Li esse livro numa velocidade
incrível, simplesmente porque eu precisava saber, precisava ver que ia ficar
tudo bem. Dani Atkins tem o dom de criar personagens que nos identificamos
tanto que parece que somos nós lá na história, que é nossa vida ou a vida do
nosso amor está em jogo.
Vida, é sobre ela que é esse livro,
sobre como ela pode ser efêmera, como não a controlamos, como todas nossas
escolhas erradas um dia sempre voltarão como fantasmas pra nos assombrar ou pra
colocar tudo em ordem. Quando terminei a leitura, precisei ficar uns 5 minutos
olhando pro teto pra assimilar tudo, me peguei pensando: ‘foi triste ou feliz?
Feliz para quem?’ E é por isso que amo os livros da Dani, eles são fora da
curva dos romances, sempre têm jogo entre passado e presente, nos ambientando
com tudo e quando estamos muito envolvidos ela vai lá e estraçalha nosso
coração, nos fazendo pensar em todas as escolhas de nossas vidas reais.
E se? Quem nunca parou num momento
de sua vida e pensou: ‘e,se?’ E se eu tivesse feito alguma coisa diferente
naquele dia? E se eu tivesse dito sim pra alguém do passado? E se naquele
instante eu tivesse olhado pro outro lado? Não dá pra voltar no passado e fazer
tudo diferente, mas há quem diga que somos quem somos hoje devido as decisões
que tomamos no passado, então é muito provável que se a gente tivesse escolhido
outra direção a gente também pensaria o que teria acontecido caso o contrário,
esse é o paradoxo da própria vida, não é mesmo?
E é como o ‘e, se’ que começamos a história, Joe Taylor é um daqueles
homens que sempre faz de tudo para ajudar o próximo e quando no percurso pra
casa, depois de mais um dia de trabalho, é cercado por crianças desesperadas,
ele não hesita em ajuda-las. O fato é que as tais crianças eram 3 irmãos, um
deles caiu dentro de um lado congelado para resgatar o seu cachorro e os outros
dois foram atrás de socorro, quando Jake
está atravessando o lago com um gelo um tanto quanto fino, prendemos nossa
respiração até que fica tudo escuro.
Longe dali, conhecemos outro homem,
muito diferente do primeiro. David
Williams está em busca do presente de Natal perfeito para sua esposa. Ele vem
sentido algumas dores nos últimos tempos, mas acredita que seja apenas mais uma
gripe qualquer, até que no meio de uma loja de joias tudo também fica escuro.
E quando, tanto Joe Taylor quanto
David Williams são levados para o mesmo hospital conseguimos entender a relação
entre eles: suas esposas.
Ally Williams é uma musicista que
conheceu e se relacionou com David durante a faculdade, mas as coisas entre
ambos ficaram complicadas, classes sociais diferentes, muito orgulho de ambos e
uma pessoa chamada Charlotte fizeram com que as coisas não acontecessem da
forma que eles queriam. Charlotte Williams era amiga de Ally e morava na mesma
casa de David durante a faculdade, ela da mesma classe social dele, podia
comprar tudo que queria, menos o amor.
A cada novo capítulo, vamos
conhecendo mais sobre as relações: Ally e David, Ally e Joe, Ally e Charlotte e
Charlotte e David, o que podemos constatar é que em todas as relações têm muito
amor envolvido, é muito fácil para quem está lendo escolher uma heroína e uma
vilã para a história, mas conforme vamos conhecendo mais os personagens a
dicotomia entre bem e o mal deixa de fazer sentido. Nesse meio tempo enquanto
vijamos para o passado tanto da Ally quanto da Charlotte e junto com elas se
apaixonando pelo Joe e pelo David, ficamos aflitas porque não sabemos se no
final da noite ambos estarão vivos.
O que é um final feliz? Você
abriria mão do seu final feliz em prol do final feliz da pessoa que você ama?
Você conseguiria perdoar quem partiu seu coração? Estas e muitas outras
questões são postas em jogo pela Dani Atkins e o que fica claro é que a gente
tem que construir o nosso final feliz todo dia, não é dinheiro, não são as
coisas que podemos comprar ou os lugares que podemos acessar, mas sim o amor em
todos os níveis que faz com que a vida tenha sentido.
“Você pensa que tem o controle de
sua vida, acredita que é você quem toma todas as decisões, e então algo assim
acontece e você se dá conta que é apenas uma minúscula peça em um jogo de
xadrez, sendo movida de um lado para o outro ao capricho de alguma coisa ou
alguém muito maior.”
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