segunda-feira, 21 de maio de 2018

Resenha: A luz que perdemos / Jill Santopolo


Você faria tudo por amor? E se ir ao encontro do amor fosse abrir mão de seus sonhos individuais? Em meio a muitos encontros e desencontros vamos conhecendo Gabe e Lucy e percebendo ao virar cada página e terminar o livro em meio de lágrimas que felicidade é muito mais complexa que a gente pode imaginar.

Lucy e Gabe faziam faculdade na mesma Universidade, mas foi apenas no dia de um dos acontecimentos mais marcantes da História dos EUA que eles de fato se conheceram no fatídico, 11 de setembro de 2001. E parece que este evento traumático os uniu de alguma forma, enquanto Nova York estava ardendo em chamas eles davam o seu primeiro beijo.

Depois desse dia, ambos fazem uma promessa de que ao se formarem farão alguma diferença no mundo, não terão apenas empregos para ganhar dinheiro, eles vão fazer algo que torne o mundo um lugar melhor.

A paixão que eles sentiam fez com que eles fossem morar juntos durante alguns meses, Lucy se mudou para o apartamento de Gabe, ela havia conseguido um emprego de assistente em uma produtora de desenhos infantis, enquanto ele ainda estava se encontrando. A relação dos dois era fogo puro, mas Lucy não tinha cem por cento de confiança em Gabe, onde ele chegava ele era o centro das atenções, todos e todas queriam ficar ao redor dele e Lucy não queria compartilhar ele com mais ninguém, nesse ponto eu coloquei numa balança, o ciúme de um lado e o ego de outro, como achar o equilíbrio?

O ponto de virada foi quando Gabe recebeu uma proposta de emprego de uma agência internacional de fotografia e decidiu que seria dessa forma que ele cumpriria sua promessa de mudar o mundo, e os dois se despedem, pois Lucy não abriria mão do seu emprego dos sonhos para ir atrás dele.

Após um tempo na fossa, surge na vida de Lucy, um cara chamado Darren. Ele era um pouco mais velho, já estabilizado e se encantou por ela. Os dois saíram diversas vezes, Lucy estava voltando a ficar feliz, ele a fazia rir, mas ele não era Gabe. Darren é sólido, é o tipo de pessoa que ama fazer planos e os coloca sempre em execução, listas são uma de suas coisas favoritas, não poderia ser mais diferente do extrovertido Gabe.

Os anos passam, mas o contato entre Lucy e Gabe continua, sempre quando ele está nos EUA, eles se encontram, trocam e-mails as vezes, sentem que ainda sentem algo um pelo outro, mas a vida segue e Lucy se casa com Darren e começa a construir uma família com ele. Conforme vamos lendo, é impossível não fazer comparações entre os dois, uma passagem do livro faz uma comparação entre o amor e o fogo, Lucy e Gabe, um incêndio, aquela paixão destemida e sem controle, já Lucy e Darren, uma fogueira, aquele fogo perene, mas que é necessário para nos manter quentes, o que é melhor fogueira ou incêndio?

Como valorar um amor? Você sabe dosar se você está se entregando muito a uma relação, enquanto a outra parte não faz o mesmo? Como enxergar se um relacionamento não é saudável? Amor é sinônimo de felicidade? Como diferenciar amor de paixão? Qual ou algum deles dura para sempre? A leitura do livro me fez me colocar no lugar da Lucy e do Gabe em diversas ocasiões, nenhum deles queria abrir mão dos próprios sonhos, mas eles se amavam muito, quando estavam juntos era sempre mágico, mas a vida fez com que os caminhos deles  os levasse para lugares distantes, será que o que sentem vai ser suficiente para lutar contra os propósitos da própria vida?

Não sei vocês, mas pra mim é muito difícil eu ler um livro e não me colocar no lugar dos personagens, qualquer que seja o livro eu sempre vou acabar me identificando com alguma situação, ou entendendo certa escolha, pensando: 'ei, faria o mesmo' e outras vezes, 'eita, não faz isso, vai dar treta'. ‘A luz que perdemos’ mexeu comigo, apesar de imaginar o final desde que comecei a ler, e muito devido a narrativa em primeira pessoa, como se fosse um diário eu chorei no final, porque é muito verossímil, essa vida que pode acabar num estalar de dedos (hello, Thanos, haha) é feita de escolhas, sonhos e amor, será que a gente sempre consegue colocar tudo isso nos trilhos corretos, quais são os trilhos corretos? Será que existem? Mergulhe nessa história e comece a pensar sobre as suas próprias escolhas de uma maneira diferente.


“O amor faz isso. Faz você se sentir invencível e infinito, como se o mundo inteiro estivesse à nossa disposição, tudo pudesse ser conquistado e todo dia fosse repleto de maravilhas. Talvez porque nos abrimos para alguém, nos deixamos penetrar pelo outro. Ou talvez amar seja se doar tão profundamente a outra pessoa que o coração da gente se expande.”

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