domingo, 11 de agosto de 2019

Resenha: Marionete / Daniel Cole


Daniel Cole leva os personagens ao limite e nós mergulhamos junto com eles numa trama muito obscura. Ninguém está a salvo, Emily Baxter, ainda não totalmente recuperada após os acontecimentos do ‘Boneco de Pano’, se depara com mais uma investigação monstruosa e quando a gente acha que nada pode piorar e neste momento que as coisas realmente se tornam complicadas.

Baxter, após o desparecimento do Wolf, se torna a inspetora chefe e quando um corpo surge em Londres tendo em seu peito a palavra ‘Isca’ entalhada, além do fato de o morto ter o mesmo nome do Wolf, tudo indica que há uma relação com o caso do ‘Boneco de Pano’, mas será mesmo? E por quê?

“Ninguém consegue entender o que passei. Eu nunca vou ficar bem de novo. Se você ama alguém, quero dizer, se ama alguém de verdade, e perde essas pessoas... você não deve ficar bem, não é?”

As coisas se complicam quando, do outro lado do Atlântico, em Nova York, outra pessoa é assassinada e em seu peito novamente a palavra ‘Isca’. Será que estamos falando de um assassino internacional? Quando uma equipe do FBI chefiada pela Curtis, se junta a Rouche da CIA e a Baxter para ir ao presídio interrogar Masse, assassino do caso ‘Boneco de Pano’, tudo se complica mais ainda, já que tudo sai do controle e Masse é assassinado, tendo em seu peito a palavra ‘Marionete’. Então estamos lidando com iscas e marionetes? Iscas para quem?

“Tomei decisões que não sei se foram certas e que provavelmente nunca saberei – falou. – Simplesmente temos que viver com as decisões que tomamos.”

Baxter, Curtis e Rouche formam então uma equipe inusitada. Baxter que sempre desconfia de todo mundo, sofre com bebidas alcoólicas, tem um instinto fora do comum e não se importa nem um pouco de burlar as regras; Curtis ainda muito jovem, gosta de seguir as regras de seus superiores, ela quer muito provar que tem competência para o seu cargo, apesar de sua família e Rouche é muito misterioso, está sempre ao telefone, é um homem de fé e nunca hesita em arriscar sua vida para salvar quem quer que seja.

Quando mais corpos vão surgindo, algumas iscas e outras marionetes, a polícia cai em uma armadilha sem precedentes ficamos sem saber se haverá um final ‘feliz’ em toda a carnificina. Baxter vai se redobrar para conseguir se manter vida até a última página. Preciso dar destaque também para o Edmunds, personagem que tem participação muito importante ajudando Baxter nas investigações, única pessoa em quem ela confia de olhos fechados, ele depois do ‘Boneco de Pano’ trocou de área na polícia, mas não deixa sua amiga na mão, nem mesmo para investigar as contas do namorado dela.

“Está encontrando conexões que não existem. Nem tudo são deuses e monstros. Às vezes são só as pessoas sendo escrotas.”

Daniel Cole jogou nesse livro principalmente com fé e esperança, quem somos nós sem esperança? É ela que nos mantém vivos e nos ajuda a enfrentar os desafios, mas e se tudo acabar? Se sua vida perfeita desmoronar? Será que você irá conseguir se manter firme? Com seus princípios e sua fé? Chega um ponto no livro que pensamos até que tem algo sobrenatural envolvido, mas Cole mostra que quando lidamos com a mente humana, nada pode ser mais sobrenatural.


“Às vezes as coisas que quase nos matam são as coisas que nos salvam.”

Obs: 'Boneco de Pano' e 'Marionete' fazem parte de uma trilogia, então em breve teremos o livro 3, que o autor já confirmou que está escrevendo.

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