quarta-feira, 7 de março de 2018

Resenha: Tartarugas até lá embaixo / John Green


John Green é aquele tipo de escritor que a cada novo livro já podemos esperar uma coisa: muita reflexão sobre a sua própria vida, conforme a gente vai lendo é impossível não se identificar com os personagens ou situações, desta vez, Green colocou a ansiedade em questão.

Você se considera uma pessoa ansiosa? Fica fazendo planos para algo que vai demorar muito tempo para acontecer? Ou começa a criar situações como muitos ‘se’ na sua cabeça? Junta tudo isso é multiplica por dez, esse é o nível de ansiedade de Aza Holmes. Ela simplesmente não consegue desligar, durante todo o tempo fica se questionando sobre tudo ao seu redor, uma simples ferida no dedo, depois de uma pesquisa no Google pode virar uma doença incurável acarretando até mesmo a morte.

Aza consegue viver relativamente bem com a sua ansiedade, apesar de algumas crises de vez enquanto, ela vai vivendo um dia de cada vez. Sua melhor amiga, Daisy é o oposto dela, super extrovertida, escritora de fanfics, fala sempre o que está pensando e tem um sonho de ficar milionária. E devido a este sonho, ao ver que o pai de um amigo de infância da Aza está desaparecido e a polícia está oferecendo uma recompensa para quem informar o paradeiro do mesmo, Daisy não hesita em arrastar Aza para uma investigação.

E para isso, Aza precisa se reaproximar do seu amigo de infância, o Davis Pickett, não seria nenhum problema se ela não tivesse uma queda pelo Davis. Quando ele percebe que Aza só está se reaproximando devido a recompensa, ele a dá um ultimato e Aza percebe que todo mundo tem problemas, até mesmo o filho de um magnata e com ele, Aza pode descobrir uma nova forma do amor, antes não experimentada por ela.

Mas quando as pistas quanto ao pai de Davis não levam a lugar nenhum, Daisy desiste de tentar entender os problemas pelos quais Aza está passando, cominando em um acidente de carro, fazendo com que Aza entre em uma espiral de pensamentos que a levam ao fundo do poço e somente ela pode dar o primeiro passo para sair dele.

Esse livro me fez refletir muito e a leitura não foi fácil, estar na cabeça da Aza não foi fácil. Quando a gente tem um ferimento visível, todo mundo entende, sente pena por aquela situação pela qual você está passando, mas quando temos uma doença na mente é muito difícil para aqueles que estão ao seu redor entender, alguns dizem até mesmo que é ‘frescura’, para quem diz algo assim, indique a leitura desse livro, tenho certeza que nunca mais dirá o mesmo.

O conceito de ‘espirais’, utilizado pelo John Green é muito genial e pude perceber que todo mundo tem, nem que seja um pouquinho, a aptidão para mergulhar em uma espiral, seja devido a uma prova que você precisa tirar uma boa nota, o resultado de uma entrevista de emprego, um crush, um problema familiar, quem nunca ficou fissurado em algo, até que se realizasse? O Green mostra que: ei, você não é doente por ser assim, todos nós somos um pouco assim, só precisamos saber o nosso limite para cuidar da própria saúde e nos rodear de pessoas e coisas que amamos, distribuir amor sempre é a melhor escolha.



“Em inglês se usa uma expressão estranha ‘in love’, que seria algo como estar ‘imerso no amor’, como se o amor fosse um mar em que mergulhamos, ou uma cidade em que moramos. Não se usa essa expressão para mais nenhum sentimento – não se está em amizade, ou em raiva, ou em esperança. Só é possível estar imerso no amor.”

Um comentário:

  1. Esse livro <3
    Li-o no começo desse ano e ouso dizer que este é um dos melhores do John Green na minha opinião (só não fica na frente de "A culpa é das estrelas" ^^').
    Concordo contigo: estar na cabeça da Aza não foi mesmo fácil; principalmente quando a gente se sente meio ela às vezes :S (apesar do problema dela ser bem maior).
    O que eu mais gostei nesse livro foi que o Green não romantizou o problema da Aza, explicando-o de uma maneira até mesmo "crua", por isso é realmente importante que quem pensa que esse tipo de problema é frescura, leia este livro!

    Adorei sua resenha! E a foto (tortuguita ali, que fofa ^0^)
    Beijinhos e bom restinho de semana.
    Isabelle - Attraverso le Pagine

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