terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Resenha: O Retorno / Nicholas Sparks

Nicholas Sparks é o mestre em fazer a gente sentir. Seja com um drama pesado, seja com acidentes, doenças, vidas trágicas e principalmente com o amor. ‘O Retorno’ mostra que por mais difícil que seja a vida, por mais escuro que seja o caminho, sempre vai ter espaço para o amor. Não tem um tempo certo ou um momento calculado, ele pode aparecer sem que a gente nem perceba, Sparks diz apenas: se agarre no amor.

Trevor estava passando por um período bem complicado, ele é médico cirurgião ortopedista, mas após servir à Marinha foi vítima de um atentado, que além de deixar sequelas físicas, também fez com que ele tivesse que mudar de profissão e ter que lidar com o estresse pós-traumático. Quando ele é avisado que seu avô sofreu um ataque cardíaco durante uma viagem e estava no hospital, ele não pensa duas vezes e vai ao encontro de seu avô. 

“Quem fica realmente curado quando se trata de saúde mental ou emocional? A vida tem reviravoltas radicais, e esperanças e sonhos mudam à medida que as pessoas entram em fases diferentes da vida.”

Seu avô era a sua única família, e após lhe dizer palavras confusas no leito do hospital, o deixa sozinho. Ele tem então que cuidar da casa do avô em New Bern, uma cidadezinha da Carolina do Norte e também de suas abelhas, já que seu avô era um famoso apicultor daquela região, com uma produção totalmente artesanal. Trevor tem boas memórias de sua infância e dos dias que passou com seu avô, nos quais ele lhe ensinou toda a importância das abelhas para a sobrevivência dos ecossistemas.

“Ao longo dos anos, comecei a acreditar que família é como sombra em dia de sol, sempre lá, nas costas, seguindo-nos em espírito, não importa onde nos encontremos ou que estejamos fazendo. Está sempre conosco.”

Trevor conhece Natalie Materson, uma policial, que ao fazer uma ronda de rotina descobre que Trevor está na casa do avô, ele sente uma atração inexplicável pela policial, e não perde tempo em tentar se aproximar dela. 

Natalie guarda um segredo, ela não se abre muito, deixa sempre Trevor falar. O que será que ela esconde? Será que ela sente o mesmo que ele sente por ela? Ao mesmo tempo em que se aproximam, em que vamos vendo o atração de Trevor virar amor, não sabemos se Natalie vai embarcar junto com ele nesse relacionamento.

Trevor está empenhado em descobrir por que seu avô estava fazendo uma viagem tão distante de casa, qual era o objetivo dele? Quem pode dar uma luz a ele é a Callie, uma adolescente muito arisca que esconde um segredo, ela era amiga do avô de Trevor, será que ela sabia onde ele havia ido naquele fatídico dia? Mas sempre que Trevor tenta se aproximar dela, dá tudo errado. São algumas reviravoltas bem chocantes envolvendo a Callie. 

Qual será o segredo do avô do Trevor? Qual o segredo da Natalie? E qual o segredo da Callie? Trevor está nesse emaranhado de perguntas, sem saber muito bem o que fazer, como descobrir o que seu avô foi fazer? Será que a Natalie o ama como ele a ama? Trevor quer mergulhar nesse amor, sem pensar em consequências, mesmo ele não tendo planos de ficar em New Bern, mesmo ele não sabendo quase nada sobre a Natalie, o que ele sabe é que está apaixonado.

Durante a leitura, me questionei várias vezes: O que eu faria nessa situação? E a verdade é que eu não sei responder, todos os personagens passam por batalhas muito intensas em suas vidas, com escolhas extremamente difíceis. Mas nenhum deles perdeu a vontade de viver, acho que essa é a principal mensagem do livro, aquele velho ditado de que a vida só acaba quando termina, é verdade. 

“Perdoar não quer dizer que você esqueceu ou que parou de querer mudar o passado. Quer dizer que você aceita a ideia de que não é perfeito, porque todos cometemos erros. E coisas terríveis podem acontecer com qualquer um.”

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