John Green é aquele tipo de escritor que a
cada novo livro já podemos esperar uma coisa: muita reflexão sobre a sua
própria vida, conforme a gente vai lendo é impossível não se identificar com os
personagens ou situações, desta vez, Green colocou a ansiedade em questão.
Você se considera uma pessoa
ansiosa? Fica fazendo planos para algo que vai demorar muito tempo para
acontecer? Ou começa a criar situações como muitos ‘se’ na sua cabeça? Junta
tudo isso é multiplica por dez, esse é o nível de ansiedade de Aza Holmes. Ela
simplesmente não consegue desligar, durante todo o tempo fica se questionando
sobre tudo ao seu redor, uma simples ferida no dedo, depois de uma pesquisa no
Google pode virar uma doença incurável acarretando até mesmo a morte.
Aza consegue viver relativamente
bem com a sua ansiedade, apesar de algumas crises de vez enquanto, ela vai
vivendo um dia de cada vez. Sua melhor amiga, Daisy é o oposto dela, super
extrovertida, escritora de fanfics, fala sempre o que está pensando e tem um
sonho de ficar milionária. E devido a este sonho, ao ver que o pai de um amigo
de infância da Aza está desaparecido e a polícia está oferecendo uma recompensa
para quem informar o paradeiro do mesmo, Daisy não hesita em arrastar Aza para
uma investigação.
E para isso, Aza precisa se
reaproximar do seu amigo de infância, o Davis Pickett, não seria nenhum
problema se ela não tivesse uma queda pelo Davis. Quando ele percebe que Aza só
está se reaproximando devido a recompensa, ele a dá um ultimato e Aza percebe
que todo mundo tem problemas, até mesmo o filho de um magnata e com ele, Aza
pode descobrir uma nova forma do amor, antes não experimentada por ela.
Mas quando as pistas quanto ao pai de
Davis não levam a lugar nenhum, Daisy desiste de tentar entender os problemas
pelos quais Aza está passando, cominando em um acidente de carro, fazendo com
que Aza entre em uma espiral de pensamentos que a levam ao fundo do poço e
somente ela pode dar o primeiro passo para sair dele.
Esse livro me fez refletir muito e
a leitura não foi fácil, estar na cabeça da Aza não foi fácil. Quando a gente
tem um ferimento visível, todo mundo entende, sente pena por aquela situação pela
qual você está passando, mas quando temos uma doença na mente é muito difícil
para aqueles que estão ao seu redor entender, alguns dizem até mesmo que é ‘frescura’,
para quem diz algo assim, indique a leitura desse livro, tenho certeza que
nunca mais dirá o mesmo.
O conceito de ‘espirais’, utilizado
pelo John Green é muito genial e pude perceber que todo mundo tem, nem que seja
um pouquinho, a aptidão para mergulhar em uma espiral, seja devido a uma prova
que você precisa tirar uma boa nota, o resultado de uma entrevista de emprego,
um crush, um problema familiar, quem nunca ficou fissurado em algo, até que se
realizasse? O Green mostra que: ei, você não é doente por ser assim, todos nós
somos um pouco assim, só precisamos saber o nosso limite para cuidar da própria
saúde e nos rodear de pessoas e coisas que amamos, distribuir amor sempre é a
melhor escolha.
“Em inglês se usa uma expressão
estranha ‘in love’, que seria algo como estar ‘imerso no amor’, como se o amor
fosse um mar em que mergulhamos, ou uma cidade em que moramos. Não se usa essa
expressão para mais nenhum sentimento – não se está em amizade, ou em raiva, ou
em esperança. Só é possível estar imerso no amor.”
Esse livro <3
ResponderExcluirLi-o no começo desse ano e ouso dizer que este é um dos melhores do John Green na minha opinião (só não fica na frente de "A culpa é das estrelas" ^^').
Concordo contigo: estar na cabeça da Aza não foi mesmo fácil; principalmente quando a gente se sente meio ela às vezes :S (apesar do problema dela ser bem maior).
O que eu mais gostei nesse livro foi que o Green não romantizou o problema da Aza, explicando-o de uma maneira até mesmo "crua", por isso é realmente importante que quem pensa que esse tipo de problema é frescura, leia este livro!
Adorei sua resenha! E a foto (tortuguita ali, que fofa ^0^)
Beijinhos e bom restinho de semana.
Isabelle - Attraverso le Pagine