domingo, 29 de dezembro de 2024

Resenha: Com o coração nas nuvens / Catherine Walsh

    Escolhi que esse seria meu último livro do ano e não poderia ter feito uma escolha melhor, que livro gostoso de ler, me diverti tanto lendo. Aproveitei para ler durante uma viagem, e ri sozinha sentada no aeroporto esperando meu voo, da Molly e o Andrew vivendo uma história de amor entre voos e aeroportos.

Quando um livro recebe o selo "Romances de hoje" da Arqueiro, eu já sei que irei curtir. Todos os livros da coleção são muito maravilhosos, são romances, nos quais a gente já sabe desde o início que o casal principal vai ficar junto, mas o que mais importa é a jornada deles até o 'final feliz', que dependerá muito de questões internas dos próprios personagens, conflitos, escolhas (que nos fazem refletir sobre nossas próprias vidas) e não apenas achar um par romântico. 'Com o coração nas nuvens' faz parte dessa coleção. 

E se você descobrisse que a sua amiga estava planejando terminar com o namorado, pior, que ela estava traindo o cara, sendo que ele era super legal e amava o Natal, e ela planejava terminar com ele bem no Natal. Você descobre dos planos da sua amiga assim que vai pegar um voo com justamente e totalmente sem querer, o tal namorado, o que você faria? 

É assim que Molly e Andrew se conectam, os dois sempre viajam para casa para passar o Natal em família, ao longo do livro vamos descobrindo todas as aventuras e confusões que os dois viveram durante 10 anos de amizade e 10 diferentes viagens que eles fizeram juntos.

Molly é viciada no trabalho, é uma advogada de sucesso, que ganha muito bem, tem um apartamento legal, mas não está nenhum pouco confortável nessa profissão, já que não tem vida de verdade, ela nunca ligou muito pro Natal, viaja só para cumprir tabela mesmo, sua família são seus pais e sua irmã, pra quem ela sempre leva um presente muito inusitado. Por outro lado, o Andrew ama o Natal, sua família é grande e barulhenta, eles fazem questão de viver intensamente cada segundo do feriado, ele nunca perdeu um Natal em família, sempre vai viajar muito empolgado.

“– Você às vezes fica com vontade de gritar? Já teve um dia ruim em que tudo errado, e a única coisa que você queria fazer era levantar e dar um grito?

- Acontece umas três ou quatro vezes por semana.”

Mas exatamente na data que os dois estão comemorando dez anos de amizade/voos, e a Molly preparou um upgrade para primeira classe como comemoração, uma tempestade faz com que todos os planos deles fossem por água abaixo. Voos cancelados, é impossível atravessar o Atlântico EUA-Europa, e a partir daí eles começam uma jornada para conseguir chegar em casa, atravessando países e fusos horários.

E conforme vão ultrapassando desafios, percebem que só conseguem fazer o que estão fazendo porque estão juntos e mais, se esforçando um pelo outro. É o de amigos a amantes todinho, se prepare para as mais bonitas declarações de amor que chegam quando os dois percebem que se amam. 

Entre o passado e o presente nós vamos conhecendo-os e descobrindo todas as situações inusitadas pelas quais eles já passaram. O presente é a grande jornada que eles farão para conseguir remediar a tal tempestade e o passado são os últimos 10 voos. 

“- Eu estou bem. Sério, já estou tão acostumada a ficar sozinha que nem sei se vou gostar quando encontrar alguém com quem realmente queira ficar. Não tenho certeza se eu ainda sei me abrir desse jeito.

- Eu não quero saber da sua vida sexual.

- Estou falando em termos de compromisso, palhaço.”

Gostei muito do livro e pra além do romance fofinho, temos também muitas reflexões: sobre o que faz do Natal o Natal, é a família? São os presentes? Ou apenas a presença de quem a gente ama?; Sobre escolhas profissionais, vale a pena viver longe de todo mundo que você ama pelo emprego dos sonhos? E se o emprego dos sonhos na verdade for um pesadelo? Dá pra mudar a rota do sonho no meio do caminho? E por fim, até quanto conhecemos aqueles que amamos, até quanto nós compartilhamos ou compartilham com a gente os conflitos pelos quais estão passando? Tudo isso é trabalhado no livro de forma leve e no meio de muitas passagens super divertidas.

“- Não é algo tão improvável assim. As coisas aconteceram depressa demais. Em geral a gente conhece um cara, rola um clima, e aí a gente passa um tempo se conhecendo melhor. Pra ver se dá certo. Assim fica parecendo que a gente avançou a passo de lesma durante dez anos e de repente, pá.

- Pá? Alguém pisou na lesma?”

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