quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Livro vs série: Refúgio


Chegou o momento de compararmos e comentarmos as principais mudanças entre o livro e a série!

A principal delas, o fato de o Myron não estar presente já foi explicado aqui. E também tem outra postagem onde comentamos todos os episódios sem spoilers, você pode conferir aqui

O objetivo do duelo livro versus série é mostrar o que foi mudado, adicionado e o que está igualzinho ao livro, de antemão já avisamos que estamos muito felizes com essa adaptação. O Harlan já falou diversas vezes que dá liberdade para que mudanças sejam feitas e que gosta delas, nós estamos no mesmo time dele. 

Lembrando que esta postagem está repleta de spoilers tanto do livro quanto da série. Então fica o alerta, quem não assistiu ou não leu o livro e não curte spoilers pare de ler agora

Nós consideramos a série como um universo expandido do livro, novos núcleos foram adicionados e novos personagens apresentados e além disso tivemos também os flashbacks. 

Vamos elencar as principais mudanças e adições, não é tudo que acontece na série, mas fizemos um grande apanhado, levamos em consideração para essa postagem apenas o primeiro livro.

Personagens

Shira Bolitar

A irmã mais velha. Uma irmã é citada nos seguintes livros da série do Myron: Sem deixar rastros, Quando ela se foi e Volta para casa, mas nunca teve o nome mencionado. Estamos considerando que essa irmã seja a Shira. Ela teve um relacionamento durante a adolescência com a Hannah, que era a sua melhor amiga.

Hannah Taylor

Personagem nova. Esposa do chef Taylor. O casamento deles não vai muito bem e ela além de pedir o divórcio se declara para Shira. 

Professora de História, Sra. Friedman  

Tem uma participação bem maior, ela conhece a Lizzy (Dona Morcega).  No livro ela não aparece tanto.

Dylan

Ele desapareceu quando era criança, a professora de História queria ter adotado ele, pois via que era abusado pelo pai. Foi resgatado pelo abrigo Abeona e é o ‘careca de óculos’. O encontro dele adulto com a professora é bem emocionante.

Witney

Nova personagem, que não está no livro. É irmã gêmea do Buck (melhor amigo do Troy). Famosa nas redes sociais, mas na verdade comprou seguidores. Tem um relacionamento amoroso com a Ema, diz que gosta da Ema, mas "vende" o segredo da Ema para o irmão.


Luther

O paramédico e carniceiro do Mickey, ele só aparece bem no finalzinho do primeiro livro. No caso dele, é uma antecipação. A cena da foto que a Dona Morcega dá ao Mickey e ele vê que é a mesma pessoa que resgatou seu pai.

Barry, Sr. V, o professor

Ele é um traficante de crianças e é morto pelo Dylan.  Não está presente no livro.

Octoface (Homem com tatuagem de polvo no rosto)

É o Antoine/Juan, parceiro do Brad no Abeona. É para quem Brad escreveu a carta. Tanto no livro quanto na série. Mas algumas ações dele na série nos confundem, para no final entendermos quem é ele. 

Brad + o final

O Brad está vivo, não é de fato uma mudança, mas já puxando o gancho para o próximo tópico, pois no caso do Brad, acontece bem igual no livro e na série, porém só descobrimos no livro 3 que ele está vivo. O título do episódio 8 não deixa de ser um spoiler, ‘Encontrado’, que é a tradução literal do último livro ‘Found’, (A toda prova, na edição brasileira).



Adições: tem na série, mas não tem no livro

🔻Aula de arte, Ema talentosa. No livro não temos essa aula de arte, mas faz muito sentido a Ema ser boa em artes. 

🔻Mickey fala espanhol, sua mãe Kitty é latina. Essa é uma adição e mudança, já que no livro Kitty não é latina. 

🔻Peça de teatro, musical fantasma da ópera, Angelica Wyatt patrocinando. Ema arrasa cantando. No livro não temos a Ema cantando, e na série ela só cantou para ajudar o Colherada. Também não há essa seleção para o musical da escola.

🔻Relacionamento da Hannah e Shira, desde adolescência. Nenhuma das duas está no livro. Então é uma grande adição e um plot totalmente novo que nos surpreende, já que no início achamos que a Shira ainda tinha sentimentos pelo chef Taylor. 

🔻Jogo de basquete e dança das cheerleaders, nada disso acontece no livro, muito menos a narração cheia de shade e super divertida com Colherada. Dá para perceber como o núcleo da escola teve adições e mais desenvolvimento na série. 

🔻Mickey marca um encontro com a Ashley, mas ela não aparece. No livro eles não chegam a marcar um encontro, a Ashley só desaparece. 

🔻uDDu, a rede social. Foi uma adição bem legal, seria como um 'tiktok' na vida real. É impossível ter uma produção com adolescentes sem ter a rede social com um papel, já que hoje em dia é muito presente na vida de todo mundo.

🔻Reunião familiar os Bolitar e os Taylor. A reunião com climão. Não acontece no livro. Mas foi uma forma de nos presentear mostrando Al-El. E também nesse mesmo episódio descobrimos que Shira e Hannah ainda se gostam. 

🔻Troy descobrindo a traição da mãe. No livro a mãe nem aparece. E na série mostrou um novo lado do Troy preocupado com seus pais e se eles irão se divorciar. 

🔻Buck contando segredo da Ema e levando soco do Colherada. Outra novidade, já que o segredo da Ema não é revelado no primeiro livro, muito menos divulgado para toda a escola. E o Colherada defendendo a amiga foi surpreendente, já que vendo a cena imaginamos que poderia ser o Mickey. 

As adições fizeram sentido para expandir os personagens, o livro foca apenas no Mickey que é o nosso narrador, mas na série outros personagens puderam ter mais destaque. O fato de ser oito episódios permitiu ter espaço para essas adições. 


Diferenças: de uma forma no livro, de outra forma na série

# Kitty sai da clínica de reabilitação, no livro ela é viciada em drogas, na série tem depressão. Enquanto no livro encontram ela num motel, na série nas Cachoeiras.

"O motel anéis de saturno ficava debaixo de um viaduto na Rota 22. O letreiro de neon anunciava preços por hora, internet sem fio grátis e tevê a cores, como se a concorrência só trabalhasse com televisões em preto e branco. [...] O Ford Taurus de Myron (que mamãe tinha dirigido apenas 10 horas atrás para me deixar na escola, cantando junto com o rádio e onde depois havia escrito um bilhete justificando meu atraso) estava no estacionamento. Myron tinha instalado um GPS no veículo. Não sei por quê. Talvez suspeitasse de que algo como aquilo pudesse acontecer." [...] Não tem nada de bonito em um viciado. Eu me aproximei da cama e sacudi seu ombro de leve.

- Mamãe?

- Eu sinto muito Mickey - murmurou, começando a chorar. Eu sinto muito.

- Vai ficar tudo bem. 

- Por favor, não me odeie.

- Nunca - falei. - Eu jamais poderia odiar você." (página 79)

# Angelica Wyatt está gravando um filme na cidade no livro, enquanto na série ela patrocina o musical do Fantasma da ópera, não tem nada de musical no livro. Muito menos a Ema cantando. 

# A revelação de que a Dona Morcega é a Lizzy acontece bem no finalzinho do livro, enquanto na série já é no episódio 3.  

" - Sente-se, Mickey - repetiu ela, em um tom de voz mais duro.
Dona Morcega me encarou e eu obedeci. Subiu poeira do sofá. Ela estendeu o braço esquerdo e puxou a manga de sua blusa para cima. A tatuagem estava apagada, mas ainda dava para lê-la: A30432.
Perdi a voz por alguns instantes. Então consegui dizer:
- A senhora?
Ela assentiu.
- Eu sou Lizzy Sobek.
Fiquei sentado ali, em silêncio, enquanto ela abria um álbum de fotografias.
- Quero que você saiba como tudo isso começou. Eu vou lhe contar. E então talvez você entenda o que aconteceu com o seu pai." (página 218)

#  O casarão da Ema e a revelação que a Angelica é sua mãe, acontecem no episódio 5, mas não ocorre no primeiro livro, vai ser mais para frente.

# No livro é Buddy quem coloca a faca no pescoço da Ema, enquanto na série é a Kylie que aponta uma arma (personagem nova para a série). No livro quem atropela é o Colherada, na série é o Mickey. (página209)


#  No livro Rachel também abrigou a Ashley, mas enquanto na série Ocotoface vai até a casa da Rachel, no livro a Ashley só desaparece. 

#  A forma como o Mickey e o Colherada se conhecem é diferente, no livro é na escola e na série ele está aguardando o Mickey na porta da casa. Ele vira ‘Colherada’ no livro por emprestar uma colher ao Mickey no refeitório, na série é por andar com uma colher/garfo no bolso da camisa para proteção.

“Ele empurrou seus óculos estilo Harry Potter para cima e ergueu a bandeja na minha direção.

- Ei, quer minha colher? – perguntou. – Quase não usei.

- Quase?

- É.

Ele levantou um pouco mais a bandeja para que eu pudesse ver. A colher estava dentro de um copo de salada de frutas cheio de calda.

- Não. – falei. – Não precisa.

- Tem certeza?

- Está faltando colher ou coisa parecida?

- Não tem um monte.

Aah, tá.

- Já que é assim, não, obrigado.

Ele encolheu os ombros.

- Você é quem sabe.” (página 19)

# Ema faz uma distração na casa da Dona Morcega, no livro ela finge ser escoteira, na série ela beija o Colherada. 

# No livro o Colherada é mais baixo que o Mickey, na série é mais alto. (página 45)


Tem no livro e tem na série (levando em consideração apenas o primeiro livro ‘Refúgio’):

🔄Dona Morcega dizendo que o Brad está vivo

“Dona Morcega ergueu lentamente a mão – tão pálida que não era branca, mas azulada como uma veia – e apontou um dedo trêmulo e ossudo para mim. Fiquei calado. Ela continuou apontando na minha direção até não restar dúvida de que eu a estivesse vendo. Quando viu que eu a olhava, seu rosto enrugado se abriu em um sorriso que fez um calafrio percorrer minha espinha.

- Mickey?

Não fazia ideia de como ela sabia meu nome.

- Seu pai não morreu – falou.” (Página 8)


🔄O quarto no porão, que era do Myron. O quarto que é muito citado durante os livros do Myron é usado pelo sobrinho, apesar do Myron não estar na série, o quarto está, foi bem legal ver as referências.

"Rachel correu os olhos pelo porão. Os pôsteres de Myron. A lâmpada de lava (sim, ele tinha uma). Os pufes do meu tio.

- Legal seu quarto.

- É do meu tio.

- Sério?

- É. Estou aqui temporariamente.

- Onde morava antes?

- Em toda parte. - falei.

- Bela resposta evasiva  - disse Rachel.

- Estou tentando dar uma de misterioso.

- Precisa se esforçar mais." (página 117)


🔄Mickey e o basquete

"A quadra é meu refúgio e meu paraíso.

Adoro basquete. Adoro a maneira como você pode estar exausto, suado e correndo com mais nove caras e ainda assim (sei que corro o risco de parecer zen demais ao dizer isso) continuar maravilhosamente sozinho. Quando estou numa quadra, nada me incomoda. Eu vejo as coisas alguns segundos antes de elas acontecerem de fato. Adoro prever o movimento de um colega de time então passar a bola para ele entre dois adversários. Adoro pegar rebote, dar toco, descobrir ângulos, ter a bola nas mãos. Adoro driblar sem olhar para baixo e a sensação de confiança e de controle que isso dá, quase como se a bola estivesse numa coleira. Adoro receber um passe, fixar meus olhos no aro, deixar os sulcos da bola correrem entre meus dedos, erguê-la sobre a cabeça e dobrar o punho enquanto começo a saltar." (página 52)


🔄O estúdio de tatuagem


" - Tattoos While U Wait - falou Colherada - Que raio de nome é esse: Tatuagens Enquanto Você Espera? Tipo, tem outro jeito? Dá pra arrancar o braço e dizer: 'Toma, põe uma cobra no ombro, que amanhã de manhã eu venho buscar'? É claro que você fica esperando." (página 108)




🔄Túmulo na casa da Dona Morcega

"O facho de luz da lanterna iluminou a parte de cima da lápide. Primeira observação: a lápide era velha e gasta. Se tivesse sido posta para um bicho de estimação, o animal estava morto havia muito tempo. Baixei um pouco a lanterna. A segunda coisa que notei na lápida foi que havia, bem... palavras nela. Imaginei que fosse um epitáfio. Eu as li uma vez, depois outra, mas continuei sem entender direito o que significavam:

Trabalhemos para engrandecer nosso coração

À medida que envelhecemos.

Como carvalho antigo oferece mais ABRIGO.

Aqui jaz E. S. 

Uma infância perdida em prol das crianças.

A30432" (página 123)


🔄 Bullying com a Ema

" - Ela já contou como ganhou seu apelido? - insistiu Buck.

Eu olhei para Ema. Ela fez um gesto indicando que eu o deixasse continuar.

- Foi o seguinte: um dia ela estava botando a maior banca de emo na aula de espanhol, sacou? E ela é uma garota, baranga pra caraca, mas uma garota...

Eu estava prestes a me levantar, mas Ema simplesmente balançou a cabeça.

-... certo, não era um cara, então um de nós dois... Na verdade, acho que foi o Troy, não foi? Foi você, Troy?

- Isso aí, Buck - confirmou Troy inflado de orgulho. - Fui eu.

A essa altura, os dois já estavam dando risadinhas.

- Aí, no meio da aula, o Troy falou do nada, sem parar pra pensar: "Essa baranga não é emo, ela é Ema." Sacou?" (página 67)


🔄Briga na escola e Mickey aprendeu artes marciais no BR

"A cabeça de Buck girou na minha direção.

- Está a fim de morrer também?

- Não - respondi. - Neste momento, só quero o laptop de volta.

- Já que você quer tanto - falou Troy, equilibrando o laptop na mão direta, balançando-o e colocando seu rosto tão perto do meu que senti  o cheiro dos ovos mexidos que ele havia comido no café da manhã - venha pegar.

Foi o que eu fiz.

Quando aprendi artes marciais no Brasil, nós praticamos bastante as técnicas de desarmamento. Naturalmente, sempre me orientaram sobre nunca fazer isso, sobre ser muito mais inteligente fugir do que tentar desarmar um inimigo. Mas, caso fosse encurralado ou forçado a agir dessa forma, eu sabia o que fazer." (página 98)


🔄Mickey e Rachel parceiros no trabalho da aula de História

" - Como vocês sabem, vamos fazer um projeto sobre a Revolução Francesa - disse ela. - A novidade é que será um trabalho em dupla. Então, por favor, escolham um parceiro.


Eu não conhecia ninguém da turma, então achei melhor esperar e pegar quem ficasse para o final. Todos agiram rápido, juntando-se com seus amigos, afobados e com medo de sobrar. Quer dizer, todos menos Rachel Caldwell. Ela olhava para mim e sorria. Embora estivesse sentado, senti meus joelhos bambearem. As pessoas cutucavam o ombro de Rachel, chamavam seu nome, tentavam atrair sua atenção. Ela as ignorava e continuava a me encarar.

- E então? - perguntou.

- E então o quê? - falei.

Eu devia realmente estar surpreendendo com minhas frases matadoras.

- Quer ser meu parceiro no projeto de história? - perguntou ela.

- Claro - respondi." (página 102)

🔄Tatuagem da Ema 

No livro é um pouquinho diferente, mas tanto no livro quanto na série a Ema tem uma borboleta tatuada e fica sem saber como contar ao Mickey com medo de perder a amizade.

"Meu telefone tornou a vibrar. Eu o peguei com um suspiro. Surpresa! Outra mensagem de Ema: queria mostrar pessoalmente, mas estou mandando a imagem agora. está aqui há meses.

Havia uma imagem anexo. Cliquei nela e o arquivo abriu. Demorei um pouco para entender a foto. Era em close e estava desfocada, Dava para ver que era a pele de alguém. Inclinei um pouco a cabeça, olhei melhor e então senti meu sangue gelar. 

Era uma tatuagem azul e verde, agora dava para ver. E o desenho era aquele mesmo emblema - a borboleta estilizada, com olhos de animal nas asas. 

Com as mãos trêmulas, digitei: de quem é essa tatuagem??

Ema não respondeu de imediato. Rachel olhou para mim. Esperei pelo torpedo seguinte. Estava demorando mais do que devia. Por fim, um minuto inteiro depois, quase como se as próprias letras estivessem hesitando, a resposta chegou: minha." (página 172)


Resultado do duelo: Para nós a série funcionou muito bem, ficamos felizes assistindo e ansiosas a cada semana. 

Nós aprendemos a desvincular livro e série, somos mais felizes sem exigir que seja exatamente igual. Sempre teremos o livro. E cobrar fidelidade só nos estressa, até porque o próprio Harlan gosta das mudanças. Então a nossa vibe é aproveitar. Nós curtimos demais e nesse duelo aqui quem ganhou foram os #harlanlovers, agora só falta o Prime Video renovar a série #queremosSeason2. 

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