domingo, 7 de janeiro de 2024

Livro vs série: A Grande Ilusão


Chegou o momento de comentarmos as alterações e fazer o duelo livro vs série do ‘A Grande Ilusão’. Esse é um dos duelos mais fáceis de todos, já que tivemos poucas alterações, o que temos é muitas adições. É como se a série fosse uma espécie de universo expandido do livro. 

No livro ficamos mais focados na Maya e em suas angústias, já na série foram adicionados diversos plots secundários que vão se conectando à trama principal. 

ALERTA: esse texto contém spoilers! É dedicado para quem JÁ assistiu a série e já leu o livro, ou para quem não se importe com spoilers.

Os nossos comentários sem spoilers e os easter eggs estão no review. 

Não temos o objetivo de esgotar tudo o que acontece na série e no livro, selecionamos apenas alguns dos pontos que achamos mais interessantes para expor e debater aqui e para mostrar que vale a pena tanto a leitura quanto a maratona. Última chance, se não quer spoilers, pare de ler aqui. 

Nomes dos personagens

Vamos elencar apenas os personagens que tiveram os nomes alterados, se um nome não está aqui é porque é o mesmo no livro e na série:

Série // Livro

Sami Kierce // Roger Kierce

Eva Finn // Eileen Finn

Abby // Alexa

Luka // Hector

Dr. Wu // Ricky Wu

Tommy Dark // Tom Douglass


Novos personagens (estão na série e não estão no livro)

  • Molly Sardana (esposa do detetive)
  • Marty McGreggor (parceiro do detetive)
  • Alexander Dosman (caso antigo da Claire)
  • Louis (filho ‘perdido’ da Claire)
  • Nicole Butler (ex do detetive, ela morreu e ele tem visões)
  • Rambo e PJ (os meninos da moto)
  • PJ é filho do técnico do time de futebol da Abby. 


Adições 

🔺Trama secundária do detetive

    No livro o Roger Kierce/Sami Kierce é apenas o detetive chato que fica no pé da Maya. Na série, ele se torna um personagem principal, tendo tanto a trama do casamento, gravidez da futura esposa, quanto um passado traumático. Sua ex e também ex parceira foi assassinada, e ele se culpa, durante muito tempo afogou as mágoas no álcool, tendo problemas com isso, precisando entrar para o AA. 

Sami e Molly

Nos primeiros episódios tudo nos leva a acreditar que ele tem problemas de saúde ocasionados pela bebida, inclusive um problema no cérebro. No final descobrimos que os apagões e paralisas que ele estava tendo eram ocasionados pelos remédios da empresa da família Burkett. E que a Nicole, a pessoa com quem ele conversa a série toda, acreditamos ser sua madrinha no AA, era a própria ex que está morta, e ele estava tendo alucinações, também acarretadas pelo remédio.

Esse envolvimento dele indiretamente com os Burkett faz com que o final tenha um impacto ainda maior, com a questão dos remédios já que nós acabamos nos apegando a ele e descobrir que ele sobreviveu foi bem emocionante e mérito da Maya.

Sami e Nicole

🔺O parceiro do detetive

Ele não está no livro e foi uma ótima adição na série. Foi muito divertido acompanhar as implicâncias do Sami com ele e ver a evolução da parceria dos dois. No começo Sami tem raiva de ter um parceiro e ainda mais alguém que ele vê como jovem e imaturo demais, inclusive ele salva o contato do parceiro como 'A criança'. Mas o Marty não é bobo e percebe ter algo estranho acontecendo com o detetive, ele acaba o ajudando depois de um episódio severo de paralisia pelo qual o Sami passa. Depois disso e depois do Marty afirma que não iria contar aos superiores, eles acabam construindo um laço e Marty se sente confortável para compartilhar que é gay.  Os dois se tornam amigos ao longo da série. 


🔺O filho perdido da Claire

No livro a Maya conta que a Claire teve um caso, um amor de verão durante umas férias de na França, ela pensa no ‘e se’ a Claire tivesse escolhido ficar com o francês será que o destino da irmã seria o mesmo? 

Na série a Claire teve um filho com o ‘amor de verão’, deu o filho para a adoção e nem chegou a contar ao pai (Alexander Dosman) sobre a existência da criança. Antes de morrer a Claire colocou seus dados num desses sites de DNA/busca por parentes e localizou o Louis. Eles tiveram contato, mas ela morre logo depois. 

Os filhos da Claire descobrem sobre o irmão sem querer, ao encontrar uma câmera fotográfica antiga e revelarem as fotos. 


🔺Maya faz uma reunião com os colegas do exército

No livro a Maya é ainda mais fechada, não houve nenhuma confraternização com os colegas. 

🔺O treinador e o envolvimento do filho

Sangue no carro dele, é do próprio filho que se machucou caindo de moto, mas gera um grande suspense quando a gente vê. No livro são dois garotos aleatórios que estavam no parque, enquanto na série é o PJ, filho do treinador e o Rambo. 

🔺Abby e Dan

Os dois tem muito mais desenvolvimento na série. No livro eles apenas gostam de estar com a Maya e a Lily, já na série eles descobrem a gravidez da mãe e o 'irmão perdido'. 


Início e final

Enquanto a série se inicia com adolescentes, máscaras e um suposto trote que deu errado, o livro é iniciado no funeral do Joe. O que acontece no passado, no livro, só iremos descobrir mais adiante e o corpo do Theo é encontrado no porão, na série já ficamos curiosos desde o início.

O final é bem parecido, tanto na parte do vídeo viral, quanto da pequena Maya. Mas temos algumas diferenças. No livro a Maya planeja tudo sozinha, de colocar o porta-retratos/câmera e falar com o Corey, ainda no livro, ela escolhe não levar a sua própria arma, ela é assassinada por uma arma do Joe, que afirma estar alegando autodefesa, ela morre com um sorriso. Na série, o detetive fica parceiro dela e ajuda contactando Corey, ela leva a arma que deixa numa mesa. 

No livro quem narra a visita à Lily no hospital é o Shane, enquanto na série é o detetive. 



Algumas diferenças:

#No livro a morte do Joe acontece no Central Park, na série em Margrette Corner, UK Park, essa mudança é óbvia já que o livro é ambientado nos EUA.

# Na série Maya encontra o Corey no Fliperama, enquanto no livro é uma boate.

# No livro a babá some, a família diz que ela foi fazer uma viagem, enquanto na série ela foge da Maya, mas os detetives fazem perguntas à ela, que diz que a Maya não merece o Joe.

#No livro, a história do assalto que a Maya inventa tem dois adolescentes andando pelo parque, na série são dois em motos. No livro esses adolescentes não são personagens relevantes, enquanto na série um deles é filho do treinador de futebol de Abby.


Momentos iguais no livro e na série (separamos alguns):

📖O ataque da Izabella com o spray de pimenta

"- Quero respostas - disse Maya.

- Ok - assentiu Isabella -, mas antes preciso de um copo d'água.

Maya hesitou um instante, porém aquiesceu. Tirou um copo do armário e, enquanto o enchia na torneira da pia, um pensamento lhe veio à cabeça: Era Eileen quem lhe dera aquela câmera oculta. Ainda estava pensando nisso quando olhou para a babá e foi surpreendida por um estranho jato de vapor. A dor foi excruciante, como se alguém estivesse esfregando pó de vidro em seus olhos, ela berrou e ao mesmo tempo que perdeu a sustentação das penas e caiu de joelhos no chão. Em meio àquela agonia, àquele incêndio nos olhos, ela enfim se deu conta do que tinha acontecido. Isabella tinha borrifado algo em seu rosto. Spray de pimenta." (página 60)

Episódio 1

📖Maya dá uma lição no treinador de futebol

"Maya sabia que não devia fazer o que lhe veio à cabeça. Apenas pioraria as coisas para Alexa. Melhor seria deixar aquilo de lado. No entanto, por mais que a razão lhe dissesse uma coisa, os dedos das mãos coçavam, dizendo outra. Num gesto repentino, e com a velocidade de um raio, ela se aproximou do técnico por trás , rezou para que ele estivesse usando uma cueca por baixo e puxou o calção dele até a altura dos tornozelos." (Página 32-33)

Episódio 1


📖Os pesadelos da Maya e Lily assustada

"Ela abriu os olhos. Os ruídos não cessaram de imediato, mas foram calando-se aos poucos, atrevidamente, deixando claro que poderiam voltar a qualquer momento. Mais uma vez ela se lembrou da teoria segundo a qual os sons não morriam nunca: os ecos de um berro na floresta iam ficando cada vez mais fracos e distantes, mas não sumiam jamais. Assim eram os seus ruídos internos: jamais a abandonavam.
Maya olhou para sua direita, onde deixara Lily dormindo.
- Lily? - ela chamou com o coração na garganta. Rapidamente tentou se levantar, mas uma tonteira jogou-a de volta na cama. - Lily? - chamou novamente, desesperada.
A essa altura Shane já havia entrado com a chave que ela própria lhe dera para eventualidade de uma emergência.
- Maya?
- Estou aqui! - gritou ela, e enfim conseguiu ficar de pé. - Lily? Cadê você? Lily, Lily!
A casa estremeceu quando Shane subiu a escada saltando os degraus de dois em dois.
- Ela está aqui! - gritou ele de volta. - Comigo!
Dali a pouco ele entrou no quarto com a menina no colo, e Maya por pouco não desmaiou de alívio.
- Ela estava no alto da escada - disse Shane." (Página 158)

Episódio 4


📖Dr. Wu na casa da Maya e a conversa

"Wu tentou um dos seus sorrisos gentis. Maya estava prestes a mandá-lo embora, quando, sem nenhum aviso, lembrou-se do rostinho assustado de Lily naquela manhã. As lágrimas brotaram imediatamente, queimando seus olhos, e ela procurou afugentá-las, dando as costas para o psiquiatra.
- Maya...
Engolindo o choro, ela disse:
- Isso não pode acontecer outra vez.
- Isso o quê? - perguntou Wu, aproximando-se.
- Assustei minha filha." (Página 179)

Episódio 4

📖Corey e o Boca no Trombone 

"Corey Rudzinski era o fundador do Boca no Trombone, um site dedicado a denúncias anônimas capazes de desmascarar atividades ilegais por parte do governo e das grandes empresas. O caso daquele governante sul-americano que vinha recebendo propinas da estatal de petróleo? Pois então. A denúncia havia sido feita por meio do site. Os e-mails racistas das polícia nova-iorquina? Mesma coisa. A violência contra os detentos no presídio de Idaho? O acidente nuclear escamoteado na Ásia? A contratação de garotas de programa pelos seguranças do presidente? Boca no Trombone. E, claro, os civis que haviam morrido por conta do excesso de zelo de uma piloto de helicópteros do Exército americano? Isso mesmo. Boca no Trombone. Todos esses 'furos de reportagem eram uma cortesia dos denunciantes anônimos do site de Corey Rudzinski." (Página 42)

Episódio 2


Esse foi um dos duelos mais fáceis de fazer, já que a adaptação se tornou um universo expandido do livro. No livro é possível conhecer melhor a Maya e perceber o quanto ela se culpava pelo que aconteceu, tanto no exército, quanto pela morte da sua irmã, já na série podemos ver novos plots envolvendo personagens que já conhecemos no livro, mas que não eram tão protagonistas. Então nós saímos vencedores nesse duelo, tanto o livro quanto a série são ótimos. 

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