terça-feira, 6 de junho de 2023

Resenha: Odeio te amar / Ali Hazelwood

 ‘Odeio te amar’ é um livro com 3 contos, são 3 amigas: Mara, Hannah e Sadie, elas se conheceram na pós-graduação e se tornaram inseparáveis. Cada conto é narrado por uma delas, mas as histórias se conectam e elas estão em contato o tempo todo, então é como se nós leitores fossemos um quarto membro nesse trio de amigas e elas estão nos contando como se apaixonaram. 

A passagem do tempo é uma característica presente em todos os contos começam com o presente, que é o clímax da história, nosso casal protagonista está lá a segundos de se entregarem um pro outro, assumindo o que sentem, mas então voltamos ao passado para entender como eles chegaram naquele ponto.

Temos um monte de referências nerds, situações e problemas envolvendo ciência, de questões ambientais à exploração de Marte. Vou contar um pouquinho sobre cada conto, ah e é possível adquirir o e-book de cada um deles individualmente, é uma ótima forma para conhecer a autora Ali Hazelwood, mas ‘Odeio te amar’ tem o bônus do capítulo extra, que é um presente da Ali e narrado pelo Liam, Erik e Ian, os pares das nossas protagonistas.


Sob o mesmo teto - Mara e Liam

Ela é cientista ambiental. Ele advogado de uma corporação de combustíveis fósseis. Eles são forçados a dividir uma casa. É divertido esperar quem vai ceder primeiro.


É possível encontrar o seu próprio lar em uma outra pessoa? Mara e Liam mostram que sim. Eles foram forçados a vier na mesma casa e a princípio não conseguiram se entender sobre nenhum assunto, até que começam de fato a se conhecer e descobrem que têm mais em comum do que poderiam imaginar. 

A Mara não tem raízes e imaginava que a casa poderia significar algo mais pra sua vida, Liam via na casa um lugar de memórias e reconforto. O fato é que uma casa é só um monte de tijolos, são as pessoas que a transformam num lar. E eles vão descobrir que podem construir um, juntos.

“Olho para ele, noto a maneira como esse homem praticamente preenche o batente da porta e ordeno ao meu coração que não dispare. Ele o faz mesmo assim, e dá até uma aceleradinha extra só para me mostrar quem é que manda por aqui. Meu coração é um babaca” 


Presa com você - Sadie e Erik

Uma queda de luz e você fica presa no elevador com a única pessoa que você não queria ver nem pintado de ouro.

Você se considera uma pessoa supersticiosa? Se existir uma carteirinha do clube de pessoas supersticiosas, com certeza a Sadie com certeza ganharia uma. E é a sua superstição que faz com que os caminhos dela e do Erik se cruzem. 

E tudo começa com um croissant. Bem, na verdade O croissant, já que Sadie acreditava que suas reuniões importantes só davam certo se ela comesse tal salgado, ocorre que Erik compra o último e como nem é tão gostoso assim, ele cede pra ela.

Conversa vai, conversa vem, e é match atrás de match, eles descobrem que combinam em diversas coisas, mas um mal entendido corporativo coloca tudo em risco.

Será que eles vão ceder um pro outro e arriscar dizer o que sentem? Se colocar nessa posição de vulnerabilidade nunca é fácil.

“Depois de semanas de raiva intensa, às vezes assassina, com frequência melancólica, eu finalmente disse a Erik que preferia correr o risco de cair em um poço de elevador – estilo imperador Palpatine em O retorno de Jedi – a passar mais um minuto com ele. E, pela forma como seus lábios se contraíram, ele realmente detestou ouvir isso.”


Abaixo de zero - Hannah e Ian

O início literalmente debaixo do gelo com a queda da Hannah numa espécie de fenda, e ao longo do conto nos perguntamos o que vai acontecer com ela.

E voltamos 5 anos atrás. O Ian é um parente distante da Mara, ele trabalha na NASA. Onde Hannah sempre sonhou em trabalhar e ela precisava entregar um trabalho que consistia numa espécie de entrevista. O Mara faz a ponte e os dois ficam atraídos um pelo outro, por diversos motivos.

Mas Hannah não está em busca de relacionamentos, quer apenas algo causal e quando ele a convida para jantar, ela declina. Ela acha que é mais fácil não se envolver com ninguém, ela não se sente suficiente pra ninguém, pensa que se a conhecerem melhor, vão logo desistir dela.

Vão passar 5 anos e a superação de um belo de mal entendido para enfim eles conseguirem perceber que se amam.

“Eu quero transar com você. É óbvio. Sempre quis. Eu só não quero transar com você uma vez. Quero várias vezes. Por muito tempo. Quero que você recorra a mim pra isso, mas também quando precisar de ajuda com o imposto de renda e pra trocar os móveis de lugar. Quero que transar seja apenas uma das milhões de coisas que faço por você” (O Ian arrasou nessa declaração, né?)

Livros de romance sempre são previsíveis, a gente sabe desde o início que o casal vai ficar junto. Sim, os livros da Ali têm finais felizes pros casais, mas as jornadas deles são muito interessantes, além de divertidas. Mulheres independentes, cientistas bem sucedidas, que não estavam procurando amor, não precisam de amor para ‘completá-las’, mas o amor faz com que a vida delas seja melhor ainda, mais feliz e é essa a função do amor, né?

Em ‘Odeio te amar’ ainda temos a amizade das meninas que torna o livro, apesar de ser dividido em 3 contos, contínuo. Já que as personagens são citadas lá e cá e vamos descobrindo mais sobre elas, entendendo mais, torcendo e rindo com elas. E quando todos os personagens se encontram parece quase uma festa de final de ano com nossos melhores amigos. 

Confira resenhas dos outros livros da Ali:

A hipótese do amor

A razão do amor

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