Coben tem o dom de criar
reviravoltas, quando a gente acha que já descobriu tudo, ele vai lá e nos
surpreende mais uma vez.
‘A Promessa’ é o oitavo livro da
Série Myron Bolitar, que foi finalmente republicado pela editora Arqueiro. Ele
já havia sido publicado anos atrás pela editora ARX, então tem uma galera que
já leu e durante muito tempo essa edição da ARX ficou com um status de
relíquia, vendido a valores de até R$200, mas enfim agora o livro está
acessível. Antes de começar a falar sobre a história do livro, preciso fazer um
alerta: leia na ordem.
Eu já havia lido na
edição antiga, foi o primeiro livro do Myron que li, mas a leitura agora depois
de todos os outros livros foi uma experiência muito mais completa, para
entender melhor o Myron e as referências a personagens e acontecimentos de
livros anteriores. Pode ler fora da ordem? Claro, o livro tem início, meio e
fim, mas por sua conta em risco, pois há spoliers dos livros anteriores.
Você está fazendo uma pequena
reunião de amigos em sua casa e quando desce no porão para pegar mais gelo, escuta duas
adolescentes falando que já pegaram carona com pessoas bêbadas, o que você
faria? É fácil imaginar que Myron não iria conseguir ficar quieto. É nesse
momento que ele pede para que as duas adolescentes lhe façam uma promessa, de ligar
para ele caso estivessem com problemas, qualquer hora, qualquer dia, ele
estaria disponível para ajudar.
O que Myron não poderia imaginar
era que Aimee Biel, uma das duas adolescentes, o ligaria de madrugada para
pedir uma carona para a casa de uma amiga e depois dele deixa-la na suposta
casa da amiga, ela desaparece, tornando Myron a última pessoa a vê-la.
E nesse momento, ele com a ajuda do
infalível Win, da Big Cindy e de Zorra, mergulha em um emaranhado de segredos,
envolvendo o mundo obscuro do tráfico de drogas, o mundo também obscuro do
acesso a Universidades e os segredos de adolescentes e professores de sua
querida escola de Livingston.
Cada nova descoberta parece colocar
Myron mais distante de descobrir o que aconteceu com Aimee: Será que ela apenas fugiu de casa, era maior de idade, afinal? Será que seu ex-namorado,
com uma reputação suspeita tem envolvimento? Ou será o querido
professor-orientador? Ele se pergunta do porquê fizera a promessa, e se
enfrentaria as mesmas coisas se não acreditasse que Aimee era inocente. Mais
uma vez, ele coloca a sua vida em risco em prol de descobrir a verdade e salvar
quem ele puder.
Na vida amorosa, o livro se passa
seis anos depois da última vez que Myron bancou o herói e as coisas não deram
muito certo, ele vive com esse peso nas costas.
“As vitórias parecem fugir da gente. A destruição – os mortos -, por
outro lado, fica à espreita, dá tapinhas no ombro, atrasa nossa caminhada,
assombra nosso sono.”
Ele está namorando Ali Wilder, que
segundo Win é apenas nota 7, não tem a beleza estonteante das antigas paixões
do Bolitar. Lembra de uma escritora chamada Jessica Culver, a ex do Myron, mas
que ele nunca consegue esquecer? Os anos separados fizeram com que ela desse um
passo que nunca aceitou dar junto com o Myron, o que mexe significantemente com
ele. Esperanza agora sócia do Myron na MB Representações, também dá um passo
relevante e surpreendente em sua vida amorosa, enquanto Win continua o mesmo de
sempre: playboy, bilionário, filantropo, psicótico e a pessoa que você sempre
pode contar, para te salvar de qualquer situação, descobrimos um pouco mais do por
que ele nunca perde uma briga.
Um livro do jeito que todo
#HarlanLover gosta: aquele que te faz virar a noite acordado para saber o final
e que te faz questionar o que você faria se estivesse no mesmo lugar dos
personagens, o claro e o escuro, o bom e o mal se misturam mostrando que na
vida nem sempre é tão fácil separar tudo nessa dicotomia.
“Sempre tentei fugi do que agora vejo que são meus instintos naturais –
disse Myron. – Vocês sabem. Bancar o herói. Vocês dois me avisaram para não ser
assim. E eu ouvi. Mas entendi uma coisa. Eu preciso fazer isso. Vou ter minhas
derrotas, claro, mas vou ter mais vitórias. Não vou fugir mais. Quero ajudar as
pessoas. E é o que vou fazer.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário