domingo, 20 de outubro de 2019

Resenha: Onde mora o amor / Jill Mansell


Onde mora o amor. Assim mesmo como uma afirmativa, esse é o título desse delicioso romance, mas poderia ser muito bem 'Onde mora o amor?', será que o amor é tão certo quanto uma afirmativa ou sempre precisa de uma interrogação, ou nos faz criar interrogações ao busca-lo? Para encontrar o seu lar? Jill Mansel nos mostra que o amor está em todo lugar só basta a gente ser atento o bastante para observa-lo.

Dexter Yates, ou Dex para as íntimas, é aquele típico garanhão que passa cada noite com uma garota diferente e se vangloria por isso, tem a vida de seus sonhos: totalmente sem compromisso. Vivendo na boêmia londrina, mal poderia esperar que sua vida estava prestes a ter uma reviravolta totalmente imprevisível.

Molly vive em Briarwood, interior da Inglaterra, lá todo mundo se conhece, o tempo parece passar mais devagar. Ela é uma artista, faz famosas histórias quadrinhos para jornais e dá aulas de desenho para complementar a renda, uma vida tranquila. O que Molly não aguenta mais é o seu dedo podre com homens, parece que nunca vai chegar o momento de conhecer O cara.

Molly e Dex se conhecem de uma forma muito inusitada e extremamente engraçada envolvendo um peixe, quando ele vai a Briarwood buscando por uma segunda casa, para esquecer toda a loucura de Londres.

Numa bela noite quando Dex fica sendo disputado por duas mulheres, ele recebe a ligação que o faria perder o chão, sua irmã havia sofrido um acidente e estava morta, como se já não bastasse a tragédia de perder sua irmã, sua melhor amiga, ela tinha acabado de ter uma filha, a pequena Delphi.

O fato é que Dex assinara um termo de responsabilidade por Delphi, caso algo acontecesse a sua irmã, ele seria o tutor, mas ele nunca imaginou que isso fosse ser realmente necessário. Ele entra em pânico. Nunca havia sido responsável por ninguém, e imagina, uma bebê.

“ – Você diz isso agora. Mas ela é um ser humano. É diferente. Você perde a chave do carro e o celular porque eles não são a coisa mais importante do mundo. Você não os ama com todo o coração. Todo mundo entra em pânico quando descobre que vai virar mãe ou pai. É normal estar apavorado com a ideia de ser responsável por uma bebê. Mas, porque você a ama incondicionalmente, vai fazer o que for necessário para que ela fique bem.”

Mas quando tudo parece estar dando errado, Dex resolve que o certo seria cuidar da Delphi, pela memória de sua amada irmã e também porque ele amava a pequena e fofinha Delphi. Ele se muda para o chalê que havia comprado em Briarwood e ele se torna uma pequena agitação para a pacífica cidadezinha.

E é assim que Dex e Molly se tornam vizinhos e nada mais que isso, claro. Eles afirmam um para o outro, mas eles mesmos sabem que sentem uma vibração inexplicável quando estão juntos, se é amor eles ainda não conseguem entender e nem se irão conseguir ter um final (ou começo?) feliz juntos.

Toda a Briarwood fica encantada por Delphi. Na cidadezinha que todo mundo se conhece, nós conhecemos a Frankie, dona do café, que tem o marido dos sonhos e uma filha adolescente que ama aventuras, a família perfeita, né, só que não, quando um segredo vem a tona causando muitos corações partidos, percebemos que aparências podem enganar (e muito). Conhecemos a Lois, a vulgar dona do bar, mas que esconde seus setimentos através da vulgaridade, porque assim era mais simples, já que ir atrás de amor verdadeiro, não vale a pena (será mesmo?). O sr. Stefan que vive na solidão de seu trailer pensando em  como deixou escapar o amor da sua vida e claro, como não poderia faltar, uma rede de fofocas, em Briarwood todo mundo sabe da vida de todo mundo, ou melhor, acha que sabe.

O amor verdadeiro. O amor à primeira vista. O amor construído. Um amor inesquecível. Um amor de uma noite. Quantas espécies há de amor? E afinal, Onde mora o amor? Jill Mansell nos leva em uma viagem a aconchegante Briarowood para descobrir que o amor pode estar em qualquer lugar e também para nos apaixonarmos e rimos um bocado, do jeitinho que toda comédia romântica deve ser.

“É porque está com medo? Também estou. Nunca senti isso antes. Eu te amo. E só para você saber, eu nunca disse isso para ninguém antes. Porque nunca senti isso. Mas você... estar com você... é completamente diferente. Desde o dia em que nos conhecemos. Começou ali... foi crescendo... e agora a ideia de não ter você por perto é... bom eu não suportaria. Eu te amo. Estou falando do coração.”

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