sábado, 1 de março de 2025

Resenha: Apenas um olhar / Harlan Coben

Você vive uma vida confortável ao lado do seu amado marido e seus dois filhos. Tinham uma casa boa, as crianças frequentavam a melhor escola e o seu marido é o melhor, carinhoso, compreensivo, você vive feliz. Até que uma fotografia antiga muda tudo. 

    Essa é a história da Grace Lawson. Nossa protagonista não imaginava que ao colocar para revelar as suas fotos de um passeio em família iria virar o seu mundo de cabeça para baixo. Já que ao pegar as fotos, entre elas, havia uma que não estava no mesmo padrão, uma foto antiga de jovens, e no meio deles o marido dela, alguém desenhou um ‘X’ vermelho no rosto de uma das jovens da foto.

Ao questioná-lo sobre a foto, ele fica estranho, acaba saindo de casa e desaparece. Grace vai fazer o que tiver ao seu alcance para trazê-lo de volta para casa e para descobrir todas as verdades.

O passado da Grace envolve uma tragédia conhecida como ‘O massacre de Boston’. Uma confusão durante o show de uma banda de rock, acabou com vários mortos e muitos feridos. Grace ficou entre a vida e a morte, sobreviveu, mas não sem sequelas, além de mancar ela perdeu a memória, tanto do show quanto de uma semana antes. Ela se tornou uma artista e expressa os seus sentimentos através dos quadros. 

“O problema das tragédias é que as pessoas precisam seguir com suas vidas. Não há escolha. Não dá para sair da estrada e esperar, por mais que seja essa a vontade.”

Ao mesmo tempo que conhecemos a Grace e ficamos nos perguntando sobre o que aquela fotografia quer dizer, por que o marido sumiu, conhecemos um personagem sem escrúpulos, Eric Wu. Ele está numa missão e não pensa duas vezes antes de matar uma pessoa, para ele é simples, não sabemos qual é o objetivo dele, sabemos apenas que ele é muito perigoso e quem estiver no caminho dele ficará com a vida em risco. 

Você já pensou o que faria se estivesse vivendo uma situação que você já assistiu em um filme? Sabe da mocinha que entra na casa escura, que a gente sabe que não deve entrar? Ou presenciar algum crime? O que você faria? Agiria, fingiria que não viu? Fugiria? Dizem que a gente só sabe a reposta vivendo alguma dessas situações. E nesse livro temos uma personagem que ganha muito protagonismo, por acabar se envolvendo em uma série de situações, que antes ela só tinha visto em filmes, Charlaine Swain, se torna uma personagem chave para o desenvolvimento do livro, se prepare para torcer por ela.

Logo no prólogo, conhecemos Scott Duncan, um procurador federal. Quando um assassino de aluguel pede para entrar em contato com ele e faz uma revelação sobre uma tragédia pessoal do procurador, ele fica sem chão, mas será que ele pode confiar nas palavras de um assassino?

E é claro, ainda temos o nosso investigador da vez, o Capitão Stu Perlmutter, que em um primeiro momento não vai entender como esse pacato bairro pode ter tantas ocorrências simultaneamente. 

Esses são apenas alguns dos personagens, ‘Apenas um olhar’ tem muitos personagens que aos poucos vão se conectando. Entender tudo é totalmente chocante e inesperado, como a gente já espera ao ler um livro do Harlan. Mesmo sendo um livro lançado em 2004, é muito atual. 

A gente conhece de verdade as pessoas que amamos? Um segredo pode mudar o que você sente? Os livros do Harlan fazem a gente refletir muito sobre limites.  E se o grande amor da sua vida escondesse de você um segredo, que descobrir poderia mudar a forma como você se sente, como você lidaria com isso? Será que você teria se apaixonado se soubesse toda a verdade desde o início? 

“Existem rupturas súbitas, rasgos na vida, profundos ferimentos a faca que retalham a carne. A existência é de uma forma e, depois estraçalhada, vira outra coisa. Desmorona como vísceras por um corte no abdômen. E ainda há aqueles momentos em que simplesmente se desmancha. Um fio solto é puxado. Uma costura cede. A mudança é lenta a princípio, quase imperceptível.” 

No próximo dia 05, estreia a adaptação na Netflix.

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