Portal Harlan Coben Brasil: Resenha: O pequeno café de Copenhague / Julie Caplin

Hygge-se

Bem-vindos a Dinamarca, o lugar onde vivem as pessoas mais felizes do mundo. Será mesmo? E por que? Isso tem relação com o que eles chamam de "hygge", que envolve velas, mantas, cores, conforto e design, mas não é só sobre coisas, é muito mais que isso. Julia Caplin nos leva até lá através das páginas para descobrir os segredos desse pessoal feliz demais da conta.

Kate trabalha como Relações Públicas em uma empresa de renome em Londres, ela quer muito uma promoção e vem lutando pra isso. O que ela não poderia imaginar era que o cara com que estava tendo um caso, além de roubar sua ideia, roubou também a sua almejada promoção #boylixo.

Eis que surge, em cima da hora, uma oportunidade, a chefe de Kate pede para ela preparar uma apresentação para um empresário dinamarquês, o Lars, que estava abrindo uma loja em Londres, ela faz tudo impecavelmente e consegue para a empresa, que eles sejam os responsáveis em levar uma equipe de jornalistas, em uma press trip, para que eles conheçam o jeitinho hygge de ser e entendam na prática a vibe que o tal Lars quer trazer para Londres.

"Bom, a parte boa dos erros é que é possível consertá-los."

E os problemas da Kate só aumentam, além de ter que selecionar e conseguir convencer jornalistas a embarcar na viagem, vai ter que ser tudo perfeito, já que era a chance dela de conseguir a promoção, nada poderia dar errado.

Mas o grupo de jornalistas não poderia ser mais diferente, cada um com vontades diferentes, o que torna a viagem para nós leitores super divertida, enquanto Kate fica de cabelo em pé, a gente dá algumas risadas.

E no meio do caos, ela conhece a mãe do Lars, a Eva, que tem um pequeno café lá em Copenhague e o lugar é muito reconfortante, bem hygge, além do café tem doces e sanduíches incríveis, aos poucos Kate e Eva vão se tornando amigas, ela faz Kate perceber que o trabalho não pode sugar todas as energias, e que viver apenas para trabalhar não é a melhor forma de viver essa vida.

"A comida precisa ser feita com amor. Tudo fica mais gostoso quando é feito com amor. É hora de deixarmos nossas preocupações e ansiedades do lado de fora."

E preciso falar sobre o Ben, ele é um dos jornalistas, com quem Kate debateu no telefone e ainda há uma bela de uma coincidência do passado entre os dois. Entre algumas discussões, eles vão se aproximando e percebendo que podem ter mais em comum do que a princípio julgaram um do outro.

A Julie Caplin faz umas descrições muito boas, que é impossível não sentir um gostinho da viagem pra Copenhague, prepare-se para usar o google maps!

"De alguma forma, era reconfortante estar cercada por coisas boas. Eu não me sentia ávida para consumir tudo (está bem, algumas coisas, eu queria, sim), mas, de alguma forma, era um bálsamo para a alma estar perto de objetos tão belos, estilosos, requintados."

O conceito de hygge é bem interessante, uma espécie de sentimento de conforto, relaxamento, aconchego e bem-estar, tudo misturado. A princípio, a gente sente vontade de revirar os olhos, e vem aquele pensamento " que besteira", mas se a gente parar para pensar: não é realmente bom estar em um ambiente confortável, se sentir aconchegado? Quem não gosta? Isso pode sim nos fazer mais felizes. E para além disso, o hygge vale também para estar ao redor de pessoas que você gosta, de compartilhar momentos sem preocupação ou obrigação. Acho que todo mundo deveria adicionar um pouquinho de hygge na vida. Eu já fui conquistada pelo conceito e coloquei Copenhague na lista de viagens dos sonhos.

"É engraçado, não é? Como toleramos certas coisas na vida. Mas aí quando a gente para e pensa de verdade... e quando resolve agir, a perspectiva muda."

O pequeno café de Copenhague faz parte da Coleção Romances de hoje da Editora Arqueiro, é o primeiro da Julie Caplin, que trouxe a série “Destinos Românticos” para a coleção, o próximo livro já tem título: A pequena padaria do Brooklyn.