domingo, 21 de novembro de 2021

Resenha: Indomável / Julia Quinn

 Os romances de época falam de amor e todo mundo sabe disso, em “Indomável”, Julia Quinn nos mostra que qualquer que seja o tipo de amor que estivermos falando é necessário se ter confiança. Henry e Dunford vão aprender que para se amarem verdadeiramente irão precisar antes de tudo confiar um no outro.

“Nem sempre é preciso beijar muitos sapos para reconhecer um príncipe quando o encontramos.”

“Indomável” é o terceiro e último livro da trilogia Damas Rebeldes. Em todos os três livros temos mocinhas muito decididas e que irão enfrentar qualquer pessoa ou norma social para obterem a vida que elas merecem ao lado de parceiros que irão apoia-las em toda a sua rebeldia. 

Henrietta Barrett, a mocinha que prefere ser chamada de Henry, é uma das personagens femininas mais fora dos padrões da época criada pela Julia, além de preferir um nome que é classificado como masculino por não gostar de “Henrietta”, ela também prefere usar calças à vestidos e além disso administra (muito bem, por sinal), uma propriedade na Cornualha. Seu plano de vida é continuar levando esse tipo de vida, ela não sonha com casamento ou bailes, ou melhor, tem zero experiência no que tange as regras sociais. O que a torna uma personagem muito divertida, porque ela é muito franca e fala tudo o que nós leitores as vezes temos vontade de falar ao ler o livro. 

William Dunford, a quem já fomos apresentados nos livros anteriores da série (mas que não tem problema conhecê-lo a partir desse livro), é um solteiro convicto e libertino aclamado pelos demais membros masculinos da sociedade, porém ele é muito gentil e divertido, sabe ser um bom amigo. Ele herda um título e uma propriedade lá na Cornualha e isso é o início do fim de todas as suas convicções sobre a solteirice. No combo da herança, ele recebe também uma tutelada, que é ninguém menos do que a Henry. 

Henry, quando o olha já sente algo diferente, além das botas super chiques, ela não consegue entender muito bem o que sentiu, ora ele é só um estranho que quer roubar seu lar, né? Enquanto Dunford ao mesmo tempo que fica espantado ao descobrir que Henry na verdade é a Henry, ele sente uma enorme admiração e algo mais que não consegue explicar. 

As cenas do Dunford e da Henry na Cornualha são muito divertidas, além de serem bem diferentes devido a criação, Henry também arma um plano acreditando que Dunford venderia a sua amada propriedade, ou pior, que ele quisesse morar ali, ela decide que irá mostrar a ele que a vida no campo é péssima, desde acordar cedo demais ou ter que comer mingau por falta de melhores opções. 

Mas quando Dunford recebe uma documentação que afirma que Henry é sua tutelada, ele sente uma grande responsabilidade em suas costas, que errou em passar semanas com ela ali sem uma acompanhante e que ele deverá fazer qualquer coisa para garantir que ela seja feliz, nem que seja arranjando o marido adequado para ela. 

Quando eles partem para Londres, os dois já nutrindo sentimentos um pelo outro, mas sem dar o braço a torcer, eles irão perceber que o que mais buscam pode já estar do seu lado e eles nem perceberam ainda, mas que antes de se entregar ao amor verdadeiro eles precisam confiar um no outro.

E não vai ser fácil, quando a gente pensa que o livro já está no fim e que agora só falta o “viveram felizes para sempre” teremos uma reviravolta, que vai ser um grande obstáculo para que ambos se entreguem ao amor. 

“- Preciso ir, Hen. Você me superou de longe na arte do flerte. Estou correndo o sério risco de perder meu coração.

- Espero que já o tenha perdido – disse ela, vendo-o ir na direção da porta aberta.

Dunford se virou, com os olhos ardentes de emoção.

- Eu não perdi, eu o entreguei a certa mulher para que tome conta.”

Em toda essa trilogia, além do amor, das cenas muito divertidas e das damas rebeldes, a Julia também nos mostra em como os laços de amizade são importantes nas nossas vidas. Henry vivia sozinha na Cornualha, sem ter amigos para rir junto ou fofocar, foi muito legal ver ela ao lado da Emma e da Belle, descobrindo as tais regras sociais: o que pode falar, como se portar, qual tipo de roupa usar, mas no final elas se tornaram amigas devido as diferenças, a não aceitação de olhos fechados de todas essas regras, ao fato de que elas podem ser elas mesmas ao lado uma da outra e que podem confiar uma na outra. 

Ah, para os fãs de Bridgerton, já aqui temos referências a abelhas, a Julia Quinn desde o início da sua carreira gosta que elas tenham uma participação em suas histórias e "Indomável" já é um pontapé para o papel principal, eu diria, que elas terão em "O visconde que me amava", livro 2 da série dos Bridgertons. 


Resenhas dos outros livros da série: 

Esplêndida - A história de Emma

Brilhante - A história de Belle

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