quarta-feira, 1 de abril de 2020

Resenha: Um caminho para a liberdade / Jojo Moyes


Um livro sobre o poder dos livros e a força que as mulheres podem ter quando se unem contra uma sociedade extremamente patriarcal.

Jojo Moyes já é conhecida pelos seus livros com dramas que nos fazem refletir sobre nossas próprias vidas, em ‘Um caminho para liberdade’ não poderia ser diferente, um livro que nos faz sorrir e chorar e no final, ficamos com vontade de abraça-lo.

No prólogo descobrimos um acidente que acreditamos no início ser apenas isto, um acidente, nada demais, mas no desenrolar da história vemos como o tal acidente foi uma cilada para a vida da Margery O’Hare.

Margery não é uma mulher convencional da sua época, ela vive muito a frente de seu tempo, ela administra a biblioteca a cavalo. E sai junto com seu amado cavalo levando livros a leitores não importando o quão difícil possa ser o caminho. Ela não acredita na instituição do casamento, seu objetivo é ser livre sempre e o casamento segundo o seu ponto de vista é uma amarra para seus sonhos.

Alice Van Cleve é uma jovem inglesa que se casou com um cara por quem acreditava estar apaixonada, ela deixou a família para trás na Inglaterra para morar nos EUA com seu amado. A verdade é que sua família não se importava muito com ela, queria mesmo que ela se casasse e deixasse de ser um fardo, por isso quando ela encontrou esse americano que lhe dava amor como nunca antes e também tinha uma beleza de tirar o fôlego, ela não pensou duas vezes em embarcar para um novo mundo. Acontece que, tudo pelo que ela sonhava: viver um sonho com seu amado, foi por agua abaixo quando ela conheceu o seu autoritário sogro, que controlava a casa, a vida do filho e a vida de casados dele, já que iriam viver com o dito cujo. Ela se vê sem saída e sem nenhuma expectativa quanto a um futuro feliz.

Izzy Brady é uma jovem que tem uma deficiência física em uma das pernas, sua família é muito influente, mas ela sempre foi a chacota da cidade, seu sonho é brilhar com sua voz divina, mas quem daria o palco para alguém como ela soltar sua voz?

Quando a biblioteca a cavalo necessita de mais ajudantes, a mãe de Izzy oferece a filha, enquanto Alice se oferece, mesmo contra a vontade do marido e sogro e elas duas vão conhecer a exótica Margery.

Juntas percebem que apesar de serem muito diferentes possuem muita coisa em comum, as diferenças quando compartilhadas servem de ensinamentos uma para outra.

Esse é um livro sobre sonhos e sobre emancipação, Margery se fechou no seu mundo por medo de se entregar para o amor, ou até mesmo para amizade e ser enganada ou traída, Alice descobriu que não precisa de ordens de homens, que pode seguir o caminho que bem entender e que também nem todos os homens são como aqueles que ela deu o azar de se envolver e Izzy percebe que nada pode ficar entre o seu sonho quando ela decide que irá realiza-lo.

E em meio de muitos livros, cavalos, ameaças, trilhas perigosas, nós, leitores observamos que o amor, a amizade, os sonhos, a própria vida nunca são fáceis, que para obter o que desejamos precisamos encarar os desafios e as pessoas que se colocam no caminho como obstáculos que a principio são intransponíveis, mas essas mulheres mostram que tudo é possível se a gente tiver o livro certo ao nosso lado. E que a liberdade é o melhor presente que uma mulher pode ter.


“Você sabe o que é realmente maravilhoso nesses vagalumes? Eles vivem só algumas semanas. O que não é muito no grande esquema da vida. Mas, no entanto estão por aqui, a beleza deles... Nossa, é de tirar o fôlego. Você consegue ver o mundo de uma forma completamente nova. Então, essa imagem linda fica registrada no seu coração. Para levar para onde for. E nunca esquecer. Algumas coisa são um presente, mesmo se não pudermos tê-las. Talvez apenas saber que algo tão lindo assim existe seja tudo que realmente possamos pedir.”

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