segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Resenha: Volta para Casa / Harlan Coben

 Se tem um livro do Harlan que pode te tirar lágrimas dos olhos, esse livro é o Volta Para Casa. Livro 11 da série Myron Bolitar, mas que assim como os outros 10 livros pode ser lido individualmente sem problemas. Esse foi o primeiro livro em que o Win, melhor amigo do Myron, narrou alguns capítulos e é sensacional.

Primeiro ponto: por que eu digo que uma série de 11 livros não tem a necessidade de ser lida na ordem? O Harlan escreveu cada trama com um final em cada livro, não é como se a gente ficasse em stand-by aguardando o final. A trama principal vai ser resolvida no final do livro. O que muda para quem já leu outros livros, ou irá ler na ordem são os easter eggs, há algumas referências a casos anteriores e podemos ver como e por que algum personagem mudou ao longo do tempo. Mas o fato é que se algo foi citado num livro, a gente pode sempre ler o livro anterior depois, sem problemas. Alguns exemplos: se é citado que um personagem tem um filho e isso te pega de surpresa, caso você queira saber mais é só buscar em qual livro esse rolê foi desenvolvido. Tem uma dica de leitura sobre a leitura da série do Myron aqui e você pode conferir a ordem da série aqui.

Volta Para Casa chegou nesse mês de outubro de 2021 com a nova identidade visual, então não é um livro inédito, essa pode ser a chance para quem ainda não leu, vamos ao livro.

Tudo começa muito esquisito, até que a gente entende que o narrador não é o Myron e sim o Win, sim! O primeiro capítulo e alguns outros somado ao epílogo são narrados pelo Win, é um preview do que vamos encontrar no primeiro livro solo do personagem.

Win recebeu um e-mail no qual lhe informavam o paradeiro de dois adolescentes. No passado houve uma tragédia, dois meninos foram sequestrados e sumiram misteriosamente. Um deles, o Rhys, filho da prima do Win, a Brooke. Então o Win sente que precisa ajudar a prima a resolver esse mistério, mas logo no início ele se envolve numa furada e precisa da ajuda de seu melhor amigo.

Piririm, piririm, piririm, alguém ligou pra mim, pois é, Myron estava vivendo momentos felizes ao lado da Terese, estava sem falar com o Win fazia um ano, mas quando o telefone toca, ele não pensa duas vezes e viaja para Londres para ajudar o amigo (como se fosse difícil ter uma limosine e um jatinho a disposição né, as vantagens de ter um bff ricaço).

“Myron ainda descia do jatinho quando a porta traseira do carro se abriu e Win saiu por ela. Com os olhos molhados, Myron apertou o passo, parou a poucos metros do amigo e abriu um sorriso.

- Win.

Win suspirou.

- Não vai fazer drama, vai?

- O que seria da vida sem um pouco de drama?

- Tem razão.

O dois deram um abraço forte e demorado, como se encontrassem um no outro a segurança de um salva-vidas.”

Win havia localizado o Patrick, um dos meninos que havia sido sequestrado, mas parece que ele se envolveu com drogas e prostituição então com a ajuda do Myron, eles vão se envolver com desde tráfico de crianças até criptomoeda.

“Myron não sabia ao certo o que esperava descobrir naquela visita, mas tiros no escuro eram um componente importante das suas ‘investigações’. Seu método não era procurar obstinadamente pela agulha no palheiro, mas jogar-se nu e descalço em diversos palheiros, depois chapinhar neles feito um maluco até ser espetado por algo.” 

Mas será que o Patrick é mesmo o Patrick? Uma criança muda muito na adolescência... E onde está o Rhys, o motivo principal pelo qual Win e Myron se envolveram nessa história toda? E para descobrir o que está acontecendo, eles irão precisar voltar ao passado, reconstituir o que de fato aconteceu, conversar com os envolvidos e cada novidade, cada segredo revelado poderá ser ainda mais destruidor.

Duas famílias foram destroçadas pelo sequestro e quando tudo volta à tona, não tem jeito, é como se fosse uma granada e todos recebem estilhaços, os pais, os irmãos, ainda mais pelo fato de que apenas uma família tem um “final feliz” com o retorno do filho, que a princípio a gente nem sabe se ele é de fato o filho, as perguntas se acumulam até um final muito emocionante.

O Harlan poderia criar um conto só com o epílogo desse livro de tão gostoso e emocionante que é ler, é uma verdadeira virada de página ou um ponto final em um ciclo. 


“Se eu não amasse você, não teria medo de perde-lo. Quem quer viver o amor tem que estar disposto a sofrer. Uma coisa não existe sem a outra. Feito as gargalhadas e as lágrimas.”

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