domingo, 21 de janeiro de 2018

Resenha: Nossa Música - Dani Atkins

Li esse livro numa velocidade incrível, simplesmente porque eu precisava saber, precisava ver que ia ficar tudo bem. Dani Atkins tem o dom de criar personagens que nos identificamos tanto que parece que somos nós lá na história, que é nossa vida ou a vida do nosso amor está em jogo.

Vida, é sobre ela que é esse livro, sobre como ela pode ser efêmera, como não a controlamos, como todas nossas escolhas erradas um dia sempre voltarão como fantasmas pra nos assombrar ou pra colocar tudo em ordem. Quando terminei a leitura, precisei ficar uns 5 minutos olhando pro teto pra assimilar tudo, me peguei pensando: ‘foi triste ou feliz? Feliz para quem?’ E é por isso que amo os livros da Dani, eles são fora da curva dos romances, sempre têm jogo entre passado e presente, nos ambientando com tudo e quando estamos muito envolvidos ela vai lá e estraçalha nosso coração, nos fazendo pensar em todas as escolhas de nossas vidas reais.

E se? Quem nunca parou num momento de sua vida e pensou: ‘e,se?’ E se eu tivesse feito alguma coisa diferente naquele dia? E se eu tivesse dito sim pra alguém do passado? E se naquele instante eu tivesse olhado pro outro lado? Não dá pra voltar no passado e fazer tudo diferente, mas há quem diga que somos quem somos hoje devido as decisões que tomamos no passado, então é muito provável que se a gente tivesse escolhido outra direção a gente também pensaria o que teria acontecido caso o contrário, esse é o paradoxo da própria vida, não é mesmo?

E é como o ‘e, se’ que  começamos a história, Joe Taylor é um daqueles homens que sempre faz de tudo para ajudar o próximo e quando no percurso pra casa, depois de mais um dia de trabalho, é cercado por crianças desesperadas, ele não hesita em ajuda-las. O fato é que as tais crianças eram 3 irmãos, um deles caiu dentro de um lado congelado para resgatar o seu cachorro e os outros dois foram atrás de socorro,  quando Jake está atravessando o lago com um gelo um tanto quanto fino, prendemos nossa respiração até que fica tudo escuro.

Longe dali, conhecemos outro homem, muito diferente do primeiro.  David Williams está em busca do presente de Natal perfeito para sua esposa. Ele vem sentido algumas dores nos últimos tempos, mas acredita que seja apenas mais uma gripe qualquer, até que no meio de uma loja de joias tudo também fica escuro.

E quando, tanto Joe Taylor quanto David Williams são levados para o mesmo hospital conseguimos entender a relação entre eles: suas esposas.

Ally Williams é uma musicista que conheceu e se relacionou com David durante a faculdade, mas as coisas entre ambos ficaram complicadas, classes sociais diferentes, muito orgulho de ambos e uma pessoa chamada Charlotte fizeram com que as coisas não acontecessem da forma que eles queriam. Charlotte Williams era amiga de Ally e morava na mesma casa de David durante a faculdade, ela da mesma classe social dele, podia comprar tudo que queria, menos o amor.

A cada novo capítulo, vamos conhecendo mais sobre as relações: Ally e David, Ally e Joe, Ally e Charlotte e Charlotte e David, o que podemos constatar é que em todas as relações têm muito amor envolvido, é muito fácil para quem está lendo escolher uma heroína e uma vilã para a história, mas conforme vamos conhecendo mais os personagens a dicotomia entre bem e o mal deixa de fazer sentido. Nesse meio tempo enquanto vijamos para o passado tanto da Ally quanto da Charlotte e junto com elas se apaixonando pelo Joe e pelo David, ficamos aflitas porque não sabemos se no final da noite ambos estarão vivos.

O que é um final feliz? Você abriria mão do seu final feliz em prol do final feliz da pessoa que você ama? Você conseguiria perdoar quem partiu seu coração? Estas e muitas outras questões são postas em jogo pela Dani Atkins e o que fica claro é que a gente tem que construir o nosso final feliz todo dia, não é dinheiro, não são as coisas que podemos comprar ou os lugares que podemos acessar, mas sim o amor em todos os níveis que faz com que a vida tenha sentido.



“Você pensa que tem o controle de sua vida, acredita que é você quem toma todas as decisões, e então algo assim acontece e você se dá conta que é apenas uma minúscula peça em um jogo de xadrez, sendo movida de um lado para o outro ao capricho de alguma coisa ou alguém muito maior.” 

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