sexta-feira, 4 de junho de 2021

Resenha: Trilogia Kingsbridge / Ken Follett

Ken Follett nos leva a uma jornada épica através da História, nessa trilogia, mergulhamos em tramas que envolvem segredos, reviravoltas tendo Kingsbridge como plano de fundo. 

Eu tinha medo de ler Ken Follett, aqueles livros gigantes, eu vou me perder, eu pensava, vai ter muitos personagens, não vou lembrar. E foi só eu dar uma chance para eu perceber que estava muito enganada. Depois de ler toda a trilogia de Kingsbridge, além da trilogia O século, posso atestar que:

- Não tem como se perder: os lugares, personagens e situações são muito bem construídas, a gente realmente viaja e entra na história.

- Sobre os personagens: mesmo se esquecer um ou outro nome, os personagens são bem diferentes, cada um tem uma própria índole e aos poucos vamos torcendo, odiando ou nos identificando com eles. 

No início do ano eu li 'O Crepúsculo e a Aurora', é o livro mais recente do Follett e se passa antes de Kingsbridge existir, então é bem legal saber como e por que Kingsbridge tem esse nome, depois que eu terminei, não aguentei e mergulhei na trilogia.

Uma dica: não é uma leitura pra ler com pressa, é para desfrutar. Eu passei 4 meses lendo todos, um pouquinho todo dia, como se fosse um episódio de um seriado. Foi uma experiência muito gostosa. Ah, outra dica é aproveitar o box digital com os três livros (a editora vira e volta faz descontos maravilhosos, fique de olho no Instagram).

Pilares da Terra

A edição do ebook tem uma espécie de carta do Follett aos leitores contando os bastidores
da escrita, é muito legal! E só dá mais vontade ainda de ler. Uma curiosidade é que os editores não apostaram no livro, ele fez sucesso a partir do boca a boca de indicações dos leitores. 

Quem diria que um livro sobre a construção de uma catedral fosse se tornar um sucesso? Ocorre que, a construção tem muitas intrigas, reviravoltas.

Mergulhar na construção da catedral de Kingsbridgde ao mesmo tempo em que a disputa pelo trono da Inglaterra gerou uma Guerra Civil, junto com problemas cotidianos da Idade Média, como uma safra ruim, Follett ainda consegue inserir histórias de amor e um mistério que só é resolvido nas últimas páginas. É sem sombra de dúvidas um dos melhores livros que já li na vida.

Inglaterra, século XII, Philip um prior, acredita que sua missão é construir uma catedral, mas ele irá encontrar resistência de muitas pessoas, que farão qualquer coisa para que ele não consiga erguer a catedral.

Destaco alguns personagens, que acompanhamos ao longo dos anos:

Tom Builder é um construtor que almeja trabalhar construindo coisas grandiosas, mesmo que para isso fica volta e meia sem trabalho e sem tem como alimentar a própria família.

Aliena é uma menina que se torna uma mulher forte depois que a vida lhe castiga muito, eu torci por ela durante o livro todo. 

Jack é um sonhador, um dos personagens que é mais interessante o desenvolvimento ao longo dos anos.

O livro tem uma adaptação produzida pelo Starz, seriado com 8 episódios e com elenco bem estrelado com por exemplo, Eddie Redmayne, Hayley Atwell, Sam Claffin, Ian McShane e Donald Sutherland. Eu maratonei e claro que o livro é melhor, mas é uma adaptação bem legal de ver. 


Mundo sem fim

Em Mundo sem fim seguimos a vida de Merthin, Ralph, Caris, Gwenda e Philemon. Um encontro ao acaso os une para o resto de suas vidas.

Sendo Merthin um construtor sonhador, Caris uma mulher a frente de seu tempo, não queria
casamento para se tornar a propriedade de um homem, por que ela tinha que escolher entre o amor e ter uma vida além do casamento?

Ralph que acredita que pode resolver tudo com violência.

Gwenda que teve uma infância dura e se tornou uma mulher forte e guerreira, mesmo tendo tudo contra ela.

Philemon, um homem inescrupuloso que fará tudo por poder.

Passamos pela peste negra com momentos devastadores, e briga por uso de máscaras por uma triste coincidência, parecido com o tempo presente.

Com muitas manipulações, altos e baixos, brigas, obras, Kingsbridge continua crescendo e se tornando importante.

O livro também tem uma adaptação, que não maratonei, vi apenas o primeiro episódio e achei muito diferente, mas irei tentar novamente. Como produtores executivos estão os irmãos Ridley Scott e Tony Scott.


Coluna de Fogo

Em Coluna de fogo, apesar de Kingsbridge ser importante, a história se expandiu, viajamos para França, Espanha e até mesmo pro novo mundo.

Foi difícil ler sobre a escravidão e viver o fatídico massacre de São Bartolomeu.

Foi muito empolgante ver o surgimento da espionagem e todas as artimanhas e segredos de todos os lados.

É triste pensar quantas pessoas sofreram e ainda sofrem devido conflitos religiosos, triste em pensar que religiosos justificam massacres pela vontade divina, quando na verdade estão cegos pelo poder.

Ned Willard, Sylvie, Margery, Barney são os personagens que destaco, sendo Ned que se envolve com os primórdios da espionagem, Sylvie vive no conflito de ser protestante em um Estado católico, Margery, por outro lado é uma católica numa Inglaterra protestante e Barney que fará tudo em prol da sua fé. 

Infelizmente, até hoje o livro não foi adaptado, alô Netflix ou HBO! 

Ken Follett tem duas habilidades incríveis: criar violões e desenvolver personagens ao longo de vários anos, conhecemos personagens na infância e acompanhamos até o dia da morte, ficamos odiando as ações dos vilões de uma forma que dá vontade de entrar no livro, acima de todo Follett sabe como manusear fatos históricos, viajamos através da História por meio de pequenos acontecimentos que tem desdobramentos grandiosos. É muito prazeroso ler Ken Follett. 



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