brasil, e sempre ela consegue me tocar de formas diferentes.

A história começa com um prólogo em Le Cadre Noir, uma escola de equitação francesa, onde Henri Lachapelle depositou todas as suas esperanças de melhorar de vida, até ele se apaixonar e tudo mudar.

Anos depois viajamos para a Inglaterra, onde conhecemos a Natasha Macauley, uma advogada em ascensão, que tinha toda a sua vida programada na agenda. Ela não tinha tempo para nada além de ir a tribunais e garantir o sucesso profissional, sua vida amorosa se resumia a um divórcio nunca feito de fato e um caso com um colega de trabalho egocentrista.

Enquanto isso, na parte mais humilde de Liverpool, conhecemos a Sarah, uma menina que tem paixão por cavalos, ela não vive sem o seu Boo e seu sonho é ir para Le Cadre Noir. Para isso é necessário muito treino com o seu avô, que descobrimos ser o Lachapelle do prólogo, os dois vivem uma rotina de treinos, com o dinheiro da aposentadoria contado, sem muitos luxos e ficamos nos perguntando o que aconteceu na vida do Lachapelle.

A vida das duas se esbarra quando Natasha ajuda Sarah a se livrar de uma acusação de assalto em um mercado. E quando a mais velha oferece carona para a mais nova e descobre que ela está morando sozinha, não consegue ficar sem fazer nada. E devido a uma falta de vagas em abrigos e em famílias provisórias, Natasha acaba levando Sarah para sua casa.

Fica tudo mais complicado, porque Natasha estava ‘morando’ novamente com, Mac, seu ‘ex-marido’ (marido, na verdade, já que nunca se divorciaram). Ele precisou ficar na cidade, e como a casa também era dele, ela não pode fazer nada.  Então de uma hora para outra, os três formam uma espécie de família desajustada. Natasha e Mac vão tentar deixar de lado suas mágoas devido ao casamento para ajudar a Sarah, ela que esconde muitos segredos dos dois, não disse sobre o seu cavalo Boo, por exemplo.

Quando Natasha tem um julgamento que se ganhar irá conseguir uma sociedade no escritório, Mac tem um compromisso de trabalho muito importante e Sarah está no meio de um conflito devido o aluguel de onde seu cavalo vive, ela se vê sem opção a não ser fugir, para Le Cadre Noir, que ficava nada menos que a um oceano de distância, já falei que ela era menor de idade, né? Mas quando a vida de seu amado Boo está em risco, ela é determinada a ultrapassar qualquer barreira.

E nesse momento Natasha e Mac colocam seus interesses individuais de lado em prol da Sarah, a menina que entrou na vida deles sem querer, mas que mudou a forma que eles pensavam, tudo que eles queriam era encontra-la e dizer que tudo iria ficar bem. Os dois percebem que seus problemas eram muito pequenos comparados aos da Sarah, e como ela, diferente deles, lutava para alcançar seus objetivos, mesmo que tudo estivesse contra ela, enquanto eles desistiam no primeiro obstáculo. Será que eles de uma vez por todas irão decidir se divorciar de verdade, ou formar uma família inusitada com a Sarah?




O que mais me marcou nessa história é o problema que podemos ter ou criar quando não temos um diálogo franco com as pessoas que amamos e com aquelas que nos amam, todos os três escondem coisas um do outro, não mostram seus interesses e vontades, mesmo quando tudo vai desmoronar eles preferem continuar tentando escalar suas dificuldades sozinhos, isso é o contrário de ter uma família, que sempre tem uma mão para te ajudar, a história do livro nos mostra que não é sempre a sua família de sangue que está ali com uma mãozinha disponível, mas aquela que você constrói aos poucos durante a vida.

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