“Crianças, ponham a mesa. Sua mãe precisa de um tempo para ela.”
“Foi por isso que eu quis usar o programa Hora do Jantar para ensinar química. Porque quando as mulheres entendem a química, elas começam a entender como as coisas funcionam.”
Logo nas primeiras páginas já descobrimos que Elizabeth é uma super mãe, na escola, uma coleguinha da sua filha está se apropriando da merenda, que Elizabeth prepara com todo cuidado levando em conta todas as necessidades nutricionais da filha. Ela vai então até o trabalho do pai da tal coleguinha, ele, um produtor da tv, ao conhecer a Elizabeth, tem uma ideia que irá mudar a vida dos dois.
Mas antes, voltamos ao passado: quem é Elizabeth Zott? Uma cientista, uma química. Ela muito racional, sempre tem uma explicação científica para tudo. Sua vida não estava sendo fácil, família complicada, uma tragédia e a vida acadêmica não era muito diferente: os homens não a levavam a sério e o assédio, além das fofocas sobre sua capacidade, eram comuns. Nos anos 60, o senso comum era de que "o lugar da mulher", era dentro de casa, cuidando das crianças, uma mulher não poderia sonhar com um título de doutorado, ela não teria capacidade para isso, eles diziam, não poderiam estar mais enganados, não é mesmo?
O único homem que não a diminuiu foi Calvin Evans, um cientista brilhante, premiado e muito famoso por suas descobertas, ele foi o único que de fato a enxergou e a ouviu, eles se apaixonam de uma forma inusitada para dizer o mínimo. E não muito diferente da Elizabeth, o passado do Calvin também era muito triste, com diversas tragédias, impossível dizer qual dos dois sofreu mais.
“Olhe, a vida nunca foi justa e mesmo assim você continua a agir como se fosse. Como se, logo que você conseguir endireitar algumas coisas erradas, todo o resto vá se encaixar com perfeição. Isso não vai acontecer. Quer um conselho? Não trabalhe de acordo com o sistema. Seja mais esperta que ele.”
E a família fica completa com a chegada do Seis e meia, um doguinho muito esperto, que inclusive narra alguns capítulos, é muito divertido perceber que as vezes o doguinho é o ser mais sensato de um lugar.
“Certa vez, ele ouvira alguém dizer que era importante se lembrar dos próprios fracassos, mas ele não sabia por quê. Os fracassos, por sua própria natureza, tinham um jeito de ser inesquecíveis.”
E vamos viajar no tempo para o futuro, sem spoiler sobre o que acontece, mas o fato é que Elizabeth agora tem um programa na tv, um programa classificado como "de culinária", mas que na verdade são aulas de química e empoderamento todo dia de tarde na tv, ela ensina química de um jeito que todo mundo pode entender e aplicar na própria cozinha em casa, para Elizabeth, as cozinhas são laboratórios.
“A química é inseparável da vida; por definição, química é vida. Mas, assim como o seu empadão, a vida precisa de uma base forte. Na sua casa, você é essa base. É uma responsabilidade enorme, o trabalho mais subestimado do mundo que, apesar disso, mantém todas as coisas juntas.”
Passado, futuro e presente ao longo de todo livro vão se conectando, a gente vai descobrindo aos poucos cada detalhe da vida dos personagens que vai tornando o livro ainda mais gostoso de ler, no final tudo vai se conectando e a gente fica pensando: quem diria que isso levaria àquilo, ou com raiva da atitude de alguns personagens monstruosos, mas assim é a vida: a gente não controla nada, entre acasos e encontros e coincidências a vida vai seguindo.
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