domingo, 29 de maio de 2022

Resenha: A pequena ilha da Escócia / Jenny Colgan

Nesse livro Jenny Colgan vai fazer você querer largar sua vida atual, se mudar para uma ilha que nem existe e abrir uma loja para vender doces e pães, que você obviamente, fará com suas próprias mãos. Além de nos fazer viajar através das páginas, a Jenny também deixa receitinhas e uma lição sobre se reconectar consigo mesmo.

Flora está vivendo a vida que desejava: mora em Londres e trabalha num reconhecido escritório de advocacia, onde ela pode ser promovida em breve, apesar de o apartamento ser bem apertado, o clima em Londres ser péssimo e ela estar muito muito distante de ser promovida, trabalha como assistente, basicamente arquivando coisas, e além disso tem um super crush no seu chefe (apesar dele nunca ter nem olhado pra ela) mas tá tudo bem, ela está o mais longe possível de suas raízes da Escócia, que é o seu objetivo.

Quando um cliente do escritório, um americano bilionário deseja um auxílio jurídico, Flora não poderia imaginar que sua vida profissional iria força-la a encarar os problemas que ela deixou lá na pequena ilha. O cliente, Colton, quer impedir a construção de um parque eólico na ilha, já que iria matar a vista do hotel que ele havia comprado, ele descobriu que havia uma funcionária do escritório que era nativa da ilha e a requisitou para o trabalho, já que ninguém melhor pro trabalho que alguém que já conhece a vizinhança, né?

E além de encarar o chefe gato, Flora terá que voltar para casa.

O chefe gato tem nome, Joel, e também conhecemos mais dele, já que alguns capítulos são narrados por ele, que decidiu colocar um muro ao redor do seu coração, mergulhando no trabalho de uma forma insana, assim era mais fácil, ele pensava, até que uma certa ilha vai sacudir todos os sentimentos que ele acreditava estarem bem enterrados.

Ao voltar para casa, Flora vê que seu pai e irmãos não estão dando conta da fazenda da família, a casa está caindo aos pedaços e os moradores da ilha estão olhando torto para ela. Mas quando ela acha o caderno de receitas de sua falecida mãe, ela começa a se reconectar consigo mesma e fazer a gente ficar com água na boca com suas produções gastronômicas.

Algo que sempre está presente nos livros da Jenny são as comunidades locais, todo cantinho criado por ela é composto de pessoas que amam o lugar onde vivem e não são, a princípio, muito chegadas a forasteiros, são lugares onde todo mundo se conhece e se ajuda como pode, entre uma ou outra rixa, vivem em harmonia, é assim em Mure. 

Outra coisa que sempre tem nos livros da Jenny são as receitas, tudo que a personagem faz no livro a gente pode tentar reproduzir em casa, e o melhor é que a própria Jenny já testou e as receitas são cheias de dicas.

A ilha inventada pela autora, tem também uma pitada de misticismo, os moradores acreditam que algumas mulheres tem uma conexão com o mar, que vinheram do mar, todo mundo acredita que Flora, assim como sua mãe, é uma selkie.

E o que a princípio seria um trabalho jurídico, se torna uma jornada sobre encontrar a si mesmo, o que faz a gente ser quem somos? A profissão? Onde você mora? Seus objetivos? Quem você ama? Muitos personagens do livro estão perdidos no dilema de se encontrar e aceitar quem é, independente do que os outros esperam, ou do seu passado. 

“Flora tinha ido até lá para agradar a empresa. Tinha deixado Mure para agradar a mãe. Tinha ficado longe porque... porque não sabia mais o que fazer. Às vezes, sentia-se como um barco, à deriva na maré, sem saber onde ia nem por quê, desconfiando que, um dia, olharia para trás e não se lembraria de tomar as decisões que havia tomado.”


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