Livro de estreia de Jenny Colgan na
Editora Arqueiro, um livro feito por uma leitora, falando de leitores e
obviamente para leitores, diz ai, quem nunca imaginou ter sua própria livraria
ou trabalhar numa biblioteca? Mas será que sonhos sempre podem se tornar
realidade? Em 'A pequena livraria dos sonhos' a gente vai para Escócia e descobre
que nada pode ser tão ruim que o livro certo não possa melhorar.
Quem nunca falou para um amigo que
não gosta de ler a seguinte frase: Você ainda não encontrou o livro certo (e
indicou umzinho do Harlan, haha)?
Nina vivia do jeito que sempre
sonhou: rodeada de livros. Trabalhando em uma biblioteca, pensando qual seria o
livro certo para todo mundo que chegava por lá, mas eis que devido à demanda
tecnológica, seus chefes decidem mudar os rumos, fechar a biblioteca para criar
algo mais high-tech e com isso grande parte dos funcionários seriam demitidos.
“Ler é como estar lá de verdade. Você se conecta direto ao cérebro do escritor. Só você e ele. Você vivencia o que ele vivencia”
O ambiente de trabalho se torna uma
competição para conseguir manter o emprego, enquanto Nina vai levando mais e
mais livros para o apartamento que divide com sua amiga Surinder. E é durante a
entrevista para a manutenção do emprego que Nina descobre que não seria feliz
trabalhando com todas essas tecnologias e ela decide arriscar tudo.
O fato é que Nina nunca foi de
arriscar, sempre viveu em segurança na sua zona de conforto, no conforto de se aventurar pelas páginas
dos livros dentro de seu apartamento e quando ela diz que irá comprar uma Van
enorme e ter uma livraria itinerante na Escócia, nenhum de seus amigos acredita
que vai dar certo, aliás, nem ela mesma.
“Ela, por sua vez, recorria aos livros sempre que perigava se confrontar com a realidade – ou melhor, com seus aspectos mais sombrios. Quando ficava triste, os livros eram seu consolo; quando se sentia só, eram eles seus amigos. Eram eles que cuidavam do seu coração partido e a encorajavam a manter a esperança quando estava na pior.”
Mas é numa cidadezinha escocesa que
Nina descobre o seu lugar no mundo, entre muitos altos e baixos. Será que ela
vai conseguir dirigir uma van enorme? Será que vai ter uma demanda e conseguir
ganhar dinheiro com isso?
Ela recebe uma indicação de aluguel
e acaba se surpreendendo ao chegar, tanto com a casa quanto com o seu senhorio, o Lennox. Mas não se engane, esse não é um livro de amores fáceis, Nina vai
passar por maus lençóis e quase se atropelada por um trem para descobrir o amor
verdadeiro.
“Aquele negócio de autorrealização era difícil demais, pensou ela. Nina mal estava conseguindo ler uma única palavra, e isso foi a gota d'água. Ele até podia ter arruinado a vida sexual dela, sua paz de espírito, suas esperanças de ser feliz algum dia, seu ganha-pão. Mas NINGUÉM iria arruinar sua leitura.”
O que mais me encantou nesse livro
foi a leveza e a verossimilhança com a vida real, nada é fácil né? A gente vive
achando que a vida do outro é mais tranquila, que o outro vive a vida dos sonhos, mas
ei, todo mundo tem problemas, diferentes, claro, mas o que nos faz pensar que
podemos julgar a vida de alguém, apenas por uma série de fotos em redes
sociais?
As vezes a gente sonha tanto com
algo e quando conseguimos, pensamos ‘ah era só isso’, as vezes chegar naquele
tão almejado ‘lá’ não justifica todo o esforço, é por isso que temos que
aproveitar os caminhos da vida assim como aproveitamos os capítulos dos livros,
por mais difícil que possa ser, é uma experiência que fará a gente crescer,
perder um emprego, ter um coração partido, se decepcionar com uma amizade
antiga, a verdade é que a gente nunca sabe o dia de amanhã e nunca podemos
deixar de sonhar e esperar o melhor e ‘A pequena livraria dos sonhos’ faz a
gente suspirar e acreditar que os finais felizes existem sim!
“O amor sempre dava errado até o
dia em que, enfim, dava certo. A vida era assim e pronto.”
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